Boato – Cientistas canadenses provam, pela primeira vez, que o teletransporte é algo possível para o ser humano.
Ah, o teletransporte, se ele existisse acabaria com vários dos nossos problemas, não é mesmo? O assunto é o xodó da ficção científica e sempre está em pauta quando se trata de tecnologia e futuro. Um texto que foi publicado no blog do History Channel, com o título “Pela primeira vez na história, uma equipe de físicos demonstrou que o teletransporte é possível” está deixando as pessoas esperançosas com a possível tecnologia. Leia um trech da notícia:
Pela primeira vez na história, uma equipe de físicos canadenses demonstrou que o teletransporte quântico de três fótons é possível, constituindo assim um avanço fundamental para a ciência. O mesmo procedimento só tinha sido realizado com dois fótons até agora.
O experimento conduzido por especialistas da Universidade de Waterloo, em Ontário, no Canadá, demonstrou três fótons entrelaçados uns aos outros, localizados em locais diferentes, a várias centenas de metros de distância. Isso prova a não-localidade quântica para mais de dois fótons entrelaçados, possibilidade teórica até então.
A primeira hipótese sobre o entrelaçamento quântico é de 1927, resultado de uma disputa sobre a mecânica quântica entre Albert Einstein e Niels Bohr.
A notícia realmente é legítima, o estudo canadense realmente aconteceu, ok. O problema é que as pessoas têm um costume feio na internet: o de começar a compartilhar notícias sem ler direito do que se trata. E muitas pessoas que reproduziram a notícia, acreditam que o texto trata-se do teletransporte de objetos ou seres humanos. E isso, não, não existe mesmo, e infelizmente, está longe de ser verdade.
O teletransporte do qual se trata o texto é o que a ciência já chamou de Teletransporte Quântico, e o avanço desta pesquisa recente, foi que os cientistas conseguiram realizar o telestransporte de três fótons, sendo que anteriormente, conseguiram apenas dois. O fóton “é a partícula elementar mediadora da força eletromagnética. O fóton também é o quantum da radiação eletromagnética (incluindo a luz)”. Ou seja, não é algo concreto.
O curioso também é que a visão que nós temos do teletransporte, na realidade, é totalmente diferente. Nos filmes, o que vemos, é um sujeito sob um feixe de luz, que simplesmente desaparece e reaparece em outro lugar, não importa a distância, num piscar de olhos. Realmente, seria perfeito se isso fosse possível, mas mesmo que um dia os cientistas consigam concretizar o teletransporte, ele será diferente.
Segundo a Mundo Estranho, há uma década, o físico americano Charles Bennett demonstrou que o teletransporte é algo possível, porém, o que chega ao destino não é o passageiro, mas sim uma cópia do sujeito. O que viajaria pelo espaço seriam apenas as informações sobre o comportamento das partículas de cada átomo do corpo humano, e que seriam reproduzidos, “impressos” em outros átomos na hora de construir a cópia exata em outro local.
Vale apontar que a culpa não é só dos internautas. A matéria sobre o teletransporte, não até não está errada. Porém o título é apelativo e pode confundir as pessoas. Porque o teletransporte, como imaginamos, e com coisas reais, não é possível, pelo menos por enquanto. E o site da History já tem antecedentes com notícias sensacionalistas. Só no Boatos.org já falamos de algumas delas.
Em suma, se você leu na internet e está com esperanças, pode chorar. Seu sonho de estar em outro lugar bem distante em menos de um piscar de olhos, está bem longe de acontecer, ainda. Por enquanto, os cientistas só conseguem transportar fótons. Mas quem sabe um dia…