Boato – História fala de caso de assalto em que bandidos usaram a droga burundanga (escopolamina) para realizar assaltos no estacionamento do Barra Shopping, no Rio de Janeiro. Atualização: em novembro de 2017, começou a circular outra versão da história que cita a “Praça da Matriz, próximo à Fumec”. Ela também é falsa e você pode ler clicando neste link.
Uma mensagem vem sendo repassada em e-mails de todo o mundo e traz um alerta sobre a burundanga (ou escopolamina), uma droga que paralisa as funções cerebrais e que é usada por bandidos para facilitar os assaltos. Até o blog de Luciano Szafir (no R7) repercutiu a história.
O texto diz que, no último sábado, uma pessoa foi abordada em um estacionamento por um homem com muletas. Ele pediu ajuda para marcar um número, dando um cartão de crédito e um papel para a pessoa segurar. No mesmo instante a pessoa passou mal e desmaiou. Um exame de sangue confirmou que o pedaço de papel que a pessoa segurava continha a tal da Burudanga.
No texto, o médico que atendeu a pessoa diz que ela teve sorte e que “nem queria imaginar o que teria acontecido se os dedos tivessem absorvido toda a droga”. O Dr. Raul ainda disse que são vários os casos como esses. Os criminosos usam a droga, pois a pessoa perde o livre-arbítrio, assim eles ordenam as vítimas a esvaziar contas, dar o carro, etc.
A mensagem alerta que, em doses maiores, a droga pode levar ao coma e até a morte. A escopolamina pode ser inserida em doces, papéis, livros e se colocada em um pano, quando aberto, deixa escapar a droga em forma de gás. Leia o texto abaixo na íntegra:
Confira o nosso desmentido em vídeo
Procurava vaga no Barra Shopping. Estacionei e desci do carro.Quando estava quase entrando no shopping chegou um homem branco com muletas.Perguntou-me se podia ajudar a anotar um número, e me deu o cartão com o número e um papel para anotar o telefone.Com muito prazer para ajudar, peguei o papel e comecei a marcar o número.Então em poucos segundos comecei a me sentir mal, sentia que estava desmaiando.Corri para o carro e me fechei, ainda me sentindo enjoado.Tonto, tentei ligar o carro e afastei-me um pouco do local, estacionando mais a frente. Depois, não me lembro de mais nada.Mais tarde despertei ainda bastante enjoado, e com a cabeça como se estivesse estourando. Consegui chegar até minha casa, e fui imediatamente para o hospital… Após os exames de sangue, confirmou-se o que suspeitava.
Era a droga que está na “moda” no Brasil: a tal “Burundanga” ou escopolamina.”A coisa é terrível, um pouquinho de pó provoca um dos seguintes efeitos na vítima: a) morte ou b) perda total do livre-arbítrio.Criminosos normalmente tentam obter este último efeito, pois isso permite que eles dêem ordens às suas vítimas e mandem elas esvaziar as contas de banco, dar o carro pros ladrões, fazer sexo com eles, basicamente qualquer coisa que o criminoso mande.Daí saiu a reputação da escopolamina como a “droga do zumbi”, pois as vítimas parecem estar completamente sóbrias e racionais, quando na verdade parecem autômatos.O Médico do hospital Lorenço Jorge (Dr. Raul Heisman) comentou que já são vários os casos como este e me falou dos mortos que são encontrados com restos dessa droga nos dedos.
A escolopamina ou burundanga, usada também em medicina, provém da aqui América do Sul e é a droga mais usada pelos criminosos (geralmente agem em 3) que escolhem suas vítimas. Ela atua em 2 minutos, faz parar a atividade do cérebro e com isso os criminosos agem à vontade, fazendo com as vitimas o que querem: roubos, abusos, etc.E o pior: ela não se lembrará de nada!! Em doses maiores essa droga pode fazer a vítima entrar em coma e até levar à morte. Pode ser utilizada em doces, papéis, num livro ou ainda em um pano, que uma vez aberto, deixa escapar a droga em forma de gás.
Algumas versões da mensagem ainda vêm acompanhadas pela notícia que Ricardo Boechat deu “hoje” na TV. A história de uma mulher que comprou uma garrafa de água em um semáforo e que, depois de beber a água, passou mal. Acordou em uma lanchonete do Bob’s, sem o carro. A água analisada continha um anestésico veterinário.
Porém, o texto dá vários indícios de que estamos diante de um boato. A mensagem começou a circular em 2009 e cada versão apresenta um lugar diferente: Curitiba – PR, Vitória – ES, Guadalajara – México, Caracas – Venezuela, entre outros. Essa versão fala que o crime da burundanga aconteceu em Missiauga. Onde?
A história não é datada, todas as versões do texto informam que “aconteceu no último sábado”, mas qual deles? Já que a mensagem circula desde 2009. E não há nenhuma referência sobre o ocorrido, a não ser a reprodução do mesmo texto que se espalha pelo email.
A história não cita o nome dos envolvidos, nem sequer sabemos se a vítima foi um homem ou uma mulher. O nome do hospital só é citado em uma versão, onde o crime acontece no Barra Shopping. Outros textos só dizem “o hospital”.
A história ainda cita o Dr. Raul, que poderia trazer certa credibilidade se não tivesse um sobrenome diferente em cada versão: Raul Quesada, Raul Passamani e Raul Heisman. Ou seja, pela história idêntica ter acontecido em diversos locais e com diversas versões, chegamos à conclusão de que é falsa.
Apesar dessa mensagem ser falsa, é preciso saber que a burundanga ou escopolamina existe. No entanto, o princípio ativo da planta só é metabolizado pelo organismo se ele for ingerido ou inalado, ou seja, nunca alguém vai se intoxicar pela ponta dos dedos.