Boato – Proteína Spike, presente em vacinas contra a Covid-19, será responsável por quase 62 milhões de mortes por problemas cardíacos em 2022.
É inacreditável estarmos em 2022 e ainda existir gente que segue negando a pandemia da Covid-19. Já são quase 6 milhões de mortos pela doença e quase 400 milhões de casos registrados ao redor do mundo todo.
Se isso não fosse o suficiente, ainda existem os mal intencionados que também seguem disseminando informações falsas sobre os principais métodos de proteção contra a Covid-19, como as vacinas, as máscaras, o distanciamento etc.
Exemplo disso é a história de hoje. De acordo com uma publicação que está sendo compartilhada por aí, as vacinas contra a Covid-19 teriam sido projetadas para ocasionar mais de 62 milhões de mortes por problemas cardíacos. Ainda segundo a história, tudo isso teria sido planejado para acontecer em 2022 e a grande responsável pelo desenvolvimento dos problemas cardíacos seria a proteína Spike. Confira:
Versão 1: “Uma investigação das tendências atuais revelou que as vacinas Covid-19 devem causar mais de 62,3 milhões de mortes cardiovasculares em todo o mundo em 2022, depois de já causarem o dobro de mortes cardiovasculares entre atletas profissionais a cada três meses ao longo de 2021. […] Portanto, em 2022, em vez de vermos os 8,9 milhões normais de mortes cardiovasculares , veremos 71,2 milhões, um aumento de 62,3 milhões de mortes. Nesse ponto, as vacinas terão matado mais pessoas do que o HIV AIDS – apenas de ataques cardíacos. Isso exclui as mortes por VAIDS e por degeneração neurológica mediada por vacinas . Somos quase 8 bilhões. Portanto, 62,3 milhões são menos de 1% da humanidade. Mas será o maior genocídio já cometido contra nós, se a produção de proteína spike continuar no ritmo atual nos totalmente vacinados”. Versão 2: “Vacinas Covid-19 são projetadas para causar 62,3 milhões de mortes cardiovasculares em 2022 em todo o mundo!”.
Vacinas são projetadas para causar 62 milhões de mortes por problemas no coração em 2022?
A informação viralizou em grupos antivacina nas redes sociais, em especial, no Twitter e deixou muita gente preocupada. Apesar disso, a história não é verdadeira. A explicação fica por conta da origem da informação e da falta de noção da história.
Infelizmente, a quantidade de fake news sobre vacinas ao longo da pandemia foi imensa. A equipe do Boatos.org desmentiu dezenas delas, como a que dizia que hackers teriam divulgado dados de mortes por vacina da Pfizer e da Moderna. Também a que indicava que pessoas que estavam tomando a terceira dose das vacinas contra a Covid-19, estariam desenvolvendo aids, no Reino Unido, e por fim, a que apontava que a vacina causou uma parada cardíaca em uma menina de Lençóis Paulista (SP).
É importante ressaltar que boa parte dessas histórias falsas tem como origem um site antivacina do Reino Unido. O site é responsável por informações falsas, como a história que dizia que as vacinas poderiam causar aids e que jogadores de futebol estariam morrendo por causa das vacinas contra a Covid-19.
E bem, a história de hoje surgiu do mesmo site. Se isso não bastasse, um site negacionista aqui no Brasil sempre traduz e republica as mesmas histórias criadas na página do Reino Unido. São sites especializados em pegar dados e distorcer as coisas. E foi exatamente o que aconteceu na história de hoje.
O site britânico, basicamente, pegou dados sobre “mortes de jogadores” e compararam com dados anteriores e com a porcentagem da população mundial que já foi vacinada. A partir disso, eles chegaram ao tal número de mais de 62 milhões de mortes, fazendo uma simples regra de três. Pois é, a nossa cara de incredulidade foi a mesma que você, leitor do Boatos.org, fez agora.
Se a simples regra de três não fosse suficiente, o site conseguiu ir além. O enorme problema da matéria é que a fonte da informação é completamente falsa. Essa história dos supostos jogadores que teriam morrido após tomar a vacina já foi desmentida pela própria Fifa. Aqui no Boatos.org também já desmentimos essa história. Na época, explicamos que a lista usada pelo site do Reino Unido não mostra apenas jogadores de futebol e, além disso, não existe nenhuma correlação entre as mortes e a aplicação da vacina.
A partir disso, o site negacionista britânico perdeu toda a base para o cálculo. Além disso, o site ainda parte de um pressuposto equivocado: de que as vacinas causam mais mal do que a própria Covid-19. Como já estamos cansados de lembrar por aqui, atualmente, o maior número de pessoas internadas em estado grave e mortas por Covid-19 são de não-vacinados.
Se isso não bastasse, o site ainda coloca toda a culpa de doenças nas vacinas, o que é falso! Vacinas não causam doenças, pelo contrário, previnem que as pessoas as adquiram. E essa ideia é totalmente endossada pela associação citada na história. De acordo com a Associação Americana do Coração, a vacinação contra a Covid-19 “supera enormemente o risco de miocardite e possíveis complicações relacionadas ao coração”
Em resumo: a história que diz que as vacinas contra a Covid-19 foram projetadas para causar mais de 62 milhões de mortes em 2022 é falsa! A história surgiu em um site negacionista, do Reino Unido, bastante conhecido por disseminar outras fake news sobre as vacinas contra a Covid-19. A história se baseia em dados falsos sobre “jogadores de futebol” que teriam morrido após se imunizarem, mas a informação já foi desmentida pela Fifa e pelo Boatos.org. Além disso, a “metodologia” utilizada pelo site é uma simples regra de três, usando dados falsos e sem nenhum rigor científico. Por fim, o site ainda tenta descredibilizar a eficácia e a seguranças das vacinas contra a Covid-19. Ou seja, a história não passa de balela.
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61) 99458-8494.
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