Boato – Ministério Público vai investigar conduta de policiais militares que mataram um homem que assaltou joalheria e fez idosa de refém em Valença (RJ).
No início de dezembro de 2018, a pacata cidade interiorana de Valença (RJ), que fica a 160 km do Rio de Janeiro e teve apenas três homicídios no ano, presenciou algo não muito comum no município: um roubo com refém seguido de morte.
Na ocasião, policiais militares mataram um homem que assaltou uma joalheria na cidade e fez uma idosa de refém. Muita gente comemorou a ação dos policiais e tantas outras ficaram impressionadas com as imagens. Mas, em meio a tudo isso, uma notícia chamou atenção na internet.
Segundo publicações, o ato (que muitos moradores encararam como heroico) parece não ter agradado o Ministério Público Estadual, que irá investigar os policiais que atiraram no assaltante, sob a acusação de “ação excessiva”. Leia duas versões da história:
Versão 1: “[…] O policiais militares que, ao salvar a idosa feita refém em Valença-RJ, mataram o criminoso que a ameaçava com uma arma, serão investigados pelo Ministério Público Estadual. O juiz que pediu as investigações sugere que a ação dos policiais, não só foi excessiva, mas também não deu “chances de reação” ao criminoso. É isso mesmo. Temos um juiz cobrando que um bandido armado ameaçando a vida de uma pessoa de bem, não teve chances de reação ao ser interrompido pela polícia”.
Versão 2: “Parece piada pronta, mas não é. Segundo o noticiário O CONGRESSO, o Ministério Público do Estado do RJ irá investigar os policiais que LEGALMENTE abateram um assaltante VAGABUNDO para salvar uma idosa no munícipio de Valença, interior do estado doRJ. ATÉ QUE PONTO CHEGARÁ A INVERSÃO DE VALORES EM NOSSO PAÍS??? QUANTOS MAIS PRECISARÃO MORRER PARA QUE ENTENDAM QUE A POLÍCIA É A ÚLTIMA BARREIRA ENTRE A SOCIEDADE E O CAOS?”.
Policiais que salvaram idosa em Valença (RJ) serão investigados pelo Ministério Público?
A notícia de que o Ministério Público estaria investigando os policiais militares responsáveis pela morte do assaltante deixou muita gente surpresa. Alguns até indignados. Mas será que o Ministério Público realmente está investigando os policiais militares que mataram um assaltante em Valença (RJ)? A resposta é não e os detalhes você confere a seguir.
Vamos lá! Ao ler as mensagens que andam circulando nas redes sociais, de imediato já percebemos que elas poderiam muito bem ser uma nova versão das histórias sobre “direitos humanos que defendem bandidos”. Trata-se de um tipo de fake news recorrente e que sempre viraliza.
Recentemente, a equipe do Boatos.org desmentiu algumas, como o caso da Comissão de Direitos Humanos que pediu a prisão de um jovem que reagiu a um assalto e dos “direitos humanos” que pediram a prisão da mãe PM que matou um ladrão em frente à escola do filho.
As desconfianças aumentam ainda mais quando procuramos pela mesma informação em sites confiáveis. Não há nenhuma outra notícia do tipo sobre punições aos policiais que agiram em Valença. Pelo contrário, os policiais receberam elogios do presidente eleito Jair Bolsonaro e de seu filho Eduardo. Além disso, os policiais também foram homenageados no 10º Batalhão da Polícia Militar e chegaram a visitar, em casa, a idosa que foi salva por eles.
Ou seja, na realidade, até o momento, não existe nada de Ministério Público nessa história. Por fim, mais dois detalhes nos ajudam a denunciar a farsa. O primeiro é que a história surgiu em um site que dissemina fake news. O segundo é que o site político, que simplesmente compartilhou essa história (sem checar), excluiu a notícia após saber que ela veio de um site que sempre publica boatos.
Em resumo: a história que diz que o Ministério Público vai investigar os policiais envolvidos na morte de um assaltante em Valença (RJ) é falsa! Não existe nada sobre o assunto em sites confiáveis e a história surgiu em um site que dissemina fake news. Sendo assim, ela não passa de balela. Não compartilhe!
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61)99177-9164.