Boato – Uma carta aberta pregando à desobediência ao lockdown foi escrita por empresários de Belo Horizonte, Juiz de Fora, Viçosa, Curitiba e Fortaleza. Eles “informaram” que não vão cumprir o decreto de isolamento social.
Enquanto o Brasil, dia após dia, acumula mortos por causa da Covid-19, interesses corporativistas e políticos estão atrapalhando o combate à pandemia. No meio disso, um tipo de boato tem pregado à desobediência civil e “se lixa” para as mortes causadas pela doença.
Trata-se de uma suposta carta que teria sido escrita por empresários das cidades de Belo Horizonte, Juiz de Fora, Viçosa, Curitiba e Fortaleza. No teor delas, há a pregação à desobediência civil. Em outras palavras, os tais empresários teriam avisado respectivos prefeitos e governadores que não iriam cumprir decretos de fechamento do comércio e, ainda por cima, iriam “praticar a legítima defesa”. Leia todas as cartas que estamos checando “neste lote” (desculpe o excesso de texto. Se preferir, “pule” o trecho vermelho e vá direto ao nosso desmentido):
Versão 1: CARTA ABERTA DOS EMPRESÁRIOS DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE MG Ao Exmo. Sr. governador Romeu Zema Ao exmo. Prefeito Alexandre Kalil, Vereadores, Comitê de Contingência do Corona vírus e ao povo Belo- Horizontino. Informarmos que a partir do dia 22 de março de 2021, não aceitaremos e muito menos seguiremos qualquer decreto que impeça qualquer pessoa no Município de Belo Horizonte de exercer seu Direito Constitucional da Livre Iniciativa (Art. 1o, IV, CF e Art. 170, CF). Qualquer novo decreto que impeça o trabalho irá comprometer outro Direito Constitucional, o da Dignidade da Pessoa Humana (Art. 1o, III, CF) seja para Empresários, Colaboradores, Funcionários Públicos, Aposentados e outros, pois, além de inviabilizar a continuidade de atividades, demissão em massa, quem tem seus proventos sofrerá com enorme redução em virtude da inflação no preço dos produtos. Pedimos que o Sr. Prefeito, Vereadores e Comitê de Combate ao Covid que esqueçam a política e adotem o tratamento precoce, transparência da vacinação e verbas, façam investimentos na área da saúde, aumento de leitos, insumos, estoque de medicamentos, EPIs, dentre outros que garantam atendimento médico a todos, bem como a fiscalização contínua de festas clandestinas, churrascos e aglomerações. Reiteramos que Distanciamento Social não é sinônimo de Proibição do Trabalho e Fechamento de Atividades, tendo em vista que 90% do comércio e serviços do Município não possuem aglomerações, devido à crise financeira. Dentro das lojas do centro, ou bairros, são raras as que possuem vários compradores simultâneos e as que possuem, devem controlar os acessos. Por fim, reiteramos ao Sr. Prefeito que não iremos seguir qualquer decreto que impeça o trabalho a partir do dia 22 do mês de março de 2021 e pede que não sejam editados decretos neste sentido, pois a abertura não será uma opção do Sr. Prefeito, mas do povo contra os decretos e a fiscalização, ante a situação, iremos praticar a legítima defesa (Art. 25 do Código Penal), pois estaremos defendendo nossas famílias, nossos amigos, nossos colaboradores, todo cidadão e nosso patrimônio. Pedimos diálogo, honestidade, bom senso e que se afastem do espectro político, permitindo o povo trabalhar, para que evitemos enfrentamentos desnecessários que possam causar danos, quaisquer que sejam entre quem precisa trabalhar e agente da administração pública, seja na legislação, ou fiscalização. Queremos a paz, saúde e acima de tudo, que todos sejam livres. Atenciosamente, Empresários de BH Divulguem nos seus contatos, vamos fazer rodar o Brasil, pode ser o começo de um grande levante, temos que ter a dignidade de levar nosso sustento para nossa família e isso só se faz com trabalho! Compartilhem o máximo que puderem!
