Boato – Depois de ter reagido a um assalto e matado um ladrão na porta de uma escola, uma “mãe PM” pode ser presa. Os “direitos humanos” estão pedindo a prisão dela.
O caso da policial militar Katia da Silva Sastre, que reagiu a um assalto e matou o homem que queria cometer o crime na cidade de São Paulo no dia 12 de maio, tem dado o que falar. O fato de o bandido ter tentado realizar o assalto em frente a uma escola, de ela ter sido bem-sucedida na ação, de tudo ter sido gravado e de o assunto mexer com uma pauta política (na verdade, esse é o motivo mais forte de todos) tem gerado muita discussão e, claro, alguns boatos na web.
A última história que circulou online dá conta de que os “direitos humanos” pediram a prisão da policial (que era mãe de um dos alunos que estava na escola) que reagiu ao assalto. Uma postagem aponta que os advogados do assaltante teriam pedido a prisão no PM por “homicídio cruel” e que ela será interrogada. Leia um trecho da mensagem que circula online:
Direitos Humanos pede a prisão de Mãe PM que matou ladrão na porta de escola. Os advogados da família do assaltante morto pela Mãe-PM, que foi assassinado no último sábado (12), solicitaram ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP), a prisão preventiva da policial que atirou no suspeito a queima roupa. Segundo os advogados, a PM-Mãe deve ser autuado por Homicídio Cruel e sem Possibilidade de Defesa para a Vítima, pois teria se ‘excedido’ na reação. […]
Direitos Humanos pedem prisão de mãe PM que matou ladrão em escola?
Obviamente, a mensagem circulou muito na internet e gerou muitos comentários indignados. Mas será mesmo que a policial militar Katia da Silva Sastre, que reagiu a um assalto, pode ser presa? A resposta é não. Para você entender tudo, vamos aos fatos.
O primeiro ponto que nos faz crer que a história é falsa está na fonte da informação. O site que criou a notícia é um conhecido site de fake news. Entre as histórias que já desmentimos aqui está a que aponta que a Polícia Federal prendeu um bruxo que fazia sacrifícios para a Globo. Para além dessa fonte (nada confiável), não há registros da história em nenhum outro lugar (nem no Jornal O Dia, citado como criador da notícia).
Para além disso, a história está cheia de informações erradas. Vamos enumerá-las: 1) O assaltante morto não tinha advogados. Até porque a pessoa não precisa de defesa na Justiça após a morte. 2) Não há qualquer registro de pedido de investigação no Ministério Público. 3) Não existe o crime de “Homicídio Cruel e sem Possibilidade de Defesa para a Vítima”. Isso é chamado de “homicídio qualificado”.
Há mais dois fatores que merecem um destaque extra. O primeiro é, contrário do que o texto diz, a PM não foi criticada pelo crime. Ao contrário, ela foi homenageada pelo governador de São Paulo, Márcio França. O último é que “direitos humanos” é tratada como uma “entidade” que pede, manda, faz e acontece. Já falamos aqui que “direitos humanos” não fazem nada. Quem o faz são as entidades.
Só para terminar, a mensagem se utiliza de uma imagem de uma mulher sendo presa e a descrição “PRESA”. A foto não tem nada a ver com Katia da Silva Sastre. Ela é de uma mulher presa por tráfico de drogas em Campinas (SP) no ano de 2016.
Resumindo: a história que aponta que a mãe PM que matou um assaltante teve a prisão pedida pelos direitos humanos é falsa. Não passa de mais um boato sobre o assunto que circula na internet. Katia da Silva Sastre não corre o risco de ser presa por isso.
PS: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema para o Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, no Facebook e WhatsApp no telefone (61) 991779164.