Boato – Está rolando uma adoção conjunta de duas fêmeas de três anos da raça Shih Tzu. A dona morreu e é só falar com a Eugênia no WhatsApp para ter os Shitzus.
Há alguns dias, o resgate de 135 cães de uma “fábrica” de cachorros “de raça” chamou atenção em redes sociais. Mesmo com a tentativa de conscientização de que raça não é importante, o “pedigree” de cães ainda chama atenção. A prova é o compartilhamento de um texto que circula na Facebook e no WhatsApp.
A mensagem aponta que duas cadelas da raça Shih Tzu (descritos como shitzus) estão disponíveis para adoção. O motivo seria a morte da dona delas e o contato seria uma pessoa chamada Eugenia. Leia o texto que circula online (reprodução do Facebook):
Confira o desmentido no vídeo abaixo:
Doação de dois Shitzus de três anos em adoção conjunta?
A mensagem circulou muito por redes sociais. Achamos o registro da mensagem em cidades de São Paulo (capital e municípios como Jundiaí e Campinas), Rio de Janeiro (capital e outras cidades), Paraná (municípios como Londrina), Santa Catarina (Balneário Camboriú e outros) e outros estados. Com tanta cidade diferente já dá para imaginar que o anúncio virou boato. É isso mesmo. Vamos aos fatos.
O primeiro ponto que aponta que se trata de um boato é a forma que a mensagem é escrita. O texto tem as principais características de boatos na internet: tem erros de português (até na raça dos cães), caráter alarmista e é vago. É tão vago que peca em uma informação básica: falta o DDD do telefone da Eugênia.
A falta de detalhes sobre o contato que faria a doação é clássica em boatos na internet. De crianças desaparecidas a doações de cachorros, sempre há um contato incompleto. Isso nos faz chegar a conclusão de que mesmo que, em algum momento, alguém tenha tentado doar um cachorro, a falta do DDD no número do telefone inviabiliza a correta comunicação. A prova disso é que tentamos checar números dos lugares citados e não obtivemos repostas.
Outro ponto torna a história um boato é a lógica. Mesmo que, em algum dos lugares, houvesse um pedido real de doação, a história viralizou tanto que, se fosse, real, o “problema já teria sido resolvido” (visto que muita gente quer, gratuitamente, um cachorro que tem um valor alto de mercado).
Resumindo: nenhum dos contatos do número apresentado retornou o nossas mensagens, a história tem características de boato e as informações estão incompletas. Todo o enredo nos leva a crer que se trata de mais um “boato do bem” que circula online. Em tempo: se quiser adotar um animal, o faça pelo amor e não pela raça do animal.
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook ou WhatsApp no telefone (61) 994325485.