Boato – Giuseppe Janino, pai da urna eletrônica, se tornou assessor de Barroso após Polícia Federal iniciar investigação. Ou seja: ele foi encoberto pelo ministro.
O combo eleições, urnas eletrônicas e Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é um assunto que ainda está dando o que falar nas redes sociais. Depois do tema dominar as paradas de fake news na última semana, as informações falsas sobre o assunto prometem causar ainda mais estrago.
Em maio de 2021, o secretário de Tecnologia da Informação do TSE e um dos pais da urna eletrônica, Giuseppe Dutra Janino, deixou o cargo após 25 anos dedicados à instituição. Antes de sair do TSE, Janino assumiu o cargo de assessor especial da Presidência da instituição para auxiliar Júlio Valente na transição do cargo.
E o assunto foi suficiente para que diversas fake news começassem a pipocar na internet. De acordo com a história que está circulando por aí, Janino apenas teria ocupado a posição de assessor especial de Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, porque começou a ser investigado pela Polícia Federal. Ainda segundo a história, Janino que é um dos pais da urna eletrônica teria comandado os aparelhos no TSE por 15 anos. Confira:
“Esse é o Janino, conhecido como “pai das urnas eletrônicas “. Comandou as urnas no TSE por 15 anos. Qdo a PF ficou na cola dele, ele foi exonerado no TSE é virou ASSESSOR do Barroso. ASSESSOR DO BARROSO. O esgoto está sendo revolvido. Tá fedendo tudo”.
Pai da urna eletrônica é assessor de Barroso e ocupa cargo porque é investigado pela PF?
A informação foi rapidamente compartilhada nas redes sociais, em especial, no Twitter e no Facebook, causando desconfiança entre alguns eleitores. Apesar disso, a história não é verdadeira. A explicação fica por conta da relação equivocada feita pela história e pelas informações sobre o assunto.
Como já lembramos bem, nas últimas semanas, o assunto eleições, urnas eletrônicas e TSE dominou a parada das fake news. A equipe do Boatos.org desmentiu várias delas, como a que dizia que o TSE teria entregado o código-fonte das urnas eletrônicas para a Smartmatic. Também a que indicava que um hacker teria provado que as urnas eletrônicas seriam facilmente manipuladas e, por fim, a que apontava que o Exército Brasileiro teria determinado o voto impresso nas eleições de 2022.
Ao pesquisar sobre o assunto, percebemos que a história, na realidade, cria uma relação de causa e consequência equivocada. Além disso, ela apresenta informações erradas. É fato que Giuseppe Dutra Janino deixou o cargo de secretário de Tecnologia da Informação do TSE, em maio de 2021.
Apesar disso, a saída do cargo não tem nenhuma relação com algum inquérito da Polícia Federal. Na verdade, não existe nenhum inquérito da PF que esteja investigando Janino. A história, na realidade, faz menção ao inquérito da Polícia Federal divulgado pelo presidente Jair Bolsonaro. Porém, esse processo tem como objetivo investigar o ataque hacker ao TSE, após o segundo turno das eleições de 2018, e foi solicitado pela Corte Eleitoral.
Giuseppe Dutra Janino, de fato, foi nomeado para a equipe do presidente do TSE, Luís Roberto Barroso. Entretanto, o cargo de assessor especial já vinha com os dias contados, justamente por se tratar de um trabalho específico de transição. De acordo com o TSE, Janino assumiu o cargo para auxiliar no processo de transição da chefia da Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE (que era comandada por ele). Quando o novo secretário da pasta, o servidor Júlio Valente, aprendeu todas as funções do cargo, Janino deixou o TSE.
Por fim, o serviço de checagem Estadão Verifica também desmentiu a informação. De acordo com eles, o TSE afirmou que Janino trabalhou apenas dois meses no cargo de assessor especial e foi exonerado da instituição, no início de julho de 2021. Ainda segundo eles, Janino permaneceu na chefia da Secretaria de Tecnologia da Informação mesmo depois do vazamento de informações sigilosas do TSE e, inclusive, participou da comissão de sindicância dentro do TSE que busca auxiliar nas investigações da PF sobre o ataque hacker à Corte, sempre fornecendo dados necessários à investigação da Polícia Federal.
Em resumo: a história que diz que Giuseppe Janino, pai da urna eletrônica, se tornou assessor especial de Barroso e só assumiu o cargo para se livrar da investigação da Polícia Federal é falsa! Janino, de fato, assumiu a posição de assessor especial de Barroso, em maio de 2021. Entretanto, o cargo tinha dias contados, uma vez que Janino apenas estaria na função para auxiliar no processo de transição da chefia da Secretaria de Tecnologia da Informação (anteriormente, comandada por ele). No final de junho de 2021, quando Júlio Valente aprendeu todas as funções da chefia da pasta, Janino foi exonerado do cargo de assessor e também deixou o TSE. Por fim, não existe nenhum inquérito da Polícia Federal contra Janino. Ou seja, a história não passa de balela.
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61) 99458-8494.
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