Boato – Foi descoberta a farsa. Tarcísio Gomes de Freitas, na realidade, forjou um atentado em Paraisópolis para culpar o PT e a campanha de Fernando Haddad.
Já é sabido que toda campanha eleitoral tem aquela “bala de prata” nos últimos instantes. E pelo que tudo aponta, a principal narrativa do momento aponta para um escândalo por parte de Tarcísio Gomes de Freitas.
Tudo começou há alguns dias, quando ocorreu um incidente durante uma visita de Tarcísio Gomes de Freitas à comunidade de Paraisópolis, na periferia de São Paulo. Na ocasião, homens efetuaram disparos em um local próximo ao prédio em que estava o candidato ao governo de São Paulo.
Depois disso, um dos suspeitos de realizar os disparos foi morto. Na época, chegou-se a se levantar a hipótese de uma tentativa de atentado contra Tarcísio. Isso foi desmentido pela polícia e pelo próprio candidato (e pelo Boatos.org).
Agora, parece que o jogo se inverteu. Após reportagens que apontam que a campanha de Tarcísio pediu para que um cinegrafista da Jovem Pan apagasse imagens do homem que morreu e uma denúncia de testemunhas que apontam que o homem estava desarmado e teria sido morto por seguranças de Tarcísio, surgiu uma tese que apontaria que o atentado foi forjado pelo candidato. Leia algumas das mensagens que circulam online e foram publicadas por influenciadores simpáticos à esquerda:
Versão 1: Inacreditável! A campanha de Tarcísio Freitas forjou um atentado contra ele e depois coagiu cinegrafista a apagar o vídeo do confronto ensaiado, onde mataram um inocente desarmado. Assista ao vídeo e compartilhe Versão 2: Quem efetuou o disparo teria sido um AGENTE DA ABIN!! Tarcísio deve explicações e alguém tem que pagar por isso!!
Versão 3: ASSASSINOS! Campanha de Tarcísio Freitas matou um inocente para fingir um atentado contra o candidato bolsonarista. URGENTE!! Vídeo BOMBA mostra que homem inocente foi ASSASSINADO por agentes da campanha do Tarcísio em São Paulo, tudo pra criar narrativa de atentado (fake)!!!
Tarcísio de Freitas forjou atentado em Paraisópolis para incriminar PT e Haddad?
Em redes sociais como o Twitter, a acusação se espalhou com todas as forças. Só que, assim como falamos que não havia provas de que o ataque em Paraisópolis foi um atentado político, também falamos que não há provas de que Tarcísio forjou um atentado.
No momento, é precipitado falar que o fato da campanha de Tarcísio ter pedido para apagar as imagens e o tal depoimento signifique que estamos diante de um atentado forjado.
O primeiro ponto está no próprio comportamento de Tarcísio de Freitas. Como apontamos em nosso outro desmentido, em nenhum momento ele “vendeu” a tese de que o PT realizou um atentado. Ao contrário, quando o boato começou a ganhar tração em redes sociais, ele desmentiu a informação.
Para Tarcísio, tratava-se de uma questão territorial e não política. Se a intenção seria forjar um atentado para jogar a culpa no PT, há algo errado. O candidato não quis jogar a culpa do episódio em Haddad. Mas e as duas “bombas”?
A primeira, do cinegrafista, não prova que houve tentativa de “ocultação de provas de um atentado forjado”. Até porque o vídeo não prova nada da tese em questão. Não é possível, com base nas imagens apresentadas, segurar a tese de que houve uma armação.
A segunda, sobre testemunhas que apontavam que foi a equipe de Tarcísio foi quem atirou matou o morador e que o homem estaria desarmado, também não prova que houve uma tentativa de falso atentado. Há, inclusive, uma descrição do ocorrido que aponta que houve, de fato, um incidente em Paraisópolis.
Há, sim, coisas a serem apuradas. Deixaremos as perguntas aqui: 1) Foram seguranças ou a polícia que mataram um homem desarmado? 2) Foi uma reação a um ataque? 3) Qual a responsabilidade de Tarcísio? 4) As testemunhas estão mentindo? Enfim, há questionamentos que as investigações devem responder. Porém, a matéria sobre o assunto não aponta ou mesmo questiona que houve um atentado forjado.
Ou seja: até o momento, temos o seguinte quadro. 1) Há dúvidas sendo levantadas sobre o episódio e, claro, há muita exploração política sobre ele. 2) As fontes fiáveis sobre o assunto não levantaram a hipótese de que Tarcísio de Freitas forjou um atentado. 3) Não há provas que apontem para isso.
Resumindo: o episódio de Paraisópolis merece ser investigado (assim como todos os homicídios do Brasil merecem ser investigados), mas falar que o que temos até o momento prova que há um “atentado falso” e que o homem foi morto para sustentar uma narrativa é uma informação leviana e que não passa de boato (assim como falar que o PT foi responsável pelo ataque próximo à equipe de Tarcísio).
Ps: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61) 99458-8494.
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