Boato – Um Uno 2006 prata foi roubado no centro da cidade e o dono está louco porque tem um bebê dentro do veículo.
Atualmente as redes sociais tornaram-se um grande oásis. Alguns usam para dar recados, outros para conversação, e outros para procurar alguma coisa. No início de julho de 2014, os grupos do WhatsApp ficaram acelerados com uma notícia de que roubaram o carro de algum conhecido no centro da cidade.
A mensagem pedia para a informação ser repassada para todos os seus amigos o mais rápido o possível. E pronto: o que era local, se tornou regional, estadual e nacional. Confira o recado.
Galera, ajuda a divulgar ai: Roubaram agora no centro . Uno 2006 prata, placa: GZB8905 ajuda a divulgar ai por favor
Liga no 8852-8589
O dono esta louco pois levaram o carro com a bebe dele dentro.
Repassando
Repasse rápido, por favor
Eh sério
Reparem que não há código de área no que foi repassado, e, além disso fala apenas que o carro está localizado no centro da cidade. O que pode ser centro de Irati-PR, Ponta Grossa-PR, ou de Brasília-DF.
Ai claro, repassamos para ajudar o nosso suposto amigo que está precisando de nossa ajuda, poxa é de onde eu moro, não é mesmo? Na verdade não. Junto com o texto que foi repassado, uma imagem foi compartilhada, e aí que começam aparecer os erros. Na imagem aparece que o carro, um Fiat/Uno Mille Fire Flex/2005/2006 – Cinza é de Divinópolis-MG.
Mas tudo bem ser de Minas Gerais, por lá roubaram a nossa dignidade no Mineirão mesmo, repassar para o Brasil todo não vai passar mal, não é? Na verdade não, a história é a seguinte: um homem realmente teve o seu carro roubado, mas inventou a história com o intuito de encontrar logo seu automóvel.
Pouco depois, a Polícia Civil, confirmou que o carro foi realmente roubado, mas sem o bebê. Essa mensagem do esperto cidadão é original do dia 16 de abril, mas nós sabemos que boatos não têm hora para ganhar força e se espalhar.
O engraçado é que a história ganhou tanta força, que fez com que a Polícia de Santa Catarina, por exemplo, comunicar um alerta dizendo que a mensagem era falsa. Fato é que a história tornou-se um verdadeiro telefone sem fio, e na medida em que mais pessoas sabiam do conto, mais distorcida ela chegava para os próximos usuários do WhatsApp.
Resumindo: a história é falsa. Por isso, sempre ao receber um recado suspeito, pergunte de onde é, quem foi roubado e não repasse simplesmente para ajudar. Afinal, de boas intenções o inferno está cheio e a inocência pode ter lá seu preço no final das contas. Nesse caso, o trote foi pelo bem, como descobrimos, mas podia ser ao contrário, e aí não ia ser legal.