Boato – Pacientes imunizados contra a Covid-19 que estão na UTI do Hospital Sírio-Libanês revelam que a vacina não é eficaz, mostra vídeo.
O debate sobre a eficácia das vacinas, aplicação e ações do governo federal no enfrentamento à pandemia da Covid-19 está longe de chegar ao fim. E muita gente que defende, erroneamente, que a vacina “não funciona” está sendo compartilhada junto com um vídeo.
No vídeo, o ginecologista e obstetra Renato Kalil, irmão do cardiologista Roberto Kalil Filho, fala sobre a importância de se proteger mesmo depois de receber as duas doses da vacina porque haviam pacientes internados na UTI do Hospital Sírio-Libanês mesmo depois de tomar a segunda dose da vacina. Junto ao vídeo, uma mensagem afirma que essa é a prova de que a vacina não é eficaz. Leia o texto que circula online:
A UTI do Hospital Sírio Libanês está com inúmeros casos de pessoas vacinadas com as 2 doses e apresentando quadro clínico grave internadas em UTI’s, ou seja, essas vacinas não oferecem a imunidade desejada! Continuem se cuidando como se não tivessem tomado as duas doses das vacinas sejam elas quais forem! Máscara e distanciamento devem continuar sendo adotados até que se descubra uma vacina realmente eficaz!
Hospital Sírio-Libanês estar com vacinados internados prova que vacina não oferece imunização?
O alerta foi quase uma “sentença” para quem estava na dúvida sobre o uso da vacina. O erro está na interpretação equivocada das declarações do ginecologista, que foi utilizada para questionar a eficácia dos imunizantes.
Pois bem, as características da publicação (vaga, alarmista e sem datas e fontes confiáveis) são os primeiros sinais de que algo estava errado, além do fato de que a história segue o enredo dos boatos antivacinas, como aqui, aqui e aqui.
Agora, vamos ao vídeo. De fato, o ginecologista falou sobre o assunto no vídeo, assim como também é fato que, com o vírus em circulação, todo cuidado é pouco, mesmo após o ciclo de imunização. Isso porque, de acordo com os estudos, a imunização só estará completa cerca de 15 dias após a administração da segunda dose.
No Brasil, são utilizadas as vacinas Coronavac e Oxford/AstraZeneca. A CoronaVac apresentou eficácia de 50,3% contra a doença, prevenindo em até 78% os casos de internação. Ainda segundo os estudos, o intervalo de aplicação entre a primeira e a segunda dose serve para estimular a produção de anticorpos. Após o reforço da vacina, há um prazo de até duas semanas para que o corpo produza os anticorpos necessários para garantir a imunização.
Além disso, as medidas de segurança devem ser mantidas, já que ainda não temos a vacinação em massa no país, em função da baixa quantidade de doses de vacina disponíveis até o momento.
E tem mais: em resposta ao Estadão Verifica, o próprio Sírio-Libanês informou que tem “pouquíssimos” casos de pessoas que teriam tomado as duas doses da vacina e se contaminado posteriormente. O hospital reforçou ainda a necessidade da população continuar seguindo as medidas de distanciamento social, higienização das mãos e o uso de máscaras. Ou seja, na avaliação do hospital a vacina teve um impacto positivo.
Com a má interpretação das declarações, o próprio Renato Kalil publicou um novo vídeo reforçando a eficácia dos imunizantes e as medidas de segurança. Em seu segundo vídeo, Kalil reforça o comunicado da Sociedade Brasileira de Imunizantes (SMIM) de que nenhuma vacina é 100% eficaz, o que exige cuidados sanitários, e sobre a resposta imunológica do corpo após a segunda dose.
No vídeo, Kalil disse que “quem tomou vacina, continue se cuidando e cuidando do próximo” e que “Se você tirar a máscara, você não está só se arriscando, mas colocando os outros em risco de óbito, pois não tem leito para tratamento. Então brasileiros, vamos dar de brasileiro de verdade, vamos cuidar uns dos outros, que é isso que está faltando no nosso País?” Confira:
Segundo estudo divulgado pela Sociedade Brasileira de Imunizações nenhuma vacina tem 100% de eficácia.
A SBI diz que um dos problemas entre os vacinados que contraem a doença pode ocorrer no intervalo logo após a aplicação da vacina, insuficiente para a esperada resposta de anticorpos desencadeada pela vacinação. Ou seja, não houve tempo para impedir a infecção.
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) afirma que cada vacina tem orientações específicas, mas geralmente a resposta imunológica protetora ocorre após 10 a 20 dias depois da segunda dose. Por isso insisto, mesmo depois das vacinas tomadas ainda devemos continuar com todos os cuidados, higienização, distanciamento social, para segurança de todos. Esclarecendo dúvidas!!!Após ter viralizado um story sobre vacina e reinfecção
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Resumindo: de fato, o hospital Sírio-Libanês está com vacinados internados, mas o número é bem reduzido, mas isso não significa que a vacina não oferece imunização. Ou seja, é preciso se cuidar, o hospital chegou a ficar lotado, mas não significa que a vacina não funciona.
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61)99177-9164.
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