Boato – A Imperatriz teria vendido o título do Carnaval de 2025 para a Liesa e a Beija-Flor em um esquema milionário.
Análise
Após o resultado do Carnaval 2025, começou a circular na internet uma mensagem apontando que a Imperatriz Leopoldinense teria vendido o título do desfile para a Liesa e para a Beija-Flor. O texto alega que a negociação envolveu um esquema milionário, com participação de membros da organização do evento e representantes da Riotur.
A suposta denúncia afirma que componentes da Imperatriz foram isolados antes do desfile e que pagamentos milionários teriam sido feitos para garantir a vitória da Beija-Flor. O texto ainda menciona que o esquema foi articulado em uma reunião envolvendo personalidades conhecidas do Carnaval. Confira o que diz a mensagem:
CARNAVAL 2025 – DIVULGADO O ESCÂNDALO QUE TODO MUNDO SUSPEITAVA! Talvez, isso explique a razão do comentarista Milton Cunha ter declarado a seguinte frase: “Se as pessoas soubessem o que aconteceu na apuração, ficariam enojadas”. Todos os brasileiros ficaram chocados e tristes com o resultado do Carnaval do Rio em 2025. Não deveriam. O que está exposto abaixo é a notícia em primeira mão que está sendo investigada por rádios e jornais de todo o Brasil e alguns estrangeiros, mais especificamente Wall Street Journal of America e o Gazzeta dello Samba e deve sair na mídia em breve, assim que as provas forem colhidas e confirmarem os fatos. Fato comprovado:
A Imperatriz VENDEU o Carnaval 2025 para a LIESA. Os carnavalescos foram avisados, às 13:00 do dia 03 de março (dia do desfile), em uma reunião envolvendo o Sr. Gabriel David (na única vez que o presidente da LIESA compareceu a um esquenta de bateria), a presidente da Imperatriz Cátia Drumond, o Sr. Neguinho da Beija-Flor, intérprete da Beija-Flor, e o Sr. Ronald Rhovald, representante da patrocinadora RIOTUR. Os componentes das escolas envolvidas permaneceram em isolamento, em seus quartos ou no lobby do hotel. A princípio muito contrariados, os ritmistas se recusaram a trocar o título por homenagem ao Sr. Neguinho da Beija-Flor.
A aceitação veio através do pagamento total dos prêmios, US$ 70.000,00 para cada ritmista, mais um bônus de US$ 400.000,00 para todos os componentes das alas e integrantes da comissão de frente, num total de US$ 23.000.000,00 vinte e três milhões de dólares, através da empresa Brahma. Além disso, os componentes que aceitarem o contrato com a empresa Brahma nos próximos quatro anos terão as mesmas bases de prêmios que os componentes de elite da empresa, como o próprio Zeca Pagodinho, Paulo Barros da Unidos da Tijuca, Mestre Marcão da Tuiuti e Vander Pires da Viradouro.
Mesmo assim, Pitty de Menezes se recusou a puxar o samba, o que obrigou a presidente Cátia Drumond a escalar o puxador Zacarias do Seca Copo, dizendo que Pitty estava com problemas nas cordas vocais (em primeira notícia divulgada às 13h30 no centro de imprensa) e, logo depois, às 14h15, alterando o prognóstico para problemas estomacais). A sua situação só foi resolvida após o representante da Brahma ameaçar retirar seu patrocínio vitalício, avaliado em mais de US$ 90.000.000,00 (noventa milhões de dólares) ao longo da sua carreira.
Assim, combinou-se que a Imperatriz seria derrotada durante a apuração, a partir do 7° quesito, porém a apatia que se abateu sobre os ritmistas fez com que a Beija-Flor, que absolutamente não participou desta negociação, abrisse uma vantagem considerável nas notas. O Sr. Cuca Belludo, novo presidente da RIOTUR, cidadão soteropolitano, aplaudiu a colaboração da escola de Ramos, uma vez que o título do Carnaval 2025 trouxe equilíbrio à Nilópolis num momento das mais altas taxas de desemprego jamais registradas naquele município, que serão agravadas pela recente introdução do BTC (bitcoin) e o mercado comum da baixada fluminense (MCBF). Garantiu, também, ao Sr. Gabriel David, através de seu pai, Anísio Abrahao David, que a Imperatriz teria seu caminho facilitado para o título de 2026. Por gentileza passem esta mensagem para o maior número possível de pessoas, para que todos possam conhecer a sujeira que ronda o Carnaval! Desde, já agradeço. Um abraço. Gunther Schweitzer Central Globo de Jornalismo
Checagem
A mensagem sobre a suposta venda do Carnaval 2025 pela Imperatriz Leopoldinense contém diversos elementos típicos de fake news. E é mesmo fake. Vamos responder às principais questões na checagem: 1) A Imperatriz vendeu o Carnaval de 2025 para a Beija-Flor e para a Liesa? 2) A vitória da Beija-Flor no Carnaval de 2025 tem algum indício de fraude? 3) Qual é o histórico deste texto?
A Imperatriz vendeu o Carnaval de 2025 para a Beija-Flor e para a Liesa?
Não há qualquer evidência de que a Imperatriz tenha vendido o Carnaval para a Beija-Flor ou para a Liesa. Nenhuma fonte confiável ou órgão oficial do Carnaval carioca confirmou essa informação. Além disso, a mensagem cita nomes de pessoas e empresas sem qualquer prova concreta.
A vitória da Beija-Flor no Carnaval de 2025 tem algum indício de fraude?
O sistema de apuração do Carnaval do Rio de Janeiro segue regras rígidas, sendo auditado e acompanhado por diversas entidades. Não há qualquer denúncia formal sobre fraudes na contagem dos votos ou na premiação da escola campeã.
Qual é o histórico deste texto?
A mensagem é uma adaptação de uma fake news antiga. O mesmo tipo de boato circulou na Copa do Mundo de 1998, alegando que o Brasil teria vendido o título para a França (veja aqui). A teoria voltou a circular durante o 7 a 1 contra a Alemanha (confira aqui) e nas eleições de 2014 (entenda mais).
Conclusão
O boato de que a Imperatriz Leopoldinense vendeu o título do Carnaval 2025 para a Liesa e para a Beija-Flor não é verdadeiro. A mensagem não apresenta provas concretas e é uma variação de fake news já disseminadas no passado. O resultado do desfile seguiu o sistema oficial de apuração e não há indícios de fraude.
Fake news ❌
Ps: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo e-mail [email protected] e WhatsApp (link aqui: https://wa.me/556192755610)