Boato – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) ateou fogo em laboratório que desenvolvia vacina contra meningite.
Os dias na carceragem da sede da Polícia Federal, em Curitiba (PR), não têm sido fáceis para o ex-presidente Lula. Após perder o irmão e não poder comparecer ao velório do familiar, que ocorreu no final de janeiro, Lula perdeu o neto Arthur, de apenas 7 anos.
Arthur faleceu de meningite meningocócica e a morte do menino gerou muita comoção nas redes sociais. Porém, algumas pessoas aproveitaram o momento para lembrar de certas alianças feitas por Lula e que talvez pudessem ter ajudado seu neto.
De acordo com uma história que anda circulando nas redes sociais, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) queimou um laboratório que produzia uma vacina contra a meningite. “Lembrando que:o MST ateou fogo no laboratório onde era produzida as vacinas contra a meningite”, diz a mensagem.
MST queimou laboratório que produzia vacina contra a meningite?
A informação gerou revolta nas redes sociais, uma vez que o laboratório estaria trabalhando em uma forma de prevenção à doença. Mas será que essa história é realmente verdadeira? A resposta é não e os detalhes você confere a seguir!
Vamos lá! Para começo de história, a mensagem apresenta algumas características de boatos online: é vaga, alarmista, possui erros de português e ainda não cita nenhuma fonte confiável.
Além disso, vale ressaltar que desde a morte do neto do ex-presidente Lula, diversas informações falsas começaram a surgir na rede, como a história que dizia que Arthur não era neto de Lula. Também o caso de que Lula teria proibido Arthur de tomar a vacina contra a meningite e, por fim, a história do piloto que se recusou a cumprimentar Lula no embarque do ex-presidente ao avião.
Resolvemos procurar pela informação na internet, mas não encontramos nada. Descobrimos que, de fato, alguns integrantes do MST organizaram um ataque a um laboratório que produzia tecnologia, em 2015. Entretanto, o laboratório não tinha nada a ver com a produção da vacina contra a meningite, mas sim com a produção de mudas de eucalipto.
O laboratório que sofre o ataque fica localizado na cidade de Itapetininga (SP). Na oportunidade, o MST afirmou que a ação fazia parte do evento Jornada Nacional das Mulheres Camponesas. O laboratório destacou que as pesquisas estavam sendo realizadas desde 2001.
Vale destacar que, em 2018, o MST e a Via Campesina foram julgados e condenados a pagar uma indenização de R$60 mil aos cofres públicos pelo ataque ao laboratório.
Por fim, existem vários sorogrupos da bactéria responsável pela meningite. No Brasil, a vacina contra a meningite é produzida pela Fundação Fiocruz. Ou seja, nada a ver com o laboratório que foi atacado pelo MST.
Em resumo: a história que diz que o MST queimou o laboratório que produz a vacina contra a meningite é falsa! O laboratório que foi atacado não produzia vacinas, mas sim mudas de eucalipto. E, diferente do que diz a história, o fato ocorreu em 2015 e não em 2019. Ou seja, a história não passa de balela. Sempre confira as informações antes de compartilhar! Evite publicar fake news.
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61)99177-9164.