Versão 2: CARTA ABERTA DOS EMPRESÁRIOS DO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA. Ao Sr. governador Romeu Zema e a prefeita Municipal Margarida Salomão , Vereadores, Comitê de Contingência ao Coronavírus e ao povo juizforano. Informarmos que a partir do dia 17 de março de 2021, não aceitaremos e muito menos seguiremos qualquer decreto que impeça qualquer pessoa no Município de juiz de fora de exercer seu Direito Constitucional da Livre Iniciativa (Art. 1o, IV, CF e Art. 170, CF). Qualquer novo decreto que impeça o trabalho irá comprometer outro Direito Constitucional, o da Dignidade da Pessoa Humana (Art. 1o, III, CF) seja para Empresários, Colaboradores, Funcionários Públicos, Aposentados e outros, pois, além de inviabilizar a continuidade de atividades, demissão em massa, quem tem seus proventos sofrerá com enorme redução em virtude da inflação no preço dos produtos. Pedimos que a Sra. Prefeita, Vereadores e Comitê de Contingência que esqueçam a política e adotem o tratamento precoce, transparência da vacinação e verbas, façam investimentos na área da saúde, aumento de leitos, insumos, estoque de medicamentos, EPIs, dentre outros que garantam atendimento médico a todos, bem como a fiscalização contínua de festas clandestinas, churrascos e aglomerações. Reiteramos que Distanciamento Social não é sinônimo de Proibição do Trabalho e Fechamento de Atividades, tendo em vista que 90% do comércio e serviços do Município não possuem aglomerações, devido a crise financeira. Dentro das lojas do centro, shoppings ou bairros, são raras as que possuem vários compradores simultâneos e as que possuem, devem controlar os acessos. Por fim, reiteramos a Sra. Prefeita que não iremos seguir qualquer decreto que impeça o trabalho a partir do dia 17 do mês de março de 2021 e pede que não sejam editados decretos neste sentido, pois a abertura não será uma opção do Sra. Prefeita, mas do povo juizforano contra os decretos e a fiscalização, ante a situação, iremos praticar a legítima defesa (Art. 25 do Código Penal), pois estaremos defendendo nossas famílias, nossos amigos, nossos colaboradores, todo cidadão juizforano e nosso patrimônio. Pedimos diálogo, honestidade, bom senso e que afastem-se do espectro político, permitindo o povo trabalhar, para que evitemos enfrentamentos desnecessários que possam causar danos, quaisquer que sejam entre quem precisa trabalhar e agente da administração pública, seja na legislação, ou fiscalização. Queremos a paz, saúde e acima de tudo, que todos sejam livres. Atenciosamente, Empresários de Juiz De Fora. Divulga nos seus contatos, vamos fazer rodar o Brasil, pode ser o começo de um grande levante, temos que ter a dignidade de levar nosso sustento para nossa família e isso só se faz com trabalho!
Versão 3: O POVO JÁ COMEÇA A REAGIR CARTA ABERTA DOS EMPRESÁRIOS DO MUNICÍPIO DE VIÇOSA MG. Ao Sr. governador Romeu Zema e ao Sr. Prefeito Municipal, Vereadores, do Comitê de Contingência ao Coronavírus e ao povo de VIÇOSA MG. Informarmos que a partir do dia 12 de março de 2021, não aceitaremos e muito menos seguiremos qualquer decreto que impeça qualquer pessoa no Município de VIÇOSA de exercer seu Direito Constitucional da Livre Iniciativa (Art. 1o, IV, CF e Art. 170, CF). Qualquer novo decreto que impeça o trabalho irá comprometer outro Direito Constitucional, o da Dignidade da Pessoa Humana (Art. 1o, III, CF) seja para Empresários, Colaboradores, Funcionários Públicos, Aposentados e outros, pois, além de inviabilizar a continuidade de atividades, demissão em massa, quem tem seus proventos sofrerá com enorme redução em virtude da inflação no preço dos produtos. Pedimos que a Sr. Prefeito, Vereadores e Comitê de Contingência que esqueçam a política e adotem o tratamento precoce, transparência da vacinação e verbas, façam investimentos na área da saúde, aumento de leitos, insumos, estoque de medicamentos, EPIs, dentre outros que garantam atendimento médico a todos, bem como a fiscalização contínua de festas clandestinas, churrascos e aglomerações. Reiteramos que Distanciamento Social não é sinônimo de Proibição do Trabalho