Boato – Vacinados contra a Covid-19 devem temer variante Ômicron, pois ela atua na proteína Spike, que é estimulada pelas vacinas.
Nos últimos dias, a variante Ômicron tem causado preocupação entre os especialistas da área da saúde do mundo todo. Inicialmente acusada de ser originária da África do Sul, agora a origem da variante é colocada em xeque. Isso porque a Holanda confirmou que a variante já circulava no país antes do anúncio oficial da Organização Mundial da Saúde (OMS).
E a variante Ômicron tem inspirado tantos cuidados, porque apresenta mais mutações do que a variante Delta (última variante de preocupação). Especialmente, na região da proteína Spike, utilizada pelo vírus para invadir o corpo humano. Apesar disso, mais estudos são necessários para identificar o nível de transmissibilidade e o real perigo que a nova variante representa.
Em meio à tanta informação nova, é claro que as fake news se aproveitariam da situação. De acordo com uma história que está circulando nas redes sociais, a variante Ômicron seria mais severa entre os vacinados contra a Covid-19. Segundo a publicação, a prova seria que a cada 5 mortos por Covid-19, 4 estariam vacinados. Ainda segundo a história, a variante Ômicron agiria na proteína Spike, que seria estimulada pelas vacinas. Confira:
“Omicron é mais severa com os vacinados Segundo artigo do site “The expose”, apenas os, totalmente, vacinados devem temer a variante Covid-19 Omicron, pois os dados mostram que para cada 5 mortos por Covid-19, 4 são de pessoas, totalmente, vacinadas. Ainda segundo o mesmo site, não há motivos para pânico para a população não vacinada, pois a nova mutação age, potencialmente, na proteína Spike, que foi estimulada através das vacinas, sendo as taxas de letalidade, assustadoramente, pior naqueles que foram, totalmente, vacinados. Segue abaixo o artigo em Inglês, para aqueles que não tem facilidade com a língua inglesa, use o Google Chrome e ative o tradutor”.
Variante Ômicron é mais severa em pessoas que já foram vacinadas?
A informação viralizou rapidamente em grupos antivacina nas redes sociais, em especial, no Twitter. Apesar disso, a história não é verdadeira. A explicação fica por conta da Ciência e da falta de lógica nas relações estabelecidas no texto.
Ao olhar para a publicação, logo ficamos desconfiados. A mensagem apresenta as principais características de fake news na internet, como o caráter vago, extremamente alarmista, os erros de português e a falta de fontes confiáveis. Por falar em fonte, percebemos que o site usado como base para toda a história de hoje já é um velho conhecido entre os serviços de checagem. A página é responsável por diversas fake news sobre a pandemia e sobre as vacinas, como a história que afirmava que as vacinas poderiam causar Aids.
Ao analisar a história, percebemos diversas informações equivocadas. A primeira é sobre supostas mortes pela variante Ômicron. Até o momento, nenhum país registrou mortes pela nova variante.
A segunda é sobre as vacinas deixarem as pessoas mais suscetíveis à uma infecção. A tese é totalmente falsa. Como já estamos cansados de dizer por aqui, as vacinas são estruturadas a partir do vírus SARS-CoV-2 original. Algumas delas (como a Pfizer, a Janssen e a AstraZeneca) utilizam a proteína Spike (o principal mecanismo de invasão do SARS-CoV-2 ao corpo humano) para ensinar o corpo a se defender da doença. Com isso, o nosso organismo vai aprender a combater uma possível invasão, produzindo anticorpos e uma memória imunológica. E vale ressaltar que as vacinas não possuem material genético suficiente para desencadear a doença.
O que ocorre com a nova variante é que estudos iniciais apontam que a Ômicron possui mutações importantes no que diz respeito à proteína Spike. Mas não só isso. No vírus como um todo. Por isso, especialistas estão preocupados com a nova variante. Como o vírus sofreu diversas mutações, é possível que as vacinas não consigam fornecer a mesma proteção contra a nova variante. Mas ainda faltam estudos e dados para afirmar qualquer coisa.
A terceira teoria, que fala sobre o número de mortos, também não procede. Países que atualmente estão enfrentando surtos da variante Ômicron, como a África do Sul, possuem taxas de vacinação muito baixas. Em todo o continente africano, apenas 6,6% da população está totalmente vacinada. E de acordo com o Ministério da Saúde da África do Sul, as pessoas completamente vacinadas no país apresentam apenas sintomas leves da Covid-19 (inclusive, depois do surto da nova variante). Ou seja, não existem mais mortes entre os vacinados. Inclusive, diversos estudos ao redor do mundo têm mostrado que pessoas não vacinadas possuem mais risco de morrer por Covid-19.
Se isso não bastasse, o casal de São Paulo identificado com a variante Ômicron, no Brasil, comprovou que tomou a vacina da Janssen, na África do Sul (país onde residem). Apesar do resultado positivo, nenhum dos dois apresenta sintomas da doença (acabando de vez com a teoria da história de hoje).
Em resumo: a história que diz que a variante Ômicron é mais severa com pessoas vacinadas, levando à morte, é falsa! Além de não existirem estudos que comprovem essa afirmação, a história surgiu em um site bastante conhecido por disseminar fake news (inclusive, o mesmo site criou a história de que as vacinas poderiam causar Aids). Se isso não bastasse, não é preciso nem lembrar sobre a importância da vacinação, que já se mostrou eficaz para prevenir mortes, casos graves e controlar a pandemia. Por fim, os países que estão enfrentando surtos da variante Ômicron são países com taxa de vacinação baixíssima. Ou seja, a história não passa de balela.
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61) 99458-8494.
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