Boato – O bilionário húngaro George Soros prometeu ajudar a Argentina se o presidente do país, Alberto Fernández prolongar a quarentena no país e prejudicar o Brasil.
Infelizmente, o continente mais atingido pela pandemia da Covid-19 é o americano. Boa parte da situação caótica que estamos passando se deu por medidas de isolamento desobedecidas ou não ordenadas em países como os EUA, Brasil, México, Equador e Peru. E é justamente sobre isolamento e América que vamos falar hoje.
De acordo com mensagens que estão circulando na internet, o bilionário húngaro George Soros estaria tendo uma influência direta em um dos países da região: a Argentina. Mensagens apontam que ele teria prometido ao governo do país, liderado por Alberto Fernández, que daria uma ajuda financeira se a quarentena fosse mantida no país.
A história foi divulgada por meio de um suposto jornalista investigativo argentino. A “denúncia” chegou ao Brasil com um “plus”: outra condição seria Alberto Fernández “prejudicar” o Brasil e Bolsonaro (sabe lá como). Encontramos diversos conteúdos na internet. Dois nos chamaram atenção pelo título bombástico: “GRAVE DENÚNCIA Soros se alia a Argentina para prejudicar Brasil”, aponta um título. “Soros promete ajudar Argentina se Fernández prejudicar Bolsonaro e prolongar quarentena”, aponta outro dos títulos.
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George Soros prometeu ajudar Argentina se país prolongar quarentena e prejudicar Bolsonaro?
Muita gente saiu compartilhando as tais denúncias na internet. No Facebook, diversas páginas espalharam a informação, que também rendeu vídeos no YouTube e conteúdos em sites pró-Bolsonaro. Só há um detalhe: a informação não procede. Trata-se de uma denúncia que não se concretizou.
Apesar de a história estar fazendo barulho no Brasil em agosto de 2020, a “denúncia bomba” surgiu na Argentina em abril desse ano. De lá pra cá, não vimos endurecimento de medidas de quarentena na Argentina tampouco qualquer qualquer ação de Fernández para “prejudicar o Brasil e Bolsonaro” (há de se convir que ele tem muitos problemas em seu país para ficar se preocupando com o nosso).
Desde o início da pandemia, a Argentina tem mantido a quarentena. Porém, tem afrouxado regras gradativamente. Podemos ver reportagens de maio, julho e agosto falando sobre a flexibilização do isolamento social.
Ao buscar notícias, entre abril e agosto, sobre a relação dos dois presidentes, vimos o contrário disso. No início de julho, Fernández e Bolsonaro participaram da cúpula do Mercosul e o presidente argentino (ao contrário do brasileiro) adotou um discurso apaziguador. Em agosto, o embaixador da Argentina declarou que o presidente do país quer deixar “desencontros com Bolsonaro para trás”. Ou seja: não há nada de ele tentar prejudicar o Brasil.
É importante citar que a “denúncia” sobre a proposta de Soros para Fernández foi classificada como “fake news” na Argentina. Dentre os argumentos, foi dito que o autor da denúncia tem o hábito de denunciar sem nenhuma base sólida e que não há prova alguma de que houve o tal encontro.
Resumindo: a história que aponta que George Soros prometeu ajudar a Argentina se a quarentena da Covid-19 for mantida e ele passar a “prejudicar Bolsonaro” é falsa. É uma denúncia que surgiu de uma fonte lá não muito confiável e, quatro meses depois, não se concretizou.
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