Boato – Foto mostra criança que foi abandonada em uma rua do Jardim Ingá (ou do Ingá). Compartilhe a imagem para acharmos a família.
Não são poucas as vezes que falamos de histórias que se tornam falsas por conta do caráter vago. É o caso da história de hoje, que pede o compartilhamento de uma imagem de uma criança que estaria “abandonada”.
De acordo com o texto que circula online, uma criança foi abandonada no Jardim Ingá (em algumas versões, é dito que o caso ocorreu em uma “rua do Ingá”) por uma pessoa em um carro. Não haveria a identificação dela e, por isso, há o pedido para que a imagem seja compartilhada para que se chegue à família. Leia:
Versão 1: Essa criança foi abandonada em uma rua do Jardim Ingá, pelos relatos: alguém parou o carro, deixou ela na rua e foi embora. Estamos passando a foto pra ver se alguém conhece. Divulguem nos grupos que você participam pra ver se chega a alguém que conhece essa criança e algum parente.
Versão 2: Essa criança foi abandonada em uma rua de Ingá, pelos relatos: alguém parou o carro, deixou ela na rua e foi embora. Estamos passando a foto pra ver se alguém conhece. Divulguem nos grupos que você participam pra ver se chega a alguém que conhece essa inocente.
Foto mostra criança que foi abandonada em uma rua do Jardim Ingá?
Não demorou para a história se espalhar com todas as forças na internet e, claro, deixar muita gente desconfiada da informação. Porém, não é verdade que a criança da foto (que, obviamente, não será compartilhada aqui) tenha sido abandonada no Jardim Ingá, no Ingá ou em algum lugar do tipo.
A mensagem, o histórico, um pouco de lógica e uma busca pela imagem e pelo caso acabam solucionando a situação. Assim como um “bom boato”, a história carrega características de fake news como o caráter vago, o tom alarmista, os erros de português, o pedido de compartilhamento e a falta de qualquer citação de qualquer fonte confiável que comprove a história.
Além disso, textos deste caráter e com este pedido são comuns em fake news na internet. Já desmentimos no Boatos.org histórias que falavam de uma criança “perdida” em Campo Grande, da que estava perdida na Avenida Brasil e da que havia sido trazida por um motorista da van.
Em todos os casos, foi utilizado um procedimento errado para estes casos. Em vez de compartilhar a imagem a torto e a direito com informações vagas, o melhor caminho seria entrar em contato com o Conselho Tutelar e falar detalhes sobre a criança, data e local e sobre o local. A chance de uma mensagem vaga virar fake news é grande.
Foi o que ocorreu no caso de hoje. Sites locais de cidades que têm um “Jardim Ingá” como, por exemplo Luziânia (que fica em Goiás e pertence à região do entorno do DF) apontaram que é falsa a informação de que a menina em questão estava desaparecida. Houve um caso de abandono similar, mas ele ocorreu no ano de 2014. Ou seja: não tem nada a ver com a história de hoje.
Para além disso, sites de Manaus noticiaram no início do mês o abandono da criança na capital do Amazonas. É importante citar que a criança em questão já estava, na hora da matéria, sob cuidados do Conselho Tutelar. Ou seja: não há qualquer necessidade de “compartilhamento” da mensagem.
Resumindo: é falsa a informação que aponta que uma criança foi abandonada no Jardim Ingá e você precisa compartilhar a foto dela por aí. O caso ocorreu em Manaus no início do mês, já tinha uma resolução e não é preciso ficar expondo a criança por aí.
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61) 99458-8494.
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