Confira 5 tipos de golpes relacionados ao bitcoin e outras criptomoedas.
Recentemente, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Associação Brasileira dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima) realizaram um experimento conjunto para avaliar a vulnerabilidade dos brasileiros diante de golpes envolvendo criptomoedas. O resultado foi assustador: cerca de metade dos participantes do projeto perderia dinheiro ao se deparar com um site falso.
A ideia consistia em promover um site fictício com promessas de grandes lucros e garantias infundadas. A página ficou ativa por quatro meses, tendo recebido a visita de 104 mil pessoas, que chegaram ali atraídas por anúncios online e posts em redes sociais.
Infelizmente, os perigos não se limitam a pegadinhas inofensivas como a relatada acima. Só em 2023, investidores em cripto perderam US$ 2 bilhões, e os roubos não param de crescer. Em um caso real que aconteceu no mês de maio, um internauta perdeu cerca de US$ 68 milhões (mais de R$ 370 milhões, na cotação atual) em criptomoedas após cair em um golpe tradicional no mercado cripto. Um outro caso surpreendente está descrito no site da eToro, uma das melhores exchanges de criptomoedas do mercado. O relato conta a história do desmantelamento de uma rede de fraude de investimento e lavagem de dinheiro responsável por perdas na ordem de 30 milhões de euros na Europa. Descubra a seguir alguns dos golpes mais comuns e fique atento para não se tornar a próxima vítima.
1) Sites falsos
Como no exemplo da pegadinha da CVM e da Anbima, plataformas de investimento falsas são um fator de risco para quem busca investir em criptomoedas. Pense duas vezes antes de clicar no link de uma corretora que promete ganhos fáceis e nenhum risco. Quando a esmola é demais, o santo desconfia. Também fique atento a erros de digitação e gramaticais, além de quebra no design da página. Plataformas legítimas costumam apresentar um texto decente e um layout bem construído.
Outro ponto de atenção está no URL. Verifique se a conexão é segura. Para isso, veja se há o símbolo de cadeado na barra de endereço do navegador ou se o URL se inicia com a sigla “https”. Sem a letra “s”, o protocolo usado pela página não é seguro. Assim, seria melhor nem se arriscar nessa página.
Ainda com relação ao endereço, verifique se ele foi digitado corretamente. Cibercriminosos costumam trocar alguns caracteres para confundir o internauta. Um exemplo seria digitar “et0ro” no lugar de “etoro”. Deus mora nos detalhes (e o diabo também).
2) Envenenamento de endereço
Certa vez, um internauta perdeu US$ 68 milhões? Pois bem, tudo começou quando ele recebeu uma transferência simulada de 0,05 ETH. O problema é que o endereço da carteira do golpista era muito parecido com o dele, mas não era o mesmo. Essa técnica se chama envenenamento de endereço. Contando com a falta de atenção, a vítima acaba fazendo uma transferência de valores para uma carteira errada.
Assim, quando você for enviar valores de uma carteira para outra, evite simplesmente copiar e colar o endereço de destino. Confira se todos os caracteres são exatamente os mesmos para evitar que seu capital caia no limbo.
3) Publicidade enganosa
De novo, cuidado com promessas de ganhos fáceis e rápidos. Não são raras as divulgações publicitárias de criptoativos por celebridades e influencers. Geralmente divulgam vídeos curtos com ênfase nos ganhos e omissão dos riscos. Lembre-se que nenhum investimento está livre de riscos, principalmente no volátil mundo das criptomoedas.
4) Aplicativos falsos
Golpistas também desenvolvem aplicativos falsos para enganar investidores em criptomoedas. O risco é maior para os usuários do sistema Android, já que a plataforma não oferece o mesmo nível de segurança que o iOS. Mas independentemente do seu dispositivo, preste atenção aos mínimos detalhes da plataforma utilizada. Assim como os sites falsos, alguns elementos podem denunciar uma fraude, como erros ortográficos, layout disfuncional, promessas de ganhos absurdas, etc.
5) Phishing
Phishing é uma mensagem fraudulenta projetada para se parecer o mais legítima possível. O objetivo é induzir a vítima a fornecer informações confidenciais ou clicar em links maliciosos. Para não cair nesse tipo de golpe, desconfie de mensagens urgentes ou promessas de lucros fáceis. Golpistas costumam usar a urgência e a ganância para pressionar suas vítimas.
Verifique também o endereço do remetente com atenção. Cibercriminosos podem usar cantas falsas que se assemelham muito às oficiais. Além disso, evite clicar em links de mensagens recebidas de estranhos. Em vez disso, acesse o site da plataforma de criptomoedas digitando o endereço correto diretamente na barra de navegação.
Por fim, nunca forneça suas credenciais ou informações bancárias a ninguém. Plataformas legítimas não solicitam senhas ou qualquer outra informação sigilosa que possa colocar seus fundos em risco. E claro, confira o conteúdo da mensagem. Muitas vezes, os golpistas anunciam ofertas iniciais de moedas (ICOs) falsas como forma de roubar fundos de suas vítimas.
Conclusão
É fundamental que você implemente todas as medidas de segurança possíveis para proteger sua carteira de criptomoedas e, consequentemente, seus ativos digitais. Em primeiro lugar, escolha o tipo de carteira ideal para suas necessidades. Se tiver uma quantia razoavelmente alta em criptoativos, é melhor manter suas moedas digitais em uma cold wallet, também conhecida como carteira fria, já que não fica conectada o tempo todo à Internet. Isso praticamente impossibilita a invasão e roubo de seu dinheiro.
Além disso, crie senhas fortes e exclusivas, e ative a autenticação de dois fatores (2FA), caso esteja disponível no seu dispositivo. E não se esqueça de manter seus softwares sempre atualizados, já que isso garante proteção contra eventuais vulnerabilidades encontradas em suas versões desatualizadas.