Boato – Depois de 45 dias, chegou o resultado da vacina no Brasil. 501 pessoas morreram e 11 mil sofreram algum tipo de efeito colateral.
Há algumas poucas horas, o Boatos.org desmentiu a informação que apontava que 34 pessoas haviam morrido no Brasil por tomar a vacina contra a Covid-19. Nem bem o dia “virou” e cá estamos para falar sobre um boato “um pouquinho” inflacionado: dessa vez, a mensagem aponta que 501 pessoas morreram no Brasil após tomar a vacina contra a Covid-19.
Um vídeo está sendo acompanhado por uma mensagem que aponta para “o resultado das vacinas no Brasil”. O texto aponta que, ao todo, 501 pessoas morreram no país após serem vacinadas, fala em 11 mil tipos de reação em 45 dias e defende o chamado “tratamento precoce”. Leia a mensagem que circula online:
Confira o desmentido em vídeo:
Resultado das Vacinas no Brasil 501 – Pessoas morreram 11 mil – Algum tipo de reação dentre o período de 45 dias EFEITOS COLATERAIS 156 – Permanente 13 – Abortos 139 – Acimentrias faciais 383 – Ofereceram risco de morte Por esses motivos somos a favor do Tratamento Precoce e Preventivo 501 pessoas morreram após tomar a vacina contra Covid
501 pessoas morreram após tomar vacina contra Covid-19 no Brasil?
A mensagem e o vídeo (que não será exibido aqui) se espalharam com muita força na internet. Porém, a informação que aponta que 501 pessoas morreram após tomar a vacina contra a Covid-19 no Brasil é falsa.
Na realidade, a mensagem (que, registre-se, apresenta características de mensagens falsas como ser alarmista e ter erros de português) é uma distorção do que foi dito no vídeo (que, por sua vez, também tem erros).
A confusão se iniciou quando um site de direita dos Estados Unidos se utilizou de dados do Sistema de Notificação de Eventos Adversos da Vacina (Vaers) do CDC (espécie de Anvisa dos EUA) para apontar que 501 pessoas teriam morrido por conta da vacina. Detalhe: a fonte utilizada não serve para medir mortes por vacina contra Covid-19. Isso porque ela é de livre notificação (qualquer pessoa por dar o testemunho) e não é checada.
Quando a notícia começou a se espalhar no Brasil, o Boatos.org desmentiu a informação (junto com outras que falavam de “centenas de mortes por causa da vacina”). Na ocasião, explicamos que não há provas de que as mortes tenham sido causadas pela vacina ou mesmo que os dados descritos estão corretos. Colocamos, inclusive, um alerta do próprio CDC sobre o uso de dados. Leia:
“VAERS é um sistema de relatório passivo, o que significa que depende de indivíduos para enviar relatórios de suas experiências para o CDC e [a Food and Drug Administration]. VAERS não foi projetado para determinar se uma vacina causou um problema de saúde, mas é especialmente útil para detectar padrões incomuns ou inesperados de notificação de eventos adversos que podem indicar um possível problema de segurança com uma vacina. O relato de um evento adverso ao VAERS não é documentação de que uma vacina causou o evento.”
Como vocês viram, já estava errado cravar os números que estão no vídeo em questão (que, claramente, se referia aos Estados Unidos) como “mortes causadas pela vacina”. Mais errado ainda está falar que as 501 mortes foram causadas pela vacina no Brasil. Como falamos no último desmentido sobre o tema, não há mortes comprovadamente causadas pela vacina no país.
Antes de terminar, nunca é demais falar que a mensagem também está errada em “apoiar” o chamado tratamento precoce (com drogas como hidroxicloroquina, ivermectina e suplementação por vitaminas) não tem comprovação científica. Ao contrário: estudos e autoridades em saúde descartam a eficácia do tal “tratamento precoce”.
Resumindo: não é verdade que 501 pessoas morreram no Brasil após tomar a vacina contra Covid-19. A mensagem em questão é a distorção do que foi dito em um vídeo que se referia aos Estados Unidos e, por sua vez, errava ao considerar o VAERS do CDC como fonte de dados para determinar se uma vacina causou problemas de saúde.
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61)99177-9164.
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