e Fechamento de Atividades, tendo em vista que 90% do comércio e serviços do Município não possuem aglomerações, devido a crise financeira. Dentro das lojas do centro, shoppings ou bairros, são raras as que possuem vários compradores simultâneos e as que possuem, devem controlar os acessos. Por fim, reiteramos ao Sr. Prefeito que não iremos seguir qualquer decreto que impeça o trabalho a partir do dia 12 do mês de março de 2021 e pede que não sejam editados decretos neste sentido, pois a abertura não será uma opção da Sr. Prefeito, mas do povo de VIÇOSA contra os decretos e a fiscalização, ante a situação, iremos praticar a legítima defesa (Art. 25 do Código Penal), pois estaremos defendendo nossas famílias, nossos amigos, nossos colaboradores, todo cidadão de VIÇOSA e nosso patrimônio. Pedimos diálogo, honestidade, bom senso e que afastem-se do espectro político, permitindo o povo trabalhar, para que evitemos enfrentamentos desnecessários que possam causar danos, quaisquer que sejam entre quem precisa trabalhar e agente da administração pública, seja na legislação, ou fiscalização. Queremos a paz, saúde e acima de tudo, que todos sejam livres. Atenciosamente, Empresários de VIÇOSA MG. Divulga nos seus contatos, vamos fazer rodar o Brasil, pode ser o começo de um grande levante, temos que ter a dignidade de levar nosso sustento para nossa família e isso só se faz com trabalho!
Versão 4: #curitiba CARTA ABERTA DOS EMPRESÁRIOS DE CURITIBA E REGIÃO Ao Sr. governador Ratinho Junior e ao Prefeito Rafael Greca , Vereadores, Comitê de Contingência do Coronavírus e ao povo Curitibano. Informarmos que a partir do dia 17 de março de 2021, não aceitaremos e muito menos seguiremos qualquer decreto que impeça qualquer pessoa no Município de Curitiba de exercer seu Direito Constitucional da Livre Iniciativa (Art. 1o, IV, CF e Art. 170, CF). Qualquer novo decreto que impeça o trabalho irá comprometer outro Direito Constitucional, o da Dignidade da Pessoa Humana (Art. 1o, III, CF) seja para Empresários, Colaboradores, Funcionários Públicos, Aposentados e outros, pois, além de inviabilizar a continuidade de atividades, demissão em massa, quem tem seus proventos sofrerá com enorme redução em virtude da inflação no preço dos produtos. Pedimos que o Sr. Prefeito, Vereadores e Comitê de Combate ao Covid que esqueçam a política e adotem o tratamento precoce, transparência da vacinação e verbas, façam investimentos na área da saúde, aumento de leitos, insumos, estoque de medicamentos, EPIs, dentre outros que garantam atendimento médico a todos, bem como a fiscalização contínua de festas clandestinas, churrascos e aglomerações. Reiteramos que Distanciamento Social não é sinônimo de Proibição do Trabalho e Fechamento de Atividades, tendo em vista que 90% do comércio e serviços do Município não possuem aglomerações, devido a crise financeira. Dentro das lojas do centro, ou bairros, são raras as que possuem vários compradores simultâneos e as que possuem, devem controlar os acessos. Por fim, reiteramos ao Sr Prefeito que não iremos seguir qualquer decreto que impeça o trabalho a partir do dia 17 do mês de março de 2021 e pede que não sejam editados decretos neste sentido, pois a abertura não será uma opção do Sr Prefeito, mas do povo Curitibano contra os decretos e a fiscalização, ante a situação, iremos praticar a legítima defesa (Art. 25 do Código Penal), pois estaremos defendendo nossas famílias, nossos amigos, nossos colaboradores, todo cidadão Curitibano e nosso patrimônio. Pedimos diálogo, honestidade, bom senso e que afastem-se do espectro político, permitindo o povo trabalhar, para que evitemos enfrentamentos desnecessários que possam causar danos, quaisquer que sejam entre quem precisa trabalhar e agente da administração pública, seja na legislação, ou fiscalização. Queremos a paz, saúde e acima de tudo, que todos sejam livres. Atenciosamente, Empresários de Curitiba. Divulga nos seus contatos, vamos fazer rodar o Brasil, pode ser o começo de um grande levante, temos que ter a dignidade de levar nosso sustento para nossa família e isso só se faz com trabalho!
