Boato – Usando um míssil antiaéreo, Kim Jong-Un manda matar ministro da Defesa da Coreia do Norte, Hyon Yong-Chol, por dormir em serviço.
Por ser um dos países mais fechados do mundo, a Coreia do Norte acaba, periodicamente, sendo alvo de histórias impressionantes. Muitas delas não conseguem ser comprovadas. Aqui no Boatos.org já falamos de alguns desses casos como, por exemplo, de quem Kim Jong-un (ditador do país) teria mentido ao povo que o país ganhou a Copa do Mundo e a de que ele obrigou as pessoas a cortarem o cabelo igual ao dele. A história de hoje é um pouquinho mais violenta.
Circulou em todos os portais de notícias do mundo (todos não, ok. Mas em boa parte deles) que Hyon Yong-Chol, ministro da Defesa do país, teria sido executado com um tiro de míssil antiaéreo por ter dormido diante de Kim Jong-Un durante um desfile militar. A suposta execução ocorreu no dia 30 de abril. A história surgiu do NIS, serviço secreto da Coreia do Sul, e foi divulgada para os quatro cantos do mundo pela agência de notícias AFP. Leia trechos da história:
Kim Jong-un executa Ministro por ter cochilado em evento
Seul, 13 Mai 2015 (AFP) – O ministro da Defesa da Coreia do Norte, Hyon Yong-Chol, foi executado por insubordinação e por ter dormido em um desfile diante do líder Kim Jong-Un, informou nesta quarta-feira a agência de inteligência de Seul.
Centenas de oficiais acompanharam no dia 30 de abril a execução de Hyon Yong-Chol com um canhão antiaéreo, em uma academia militar do norte de Pyongyang, segundo os serviços secretos sul-coreanos.
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A imprensa, em particular a sul-coreana, explicou várias vezes, sem conseguir uma confirmado, que a execução com um canhão antiaéreo é utilizada para as personalidades de alto escalão, para que sirva de exemplo aos demais.
Hyon, nomeado para o cargo há menos de um ano, teria sido surpreendido dormindo durante atos militares e também teria respondido de maneira inadequada a Kim Jong-Un em várias oportunidades, informou a agência de notícias Yonhap, que cita as declarações de um funcionário do partido governante.
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A história é impressionante e pelo que o mundo conhece de Kim Jong-Un, pode ser real. Mas não é bem assim. Um dia depois de a AFP divulgar a notícia, no dia 14 de maio, a agência publicou outra matéria. Dessa vez, a nota apontava que os sul-coreanos haviam voltado atrás e falado que a história poderia ser falsa.
Para reforçar as suspeitas, a TV Estatal do país teria divulgado imagens do ministro falsamente executado. Mesmo que fossem gravadas, isso não segue a lógica do ditador norte-coreano. Quando alguém de alto escalão é morto no país, costuma deixar de ser citado pelo governo. É como se nunca tivesse existido.
Como era de se imaginar, o desmentido foi publicado por alguns dos grandes portais brasileiros (como o G1 e o R7), mas não circulou tanto quanto a história como a história do boato. De lá pra cá, o assunto morreu e ninguém confirmou ou desmentiu.
Sendo assim, podemos afirmar que a história de que o ministro da Defesa da Coreia do Norte foi morto por um tiro de míssil antiaéreo é um boato. Neste caso, vacilo da mídia de ter comprado a história e divulgado para todo mundo.