Boato – A mãe e a irmã de Adélio Bispo de Oliveira, homem que esfaqueou Bolsonaro, trabalhavam no gabinete da deputada Maria do Rosário (PT-RS).
Desde que o deputado Jean Wyllys anunciou que iria renunciar ao novo mandato, a internet começou a receber diversas publicações (falsas, por sinal) que ligam o nome dele ao de Adélio Bispo de Oliveira, homem preso por esfaquear Jair Bolsonaro (você pode ler aqui e aqui). A última delas inclui (além do nome de Jean Wyllys) o nome da também deputada Maria do Rosário.
De acordo com uma mensagem que circula na internet, Maria do Rosário teria empregado a mãe e a irmã de Adélio em seu gabinete. “A Mãe e irmã do Adélio trabalhavam no gabinete da Maria do Rosário. Jean quer fugir do Brasil. Aos poucos as peças vão se encaixando”, diz uma versão do texto. Leia outra versão:
Por que a mídia ainda não deu publicidade ao fato de que a MÃE e a IRMÃ de Adélio Bispo de Oliveira trabalhavam no Gabinete de Maria do Rosário? Fatos reais não interessam aos jornalistas! Necessário que o público pesquise! Estranha a ligação que aproxima JW, o assassino, Maria do Rosário e parentes tão próximos de Adelio! Alguém vai explicar ou investigar?
Mãe e irmã de Adélio trabalhavam no gabinete de Maria do Rosário?
Como temos falado bastante nos últimos tempos, a circulação de “mensagens soltas” tem feito muito sucesso entre as fake news. Essa é mais uma delas. Sim, a história que aponta que a mãe e a irmã de Adélio Bispo de Oliveira trabalhavam no gabinete de Maria do Rosário é falsa. Vamos aos fatos.
Ao analisar a mensagem, “percebemos” que ela segue algumas das principais características de boatos na internet: vaga, alarmista, com erros de português e sem citar fontes confiáveis. Ao buscar sobre o assunto na internet, (como esperávamos) nada encontramos.
Imaginem só: em meio a cobertura massiva que a imprensa deu ao episódio da facada em Bolsonaro, não seria estranho não ter nada em tantos meses sobre a mãe e a irmã trabalharem com uma deputada e, repentinamente, a história “brotar e viralizar”.
Com isso, chegamos a duas hipóteses: 1) Mídia toda está escondendo isso. 2) A acusação é falsa. Bastou uma busca na lista de funcionários da Câmara dos Deputados para descobrirmos que a segunda hipótese é a verdadeira. Não vamos divulgar o nome da mãe de Adélio. Mas o fato é que ela não consta entre os funcionários. Aliás, não há nenhum registro de alguém com o sobrenome “Bispo de Oliveira”.
Mais uma busca e descobrimos que, de acordo com essa matéria do Correio Braziliense publicada na época da facada em Bolsonaro, a mãe de Adélio trabalhava no serviço de varrição da Prefeitura de Montes Claros.
Resumindo: a história que aponta que a mãe e a irmã de Adélio Bispo de Oliveira trabalhavam no gabinete da deputada Maria do Rosário é falsa. A história surgiu “do nada” e uma busca na lista de servidores da Câmara mostra que as pessoas citadas não são funcionárias da casa.
PS: Esse artigo é uma sugestão de leitoras do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema para o Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, no Facebook e WhatsApp no telefone (61) 991779164.