Boato – Foi divulgado o escândalo que todo mundo suspeitava sobre a facada em Bolsonaro. Fato comprovado aponta que candidato do PSL forjou o próprio atentado.
Passados dois dias do ataque contra Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência da República, o que não faltou foi boato relacionado ao assunto. E como em todo caso de notícia bombástica, tinha que aparecer a “carta do Gunther Schweitzer”, Desta vez, o dossiê aponta que Bolsonaro forjou o próprio atentado.
O texto, que já está começando a viralizar no WhatsApp e no Facebook, aponta que uma trama envolvendo membros do PSL (inclusive Janaína Paschoal, candidata a deputada estadual pelo partido) culminou no atentado contra o candidato. Ao final, Gunther assina como “repórter da Reuters”. Leia a mensagem que circula online (alerta textão):
FACADA EM BOLSONARO – DIVULGADO O ESCÂNDALO QUE TODO MUNDO SUSPEITAVA…!!! Talvez, isso explique a razão do jornalista Jorge Kajuru ter declarado a seguinte frase: “Se as pessoas soubessem o que aconteceu em Juiz de Fora, ficariam enojadas”. Muitos brasileiros ficaram chocados e tristes por terem visto um candidato a presidente da nação ser esfaqueado friamente em meio a uma multidão durante a campanha. Não deveriam.
O que está exposto abaixo é a notícia em primeira mão que está sendo investigada por rádios e jornais de todo o Brasil e alguns estrangeiros, mais especificamente CNN, El País e a rede BBC de Londres e deve sair na mídia em breve, assim que as provas forem colhidas e confirmarem os fatos. Fato comprovado: Jair Bolsonaro FORJOU o atentado contra si mesmo para ganhar o coração dos eleitores indecisos.
Os individuos envolvidos foram avisados, às 13:00 do dia 06 de Setembro (um dia antes da independência do Brasil para gerar mais comoção), em uma reunião envolvendo o General Villas Boas (na única vez que o vice presidenciável da legenda compareceu a uma reunião antes da campanha), o próprio Jair Bolsonaro, a Sra. Janaína Paschoal, o Sr. Tércio Arnaud Tomaz, assessor do parlamentar, e o Sr. Gustavo Bebbiano, presidente do partido PSL, médicos e seguranças envolvidos na atuação.
O candidato permaneceu em isolamento, treinando a encenenação em seu quarto ou se concentrando no lobby do hotel. A princípio muito contrariados, os médicos e seguranças se recusaram a forjar uma cirurgia em troca de cargos no ministério da saúde e da defesa.
A aceitação veio através do pagamento total dos prêmios, RS$300.000,00 para cada um envolvido na atuação , mais um bônus de RS$2.400.000,00 para todos os seguranças, carregadores, médicos , fotógrafos, repórteres e outros integrantes da atuação, num total de RS$ 23.000.000,00 vinte e três milhões de reais) através do caixa 2 do PSL obtido através da empresa JBS.
Além disso, os indivíduos que aceitarem fazer parte do falso atentado com o PSL nos próximos 4 anos terão regalias e receberão prêmios através de cargos e outros mimos com salários com bases no teto do ministro do STF. Mesmo assim, Bolsonaro se recusou a encenar, o que obrigou as lideranças do partido a atrasar a encenenação, dizendo que Bolsonaro não estava bem(em primeira notícia divulgada às 13:30 no centro de imprensa) e, logo depois, às 14:15, alterando o prognóstico para problemas estomacais).
A sua situação só foi resolvida a colega Janaína Paschoal e o presidente do Partido ameaçarem contar tudo * inclusive o valor destinado aos subornos e a chance de ganhar a eleição no primeiro turno com a comoção nacional. Assim, combinou-se que o Bolsonaro seria esfaqueado durante o discurso (para gerar o clímax), porém a apatia que se abateu sobre o mesmo e os eleitores emocionados fez com que Adelmo, que absolutamente não participou desta negociação, esfaqueasse, em falha simples da segurança, por dentro do colete de proteção(Por isso não deu tempo de estourar a simulação do sangue)..
