Boato – Participante do jogo Baleia Azul afirma que tem que matar 30 crianças e vai entregar balas envenenadas em escolas para cumprir desafio.
E cá estamos mais uma vez para falar de uma história que surgiu do jogo Baleia Azul. Não bastasse o pânico criado pelas pessoas por causa do jogo em si, uma informação que circula na internet aponta que agora as crianças de creches estão sendo ameaçadas pelo jogo e, claro, está gerando mais pânico ainda.
De acordo com a mensagem que circula por WhatsApp e Facebook, participantes do desafio da Baleia Azul estão prometendo entregar balas envenenadas em escolas Brasil afora. Encontramos versões do estado de São Paulo, Mato Grosso (Ponta Porã) e Minas Gerais. A que mais viralizou seria de “Lucas” de Ipanema (MG). Leia o texto que circula online:
Oi me chamo Lucas estou no desafio da baleia azul moro na cidade de Ipanema MG estou no décimo desafio que é dar balas envenenada pra 30criancas de 3escolas diferentes como já conhece bem a cidade escolhi o Nilo e a escolinha do campo e a imaculada pois tem mas criancas de pequenas peço desculpas as mães mas tenho que cumprir ou eles vem atrás de mim sinto muito pelos filhos de vcs desafio aceito. Gente, falem com as crianças para não aceitarem balas, nem nada na escola nem na rua.Olhem o que esta acontecendo. Vou repassar como esta postado!
Balas envenenadas são entregues em escolas por participantes do jogo Baleia Azul?
Não precisa nem dizer que a história causou pânico em diversas cidades, principalmente em Ipanema (MG). De acordo com essa matéria do Extra, os hábitos dos moradores foram modificados e a polícia também ficou alerta com a ameaça. Mas será que a história é real mesmo? Pelo menos por enquanto (e esperamos que nenhum gênio resolva colocar a ideia em prática), a história é um boato.
O primeiro indício está no próprio caráter da mensagem. Se você não sabe, essa história de 30 crianças que vão ser mortas já foi tema de boato na internet (relembre aqui). A história de balas em portas de escola também já virou lenda urbana. Junte isso ao caráter da mensagem, que cita poucas informações, tem caráter alarmista e pede compartilhamento e o fato da mesma história se modificar de cidade para cidade (assim como no caso do assassino de crianças), temos algo com “cara de boato”.
A “cara” de boato se transforma em boato quando temos mais alguns elementos. O primeiro é a própria polícia de Minas Gerais que classificou que a mensagem como boato (como aponta a própria matéria do Extra). O segundo é que já estão acusando um inocente com essa história. Um jovem chamado Lucas que mora na região está tendo a sua foto relacionada ao jogo após ele ter postado uma mensagem falando do Baleia Azul. Com a ameça de ser confundido, ele postou um desmentido.
O último indício que aponta para o boato está no próprio caráter do jogo. Na essência, o Baleia Azul não é um jogo para “matar outras pessoas”. Como é possível ver nas informações que temos até agora, todas as tarefas envolvem autopunição e automutilação. Logo, não faria muito sentido uma missão como a descrita no boato.
Resumindo: é claro que é sempre bom orientar as crianças de não receber “presentes” de estranhos (independentemente de Baleia Azul ou não). Porém, a história da pessoa que vai entregar balas envenenadas na porta das escolas por causa do Baleia Azul cheira, por enquanto, mais a lenda urbana. Só esperamos que algum “gênio” não se inspire na história para praticar a ação.
PS: Esse artigo foi uma sugestão de Sandra Kohler, Cristiane Lopes Da Silva, Larissa Lary, Jennifer Stephanie, Renata Rodrigues, Hildegard Abt, “Moacc”, “Jusce”, “Ana”, Edu Carvalho, Renata Rosa e de diversos leitores via WhatsApp. Se você quiser sugerir um tema para o Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook ou WhatsApp, no telefone (61) 99331-6821.