Boato – Após enchente em São Paulo, Ceagesp vai lavar alimentos (como peixes e frutas) contaminados pela chuva e vendê-los às pessoas.
O dia 10 de fevereiro de 2020 vai ficar marcado na história e na vida de muitos moradores de São Paulo. Nesse dia, a cidade recebeu quase metade de toda a chuva esperada para o mês de fevereiro.
E de acordo com uma mensagem que está circulando nas redes sociais, as chuvas que atingiram São Paulo também têm gerado confusão sobre a Ceagesp. Depois da enchente, fotos impressionantes de alimentos boiando na lama passaram a ser compartilhadas na internet.
Com isso, uma história viralizou nas redes sociais. De acordo com a publicação, as pessoas deveriam evitar frutas e peixes da Ceagesp nos próximos 15 dias. O motivo seria o reaproveitamento de alimentos afetados pela enchente. Segundo a publicação, a Ceagesp iria levar os alimentos e colocá-los à venda. Confira:
“Oi pessoal , recebi um alerta para não comprarmos peixe nos próximos 10 dias. O local onde ficam amarzenados na Ceagesp ficou inundado com risco de contrair doenças principalmente a leptospirose. Lavar as frutas verduras e legumes bem antes de descascar e consumir! Não comer nada cru, nem salada. Vai o alerta!:
Pessoal bom dia. Como alguns de vocês sabem, trabalho numa distribuidora de carnes e congelados. Nossa Centro de Distribuição fica no Ceagesp, ontem impossível dese trabalhar, e hoje vim aqui conferir toda a situação. Pessoal de vdd, se puderem, evitem frutas e verduras nos próximos 15 dias. Além dos preços absurdos, a qualidade será a das piores. Essa história que será tudo descartado é pura ilusão, tem muita, muita, muita comida no meio dessa lama e lixo todo.
O que realmente estragou certamente irá para o lixo, mas os demais gente, certamente será lavado e colocado para consumo, porque são toneladas e toneladas de alimentos, e o prejuízo desses fornecedores serão imensos, e nesse País onde o dinheiro fala mais alto, duvido que tudo isso aqui será jogado fora. A sujeira é imensa, bicho morto a dar com pau aqui…então fica o alerta e dica, para evitarem o que puderem”.
Ceagesp vai reaproveitar peixes e frutas contaminados pela chuva em SP?
A informação causou estranhamento nas redes sociais e deixou muitos internautas revoltados. Mas será que essa história de que a Ceagesp vai reaproveitar alimentos contaminados pela chuva é real? Não é!
Vamos aos detalhes! Ao ler a mensagem, é possível identificar diversas características de boatos online, como o caráter vago, alarmista, os erros de português e a falta de fontes confiáveis.
Vale destacar que essa é uma acusação bastante grave e, apesar disso, nenhuma prova do suposto plano da Ceagesp foi apresentada. Também vale ressaltar que não existe nenhum caso histórico onde, depois de uma enchente, alimentos foram reaproveitados no Brasil.
Sem muitas informações, resolvemos, então, buscar por mais detalhes na própria Ceagesp. Como é possível ver em uma das redes sociais da Ceagesp, nem se as pessoas quiserem vão conseguir comprar no local. Segundo um comunicado, a comercialização de pescados, que iria acontecer no dia 12 de fevereiro de 2020, foi cancelada.
Além disso, a Ceagesp já concedeu entrevistas informando sobre o prejuízo sofrido. Segundo a Companhia, a Ceagesp perdeu 7 mil toneladas de alimentos e teve um prejuízo de cerca de R$24 milhões.
Por fim, vale destacar que todo o processo de descarte dos alimentos contaminados da Ceagesp passa por fiscalização externa. Ou seja, não seria nada fácil vender algo estragado ou contaminado às pessoas. Segundo a Ceagesp, os produtos afetados pela inundação foram levados até um aterro.
Em resumo: a história que diz que a Ceagesp vai vender produtos contaminados pela chuva em SP é falsa! A mensagem que está circulando tem diversas características de boatos (vaga, alarmista e com erros de português), não aponta uma fonte confiável e sequer apresenta provas. Ou seja, a história não passa de boato. Até a próxima!
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61) 99177-9164.
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