Boato – Após denunciar Pedro Guimarães por assédio sexual, mulher se torna presidente da Caixa e vai ganhar R$10 milhões
Uma série de denúncias de assédio moral e sexual contra o ex-presidente da Caixa, Paulo Guimarães, em junho de 2022 levou ao afastamento do mesmo do cargo. O caso foi investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) sob sigilo.
Após o início das investigações, a Caixa Econômica Federal fez um acordo com o MPT e pagou uma indenização de R$10 milhões que serão revertidos em projetos sociais. Já a investigação movida pelo MPF contra Pedro Guimarães foi concluída e encaminhada à Justiça Federal.
E de acordo com uma história que está sendo compartilhada nas redes sociais, uma das mulheres que teria denunciado Pedro Guimarães se aproveitou de toda a situação. Segundo a história, a mulher que ofereceu a denúncia teria se tornado a nova presidente da Caixa Econômica Federal. Ainda segundo a história, após a denúncia, a mulher teria aceitado um acordo de R$10 milhões com ela mesma. Confira:
Versão 1: “País da picaretagem e da malandragem!!! Veja como se ganha dinheiro fácil….Foi ela quem processou o Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa, por assédio. Daí, COINCIDENTEMENTE, ela Virou presidente da Caixa e aceitou um acordo de 10 milhões com ela mesma!!! QUADRILHA DESGRAÇADA”. Versão 2: “Caixa fecha acordo e vai pagar multa milionária em suposto caso de assédio. Estranhíssimo”.
Mulher que denunciou assédio sexual de Pedro Guimarães é a nova presidente da Caixa e vai embolsar R$ 10 milhões?
A história viralizou rapidamente nas redes sociais, como no Facebook e no Twitter e deixou muita gente revoltada, especialmente, grupos bolsonaristas. Entretanto, a história não é verdade. E a explicação está na falta de provas e na origem da narrativa.
Ao ler a mensagem, é possível perceber que ela apresenta caráter vago, alarmista e não cita fontes confiáveis. Como já sabemos, essas são características recorrentes de fake news na internet. Além disso, não existem notícias sobre o assunto na internet.
E quando nos deparamos com a história, foi fácil perceber que a narrativa de hoje é uma evolução de outra fake news que já foi desmentida pela equipe do Boatos.org. Na oportunidade, a história afirmava que a mulher que denunciou Pedro Guimarães seria militante do PSOL, da CUT e já esteve com Haddad. Uma das versões da história apontava que uma das denunciantes seria Maria Rita Serrano, atual presidente da Caixa Econômica Federal.
Assim como apuramos na época, as mulheres acusadas pela história nunca estiveram envolvidas em denúncias contra Paulo Guimarães. Já Maria Rita Serrano, citada na história antiga e na de hoje, era bancária e representava os empregados no Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal. Toda a confusão surgiu, após Maria Rita acusar Pedro Guimarães de tentar cercear o seu trabalho, por ela ser uma voz destoante dentro do Conselho (que é indicado pelo governo federal). Mas ela nunca foi associada às denúncias de assédio sexual.
Se isso não bastasse, o valor de R$10 milhões citado na história de hoje não é nada estranho. O valor faz referência a um acordo feito pela Caixa Econômica Federal com o Ministério Público do Trabalho (MPT) sobre o caso de assédio moral e sexual no qual o ex-presidente Pedro Guimarães está envolvido.
Na ação inicial, o MPT pediu um valor de R$300 milhões de indenização por danos coletivos e pela omissão em investigar e punir os casos de assédio. Entretanto, as duas partes resolveram entrar em um acordo para evitar as delongas na Justiça. Por fim, o acordo não foi um grande negócio para Maria Rita Serrano, porque o dinheiro não vai para ela. O valor foi pago ao Ministério Público do Trabalho (MPT), que vai usar o dinheiro para investir em projetos sociais. Em contrapartida, o banco concordou em adotar medidas efetivas para combater o assédio no ambiente da instituição.
Em resumo: a história que diz que a mulher que denunciou Pedro Guimarães se tornou a nova presidente da Caixa e vai embolsar R$10 milhões é falsa! Maria Rita Serrano não fez denúncias de assédio sexual contra Pedro Guimarães. Em 2022, ela acusou Guimarães de cercear seu trabalho no Conselho de Administração da Caixa, por ser a única mulher do Conselho. Mas nunca esteve envolvida em denúncias de assédio sexual. Além disso, o valor citado na história de hoje não vai para a presidente da Caixa. Muito pelo contrário, o valor, que foi um acordo entre o MPT e a Caixa, será destinado ao Ministério Público do Trabalho. Ou seja, a história não tem um pingo de realidade!
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