Boato – A Fazenda Angolana, local de criação de animais em São Roque (São Paulo), seria a fornecedora dos cachorros da raça beagle que o Instituto Royal usa para testes.
Nas redes sociais, o assunto da semana é o resgate dos cachorros da raça beagle que eram utilizados em testes de cosméticos, medicamentos e alimentos no Instituto Royal (localizado na cidade de São Roque, em São Paulo). A repercussão do fato acabou gerando alguns boatos da internet como, por exemplo, de que o Instituto Royal pertencia à empresa Royal Canini.
Este outro boato envolve uma denúncia de que os cães que estavam sendo utilizados como cobaias no Instituto Royal seriam advindos da Fazenda Angolana, local onde se cria e comercializa animais. De acordo com a denúncia, era do local que os cães eram enviados para o Instituto Royal. Leia o texto:
“SOBRE A MALDITA FAZENDA ANGOLANA: Fazenda Angolana escondeu os dois caminhões de beagles que foram retirados do Instituto Royal onde serviram para testes cruéis, com medo que a Caravana que protestava contra o instituto roya,l pedindo pelo fim dos testes onde são torturados, invadisse, retirasse, e libertasse os animais , eles retiraram antes e os esconderam nesta fazenda Angolana , em São Roque , lá supostamente seria um passeio turístico , onde as pessoas podem comprar animais, Neste lugar são mantidos também alguns ANIMAIS que SERÃO USADOS EM LABORATÓRIO. Isto não é perseguição , é realidade…”
Alguns fatores corroboram para que a Fazenda Angolana fosse acusada. O primeiro deles é a localização. A fazenda fica a alguns quilômetros do Instituto Royal e na mesma cidade. Além disso, a empresa se diz “especialista” na criação de cães da raça beagle. Por fim, o local se orgulha pela prática de criar e vender animais. O comércio é uma das práticas abominadas pelos grupos de defesa dos animais.
Apesar de todos os fatores citados acima e do relato (que se espalhou como pólvora em redes sociais), ainda não há provas de que a Fazenda Angolana fornece animais para testes. No site oficial do local, há uma declaração desmentindo o boato. Neste site de São Roque também há um comunicado:
“Nós da Fazenda Angolana não temos nenhum tipo de parceria ou qualquer vínculo com o instituto Royal. Criamos diversas espécies de animais há mais de 30 anos e só por estarmos na mesma cidade não é justo divulgarem uma coisa sem fundamento e pior, sem prova alguma. Os nossos clientes sabem do amor que temos por nossos cães, nossa Fazenda está aberta e sempre esteve para qualquer esclarecimento”.
A falta de provas (não há fotos, documentos etc) da atuação da Fazenda Angolana no fornecimento de beagles para o Instituto Royal e o pronunciamento do local negando o envolvimento fazem a denúncia ser, até o momento, apenas mais um boato.
Detalhe: mesmo que a Angolana fosse fornecedora de cães para testes, nada poderia ser feito até que se prove que o Instituto Royal realmente agia com maus-tratos contra animais. Isso é o que diz a lei. Claro que há um debate ético que vai muito além do que aponta a legislação sobre o assunto.