Versão 5: *CARTA ABERTA DOS EMPRESÁRIOS DE FORTALEZA-CE* Ao Sr. governador Camilo Santana, prefeito Municipal, Vereadores, Comitê de Contingência ao Coronavírus e ao povo de Fortaleza-Ce. Informarmos que a partir do dia 17 de março de 2021, não aceitaremos e muito menos seguiremos qualquer decreto que impeça qualquer pessoa de exercer seu Direito Constitucional da Livre Iniciativa (Art. 1o, IV, CF e Art. 170, CF). Qualquer novo decreto que impeça o trabalho irá comprometer outro Direito Constitucional, o da Dignidade da Pessoa Humana (Art. 1o, III, CF) seja para Empresários, Colaboradores, Funcionários Públicos, Aposentados e outros, pois, além de inviabilizar a continuidade de atividades, demissão em massa, quem tem seus proventos sofrerá com enorme redução em virtude da inflação no preço dos produtos. Pedimos que a Sr. Prefeito, Vereadores e Comitê que esqueçam a política e adotem o tratamento precoce, transparência da vacinação e verbas, façam investimentos na área da saúde, aumento de leitos, insumos, estoque de medicamentos, EPIs, dentre outros que garantam atendimento médico a todos, bem como a fiscalização contínua de festas clandestinas, churrascos e aglomerações. Reiteramos que Distanciamento Social não é sinônimo de Proibição do Trabalho e Fechamento de Atividades, tendo em vista que 90% do comércio e serviços do Município não possuem aglomerações, devido a crise financeira. Dentro das lojas do centro, shoppings ou bairros, são raras as que possuem vários compradores simultâneos e as que possuem, devem controlar os acessos. Por fim, reiteramos a Sr. Prefeito que não iremos seguir qualquer decreto que impeça o trabalho a partir do dia 17 do mês de março de 2021 e pede que não sejam editados decretos neste sentido, pois a abertura não será uma opção do Sr.Camilo Santana , mas do povo de Fortaleza-Ce contra os decretos e a fiscalização, ante a situação, iremos praticar a legítima defesa (Art. 25 do Código Penal), pois estaremos defendendo nossas famílias,
Empresários de Belo Horizonte, Juiz de Fora, Viçosa, Curitiba e Fortaleza escreveram carta aberta pregando desobediência ao lockdown?
A mensagem se espalhou com muita força em redes sociais. Antes que algum empresário “inocente” (ou otário) das cidades citadas tente, de fato, descumprir os decretos de isolamentos e se “defender” (o que vai gerar uma multa, cadeia e talvez até danos físicos), precisamos falar que as cartas em questão não foram “escritas” pelos empresários das respectivas cidades.
Na realidade, a tal carta atribuída aos empresários não passa de uma ação orquestrada de grupos que estão pregando a desobediência aos decretos de isolamento social (não importando quantas vidas essa desobediência custe). Como apontamos neste texto, percebemos um fluxo gigantesco de mensagens com o mesmo padrão (inclusive as informações erradas e erros de ortografia repetindo) circulando como se fosse de empresários de diversas cidades.
Aqui no Boatos.org já desmentimos as mesmas cartas sendo atribuídas a empresários das cidades de Santos (SP), Uberaba (MG) e Ribeirão Preto (SP). Como boa parte da argumentação de outrora vale para hoje, relembre o que já escrevemos sobre essa balela:
A mensagem por si só já levanta suspeitas. Além das características “tradicionais” de boatos (vaga, alarmista, com erros de português, pedido de compartilhamento e falta de fontes confiáveis), ela tem um teor extremista que não condiz com associações de empresários (parece mais fala de extremista de investigado pelo STF) e também está repleta de informações erradas.
