Boato – Nos EUA, Museu do Holocausto pendurou uma placa que indica as 14 características de um regime fascista na porta de entrada.
O Holocausto foi um evento muito triste na história mundial. Em 12 anos de nazismo, milhares de judeus, ciganos, poloneses, soviéticos, deficientes, comunistas, homossexuais, entre outras minorias, perderam suas vidas em prol da limpeza étnica patrocinada pelo regime de Adolf Hitler.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a queda do regime nazista, muitos museus foram criados para preservar a memória dos que morreram durante o genocídio e para que a história não seja esquecida. Dentre esses locais, está o Museu do Holocausto dos Estados Unidos, localizado em Washington.
Nos últimos dias, o Museu americano se viu envolvido em uma enorme polêmica nas redes sociais. De acordo com algumas postagens, o Museu do Holocausto dos EUA estaria divulgando uma lista que ajudaria a identificar governos fascistas. “Museu do Holocausto tem pendurado na porta uma placa que ajuda a identificar os primeiros sinais de fascismo. Leiam”, afirma o texto. Confira:
Esse cartaz está afixado no museu do Holocausto em Washington, para alertar as pessoas sobre como identificar os primeiros sinais do facismo e o perigo advindo do mesmo. 1. Empoderamento nacionalista contínuo. 2. Desdém por direitos humanos. 3. Identificação do inimigo como causa unificadora. 4. Supremacia militar. 5. Sexismo desenfreado. 6. Controle de mídias de massa. 7. Obsessão com segurança nacional. 8. Governo e religião interligados. 9. Poder/direitos corporativistas protegidos. 10. Poder/direitos de trabalhadores suprimidos. 11. Desdém pelos intelectuais e pelas artes. 12. Obsessão por crime e punição. 13. Corrupção e nepotismo desenfreado. 14. Eleições fraudulentas.
Museu do Holocausto tem placa com 14 sinais do fascismo pendurada na porta?
O genocídio de judeus e outras minorias durante a Segunda Guerra Mundial foi um fato marcante que ainda gera muita tristeza e comoção. Por isso, a construção dos museus do Holocausto tem como objetivo manter a história viva e não deixar que as pessoas esqueçam desse evento. Entretanto, a história de que o Museu do Holocausto teria pendurado em sua porta uma lista com itens para identificar um regime fascista não é verdade. Quer saber o motivo? Continua lendo.
Além de em português, essa história também circulou na internet nas versões em inglês e espanhol. Nos EUA, inclusive, o texto já vem circulando há algum tempo e foi desmentido pelo site Snopes (um site que desmente fake news na gringa).
De fato, a imagem é real e estava no Museu, mas ela nunca esteve pendurada na porta do local. Mas, afinal, onde ela estava então? Na loja do Museu! Isso mesmo. A imagem estava à venda e não exposta. Se você prestar atenção, vai ver que o pôster custava 10 dólares. E, segundo o Snopes, o pôster não é mais vendido na loja do Museu. Entretanto, ele está sendo vendido em outros lugares.
Além disso, descobrimos que a lista que está no pôster foi criada em 2003 e foi escrita por Lawrence W Britt. E ao contrário do que diz o texto, ele não é um doutor, mas sim um escritor. Lawrence publicou a lista, em uma revista, após analisar 7 regimes fascistas: Alemanha, Itália, Chile, Grécia, Espanha, Portugal e Indonésia. Ele destacou que não pretendia descrever o conceito de fascismo, mas indicar características que percebeu durante a análise desses 7 regimes.
Vale ressaltar que procuramos fotos da entrada do Museu do Holocausto e o máximo que encontramos foi uma placa escrita “Never Again”. Em outros momentos, o Museu também coloca o horário ou anuncia alguma exposição.
Portanto, o texto do pôster existe e foi escrito por Lawrence W. Britt. Porém, não está na porta do Museu do Holocausto e sequer foi exposto. Na verdade, o pôster era apenas um item à venda no Museu. Por sinal, não está mais.
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61)99177-9164.