Boato – A empresa de artigos esportivos, a Nike, vetou a personalização de camisas com expressões de ofensa ao PT e a presidente. Já palavras relacionadas à oposição eram permitidas.
Com a eliminação dramática da seleção brasileira desta Copa, desde o jogo contra a Alemanha brotam teorias conspiratórias para justificar o fim do sonho do hexa em casa. Ao que parece, ainda não estamos recuperados do baque da goleada por 7×1 e nesse clima fica fácil acreditar nas diversas explicações (nada plausíveis) da derrota.
Até o momento, aqui mesmo no site, apresentamos teorias de conspiração quase ao estilo ‘Uma mente brilhante’, como as cartas enviadas por um funcionário de jornalismo que ora trabalha na Globo, ora é chefe da ESPN, ou então defesas ferrenhas de que a lesão do jogador Neymar foi forjada porque a CBF se vendeu para a Fifa.
Como se não bastasse o clima de desconfiança dentro dos campos de futebol, fora deles as queixas se voltam para a política. Bem sabemos que a Copa do Brasil começou agitada, com manifestações contrárias ao evento e críticas ao governo. E nesse cenário de insatisfação, que com o fim eminente do mundial parece se restabelecer aos poucos, surgiu a nova teoria: a Nike, empresa mundial de artigos esportivos estava favorecendo o governo Dilma a partir da personalização de camisetas.
Com a legenda ‘O que o site da Nike tem a ver com o PT? Será que existe algum acordo entre eles? Confira!’, um vídeo tornou-se viral nas redes sociais ao mostrar o site da empresa, que disponibiliza a opção de personalizar a camisa da seleção brasileira com um nome ou palavra da preferência do cliente, impedindo a encomenda de camisas com termos como ‘Fora Dilma’ e ‘Fora PT’, mas possibilitando a compra com frases contra a oposição (‘Fora Aécio’, ‘Fora PSDB’).
As imagens renderam mais de 25 mil compartilhamentos e chamou a atenção de diversos sites de notícia que fizeram o teste e verificaram que não só as menções ao PT eram vetadas pelo sistema, como também a qualquer partido político. Além disso, os nomes Dilma, Aécio e Lula também eram impedidos na personalização. Por outro lado, palavras em referência à derrota para a seleção alemã, como ‘Sete a um’ e ‘Vexame’ estão permitidas pelo sistema.
A empresa manifestou-se e desmentiu qualquer tipo de favorecimento à situação ou oposição. Em nota, explicou que o sistema é programado para vetar o uso de palavras ofensivas ou conteúdos racistas, políticos, que façam menção à religião ou a outras marcas. E que, além disso, é periodicamente atualizado com palavras que se encaixam nas proibições.
O Boatos.org também fez o teste e, agora, o site da empresa permite a personalização com o nome de políticos, qualquer que seja, independente do partido. No entanto, a colocação das palavras ‘fora’, ‘vote’ e ‘sai’ são vetadas. Ao que parece, para morrer com mais um boato, a Nike resolveu liberar (quase) geral.
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