Além de pregar a desobediência civil (quem for atrás da história pode até querer descumprir o decreto, mas será multado e terá o comércio fechado), apela para argumentos não válidos para “defender o comércio aberto”. Vamos repetir: 2 mil pessoas estão morrendo por dia e a situação é de emergência! Para diminuir a disseminação do vírus, é preciso fechar o comércio não-essencial (que impacta na circulação de pessoas e no transporte público). Há, sim, prerrogativas para que sejam tomadas essas medidas.
Ao buscar pela mensagem, encontramos diversas mensagens atribuídas a empresários de “outras cidades”. Vimos a mesma “carta dos empresários” circulando como se fosse de Paracatu (MG), Uberaba (MG), Manhuaçu (MG), Santos (SP), Limeira (SP), Santa Bárbara d’Oeste (SP), entre outras. Ou seja: é uma carta genérica que está sendo atribuída a torto e a direito Brasil afora (alguém duvida que logo teremos que desmentir uma mesma versão da história envolvendo outra cidade?).
Para bater o martelo, procuramos pela Acirp (Associação Comercial de Ribeirão Preto). No site oficial da entidade, há um alerta de fake news. Em nota, a associação negou que empresários da cidade estejam se organizando para descumprir decretos de fechamento do comércio. Leia a nota:
Em virtude de questionamentos feitos à Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (ACIRP) sobre uma carta aberta de empresários do município que está circulando nas redes sociais (grupos de WhatsApp), a entidade esclarece que não tem relação alguma com o documento e repudia a disseminação de notícias falsas que, além de não informarem, deturpam a ordem neste momento tão preocupante que vivemos.
Os associados e todos que acompanham o trabalho da ACIRP sabem da nossa preocupação e zelo em trabalharmos com informação de procedência e qualidade. Defendemos a categoria que representamos por meio dos devidos instrumentos jurídicos, técnicos e políticos, sempre pautados pela veracidade, pela ética e com responsabilidade.
Ressaltamos ainda a importância do papel de cada um de nós, como cidadãos, de checar as informações recebidas por redes sociais e grupos de mensagens e se atentar para informações sem procedência antes de compartilhar. A disseminação de informação falsa é um desserviço para a sociedade.
A carta em questão não tem autoria ou uma lista de assinaturas e entidades que avalize as informações. Em uma busca rápida na internet é possível verificar que a publicação está circulando em todo o País pelas redes sociais para que cada cidade adapte com os seus dados.
A ACIRP, por meio de seu departamento jurídico, tem acompanhado as decisões judiciais e entende que pela atual jurisprudência não cabe questionamentos sobre as medidas de combate à pandemia adotadas pelo estado e pelo município neste momento mais grave da pandemia. O mundo todo está vivendo uma calamidade e restrições de circulação são realidades em muitos países. Não seria diferente no Brasil.
Vamos falar especificamente sobre os casos de Uberaba e Santos. Ao buscar por informações provindas das associações comerciais das respectivas cidades, nada encontramos sobre a carta. No caso da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Uberaba (ACIU), há publicações, inclusive, a favor das medidas de isolamento social.
Assim como fizemos nos outros casos, fomos buscar pela tal carta nas associações comerciais das cidades de Belo Horizonte, Juiz de Fora, Viçosa, Curitiba e Fortaleza. Como imaginávamos (até porque nenhuma associação comercial iria se expor ao ridículo de pregar o que está na carta), nada encontramos.
Ao contrário do que sugere o texto, encontramos publicações incentivando o diálogo (até para negociar o afrouxamento de algumas restrições) e o respeito às medidas de restrição. A Associação Comercial do Paraná, por exemplo, apoiou, em nota, as medidas de restrição mesmo sabendo do impacto comercial. A Casa do Empresário de Viçosa tem, inclusive, publicado as determinações do governo de Minas Gerais em seu site.
Resumindo: por mais que alguns membros do setor empresarial não estejam felizes com as medidas de restrição impostas para frear o contágio pela Covid-19, a carta que circula na internet não foi escrita por “empresários de Belo Horizonte, Juiz de Fora, Viçosa, Curitiba e Fortaleza” assim como não havia sido escrita por empresários de Santos, Ribeirão Preto e Uberaba.
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61)99177-9164.
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