Boato – Se você cortar as pontas de dois quiabos, botar na água e bebê-la, você estará curado da diabetes.
No dia (25) 23 de novembro de 2013, três estudantes mineiros conseguiram faturar R$ 30 mil no programa Caldeirão do Huck, da TV Globo. O prêmio foi conquistado após eles mostrarem o resultado de um projeto que começou na escola em que estudam (em Minas Gerais). A invenção seria uma alternativa para o tratamento de diabetes.
No programa, os estudantes apontaram que o quiabo poderia ser um aliado para baixar a glicemia de quem sofre da doença. Como o legume não tem o gosto muito apreciado, a saída seria colocá-lo na água e beber. De acordo com testes em parentes e amigos, a ação se tornou eficaz. Depois disso, o seguinte texto começou a viralizar na internet.
Parabenizo o Programa Caldeirão do Hulk por divulgar a invenção dos 3 jovens…corte as pontas e o fundo de 2 quiabos coloque em um copo com água e deixe dormir, no outro dia retire os quiabos e tome a água…Diabete vai sumir e suas injeções nunca mais…Tudo foi Deus…quem criou
Pelo o que vimos, duas mensagens similares a essa tiveram, ao todo, 300 mil compartilhamentos. E isso acende um sinal amarelo. Por mais que a invenção dos estudantes tenha se mostrado promissora, há um grande perigo em se adotar o quiabo como única saída para a cura da diabetes e partir para o “injeções nunca mais”. Aliás, vale lembrar que a doença é crônica e, até o momento, não tem cura.
No próprio programa do Luciano Huck, as pessoas que estavam no júri e o próprio apresentador tiveram o cuidado de avisar que a ideia da invenção era muito boa, mas precisava ser trabalhada e que, pelo menos por enquanto, não representava a verdadeira cura para a doença.
Há outros detalhes que são apresentados por um blog especializado em diabetes. Um deles diz que, mesmo se a pessoa adotar a tal “dieta do quiabo” é essencial continuar tomando medicação recomendada por um médico, continuar com uma alimentação saudável e manutenção ou perda de peso.
Também foi levantada a hipótese de os testes com a água de quiabo terem sido (involuntariamente) manipulados. Não se sabe se os “amigos” dos estudantes não mudaram os hábitos de alimentação durante os testes. Por isso, é tão importante realizar testes mais aprofundados para saber a eficácia da receita.
Será ótimo que os estudantes utilizem os R$ 30 mil para aprofundar os estudos e mesmo que alguma universidade, por exemplo, resolva abraçar a ideia e realizar mais testes. Porém, não dá para dizer, assim como no boato do Facebook, que a água de quiabo cura diabetes. Tampouco substitui medicação e consultas a especialistas. Com isso, podemos afirmar que a informação de que “quiabo cura diabetes” é, no mínimo, precipitada.