Boato – Hoje (2023) juiz federal nega importação de remédio para AME para menina de 4 anos, que corre risco de vida
Na última semana, pessoas que dependem de medicamentos contínuos mais uma vez tiveram uma triste notícia: o reajuste do preço dos medicamentos. Assim como em todos os outros anos, o reajuste é feito a partir do dia 31 de março.
Em 2023, o reajuste do preço dos medicamentos deve ficar em 5,6%, acompanhando a inflação medida pelo IPCA. E se a situação já está difícil para quem usa medicamentos encontrados na farmácia, imagina para quem depende de medicamentos mais complexos, caros e que dependem de importação?
E de acordo com uma história que está sendo compartilhada nas redes sociais, uma mulher explica que sua filha teve a medicação negada por um juiz federal. Segundo o vídeo que acompanha a história, sua filha Antônia, de apenas 4 anos, sofre de Atrofia Muscular Espinhal (AME) e precisa de uma medicação importada, que foi negada pelo juiz, sob o pretexto de que seria um gasto exagerado para o Estado. Ainda segundo a publicação, a sentença dada pelo juiz teria sido divulgada hoje. Confira:
Versão 1: “Lei Ruanet,pagar deputados pra retirar assinatura da CPMI do dia 8 vale mais que o remédio para essa criança. Que juiz é esse !? Quanta maldade…!”. Versão 2: “Esse juiz q negou o remédio,ainda vai pagar caro pq a Lei de Deus ,cobra! Aguarde juiz,o mundo da voltas!”. Versão 3: “A VIDA DESTA MENINA, ESTA VALENDO MENOS DO QUE 5 MILHÕES PARA CLAUDIA ARRAIA E OS 10 BILHÕES DA LEI RUANE OU RUA LADRA PARA GOVERO ATUAL E ESTE JUIZ FEDERAL!!!!”. Versão 4: “Juiz do judiciário Brasileiro, seguindo o passo do STF e do Presidente nomeado no BRASIL, que são genocidas. Decreta sentença de morte a criança portadora de enfermidades !!!”.
Versão 5:*JUIZ DECRETA PENA DE MORTE PARA UMA CRIANÇA BRASILEIRA!! VC AINDA ACREDITA QUE NÃO HÁ PENA DE MORTE NO BRASIL ? Pra comprar lagostas, pra dar $5 milhões pra Cláudia Raia (Agora Ludimila), pra dar nosso dinheiro pra Cuba, Argentina, Venezuela, pra aumentar os Ministérios pra 37… Pode!!! Mas, pro Estado pagar o remédio de uma criança, com risco de morte, é gasto desnecessário e absurdo!! Assistam
Juiz nega remédio a menina com AME em 2023 e ela corre risco por isso?
A informação viralizou nas redes sociais, em especial, no Twitter, no Facebook e no WhatsApp e deixou muita gente revoltada na internet. Entretanto, a história não é bem assim. A explicação está na origem do vídeo e de toda a história.
Ao procurar pelo assunto na internet, descobrimos que o caso não é recente. A situação chegou ao conhecimento público em março de 2018. Antônia, a menina que aparece no vídeo, foi diagnosticada com AME quando tinha apenas 1 anos e 2 meses. Na época, um novo tratamento prometia melhorar a qualidade de vida dos pacientes portadores da doença.
O método, porém, custava caro. Foi aí que a família de Antônia resolveu entrar na Justiça para garantir o tratamento da menina. Entretanto, no início de março de 2018, o juiz Bruno Otero Nery, da 3ª Vara Federal de Volta Redonda, negou o pedido da família por considerar que o caso de Antônia não era urgente. Mas no dia 19 de março de 2018, o juiz voltou atrás após uma nova análise sobre o caso, incentivado por pressão popular.
Após a decisão favorável, Antônia começou a receber o tratamento no mesmo ano. A primeira aplicação do medicamento ocorreu em agosto de 2018. Entretanto, a família de Antônia ainda teve que seguir lutando na Justiça. No início de fevereiro de 2020, Antônia deveria ter recebido a oitava dose do medicamento, mas teve problemas com a entrega da medicação.
E, infelizmente, até os dias de hoje, Antônia e sua família ainda precisam lidar com a burocracia para garantir o acesso ao tratamento. No dia 20 de março de 2023, a mãe de Antônia publicou um texto, onde conta que precisou enfrentar bastante burocracia, mas que o processo para Antônia conseguir a medicação foi aprovado.
Como é possível ver, a decisão do juiz é coisa do passado. Ainda que ele tenha negado, em um primeiro momento, a concessão do medicamento, voltou atrás e aprovou o pedido da família. E não é por causa disso que Antônia corre riscos. Hoje, a menina segue fazendo o tratamento e está reagindo bem ao procedimento.
Em resumo: a história que diz que juiz negou um medicamento para o tratamento de AME de uma menina de apenas 4 anos e, por isso, ela corre risco de vida é falsa! Todo o caso não é recente. Ele começou em 2018. Na época, o juiz, de fato, negou o tratamento para a menina, por não considerar o caso urgente. Porém, após pressão social e insistência da família, alguns dias depois o juiz voltou atrás e concedeu o direito à Antônia. A menina iniciou todo o procedimento em agosto de 2018 e, infelizmente, até hoje segue tendo problemas com a burocracia e o atraso do remédio. Mas segue em tratamento e com muitas evoluções.
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