A família Ustra, amiga do presidenciável do PSL, em memória do Coronel Brilhante Ustra , aplaudiu a colaboração da equipe da encenação , uma vez que trouxe comoção nacional e equilíbrio a disputa, já que Jair Bolsonaro passou a ser visto como ser humano pela população e uma vez que os pontos nas pesquisas dispararam num momento das mais altas taxas de rejeição jamais registradas naquele país, que seriam agravadas nos debates seguintes pela falta de argumentos e o discurso vazio do candidato.
Garantiu,-se também, ao Sr. Flávio Bolsonaro, através de seu pai** que o mesmo teria seu caminho facilitado para a eleicão de governador do Rio em 2022. Por gentileza passem esta mensagem para o maior número possível de pessoas, * para que todos possam conhecer a sujeira que ronda as eleições! Desde, já agradeço, Um abraço. Gunther Schweitzer Diretor de Jornalismo da agência Reuters.
Foi comprovado Bolsonaro forjou atentado para ganhar eleitores indecisos?
Sempre que surge esse tipo de texto na internet, a gente fica meio na dúvida se desmente ou não por achar que a história circula como uma “brincadeira”. Dois são os principais motivos que sempre nos fazem desmentir a “teoria do Gunther”: 1) A gente sempre acha comentários de pessoas que, de fato, acreditam na história. 2) Com acusações como essa não se brinca. Por isso, vamos aos fatos.
Sim, amigos. Nada que está no conteúdo descrito em exatas 643 palavras (fonte: contador do Word) é real. Nem Jorge Kajuru falou que as pessoas “ficariam enojadas”, nem a CNN, El País e BBC falaram do assunto, nem houve a tal reunião e tampouco o Gunther Schweitzer trabalha no jornalismo da Reuters.
Essa mesma base de texto já foi utilizada dezenas de vezes (com a mesma estrutura, detalhes e assinatura) após situações impactantes. Na maioria das vezes, a história foi utilizada após jogos de futebol da Copa do Mundo (como nas derrotas do Brasil contra a Alemanha em 2014 e Bélgica em 2018). Em 2014, ela chegou a ser utilizada para “acusar o PT de fraudar as urnas”. Agora vamos racionar: qual a chance de uma mentira contada dezenas de vezes (com direito aos mesmos detalhes) ser real agora?
Mesmo assim, demos uma chance ao texto e resolvemos buscar por qualquer informação nele (que carrega consigo algumas das principais características de boatos online: alarmista, com erros de português e pedido de compartilhamento) que esteja referendada na internet. Não encontramos nada.
Vamos pular todos os detalhes “sórdidos da história” (inclusive os valores e diálogos) e vamos focar na questão central. Há alguma prova de que Bolsonaro “forjou o atentado”? Como é de se imaginar, não há. Até o momento, a polícia trabalha com a hipótese uma ação isolada de Adélio Bispo de Oliveira. Há suspeitos de colaborarem com a ação, mas não há nada oficial sobre partidos políticos (tampouco o PSL) envolvidos.
Só para terminar: e quem seria esse Gunther Schweitzer? Antes que você pense que ele é um repórter da Reuters, ele é apenas uma pessoa que, em 1998, compartilhou essa mesma base de texto (na época, o boato falava da derrota da seleção brasileira para a França) no e-mail corporativo e, de repente, “virou” a pessoa que realizou as tais denúncias. Esse texto explica detalhes:
Análise do boato: Gunther Schweitzer denuncia que Brasil vendeu a Copa
Resumindo: a mensagem que aponta que Bolsonaro forjou o próprio atentado para ganhar eleitores indecisos é falsa. A mensagem usa o mesmo texto utilizado dezenas de vezes após notícias impactantes. Até o momento, não há fato nenhum que comprove a ação do candidato do PSL no “auto-atentado” (o que não seria muito inteligente, dado que ele quase morreu). Só esse boato.
PS: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema para o Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, no Facebook e WhatsApp no telefone (61) 991779164.