Boato – Ex-presidente Lula convocou um exército comandado por João Pedro Stédile para atacar quem for às ruas no dia 15 de março.
Famoso nas redes sociais desde o início do ano de 2015, o dia 15 de março terá eventos contra a presidente Dilma Rousseff. Virtualmente, muitas pessoas confirmaram presença nas manifestações que devem ocorrer em diversos locais do país. Dada a repercussão, diversas informações (nem sempre tão corretas) têm circulado pela internet.
Uma delas surgiu no início do mês de março de 2015. Ela apontava que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva teria convocado um exército para enfrentar as pessoas que fossem às ruas no dia 15 de março para pedir o impeachment de Dilma. Junto à matéria (que circulou em blogs), haveria um vídeo de Lula. Leia:
Impeachment: LULA promete Atacar com Exército quem for as ruas dia 15 de Março
Lula prometeu atacar população de “direita” que for as ruas no dia 15 de março clamar pelo impeachment de Dilma Rousseff ameaças foram feitas em congresso do MST e CUT esta semana, no vídeo abaixo você confere as duras críticas que LULA faz ao povo que não votou em Dilma nas eleições e chama o povo de violentos.
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“Quero paz e democracia, mas, se eles não querem, nós sabemos brigar também, sobretudo quando o João Pedro Stédile colocar o exército dele do nosso lado.” Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil, ameaçando lançar o exército do MST contra a população insatisfeita, no mesmo dia em que a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a principal nota de crédito da Petrobras e retirou o grau de investimento, por conta da roubalheira comandada pelo PT na estatal que ele finge defender.
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Há muitas outras informações no texto como a comparação de Lula com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o pedido para o impeachment também do vice-presidente do Brasil, Michel Temer. Agora vamos aos fatos.
Não. Lula não pediu para o Exército sair às ruas para atacar as pessoas que pedir a saída de Dilma do poder. Até porque, como ex-presidente, ele não tem o mínimo poder sobre as Forças Armadas brasileiras.
O que aconteceu, na realidade, foi o uso de figuras de linguagem (nem sempre felizes) para tratar do debate. Quando se fala em “exército”, ele queria falar da militância do partido. Além disso, em nenhum momento ele fala em ataques a manifestantes. Até porque se algo acontecer, a polícia deve agir. E assim como com o Exército, Lula não tem poder sobre a polícia.
É importante ressaltar que não há guerra civil à vista e tampouco previsão de ataques e massacres a quem se manifestar contra Dilma no dia 15 de março de 2015. Um clima mais tenso e de rivalidade (ao pior estilo torcidas organizadas) poderia fazer com que cenas como as dia 25 de fevereiro se repitam. À época, “exércitos” pró e contra Dilma se enfrentaram no Rio de Janeiro e rolou pancadaria.
Resumindo: Lula não mandou ninguém atacar ninguém. Ele até usou a palavra “exército” (de forma beeem infeliz), mas não quer coagir os protestos do dia 15 de março. Se você ainda tiver dúvidas, espere o dia 15 e venha dar razão ao Boatos.org.