Boato – Uma análise inicial do DNA dos famosos crânios alongados de Paracas, revela que não se trata de uma forma humana conhecida, reforçando a teoria da visita alienígena no planeta.
Para historiadores, arqueólogos e entusiastas, o Peru é um vasto campo de investigação. E cheio de mistérios, desde Machu Picchu até as linhas de Nazca. Paracas, sede do mistério da vez, é uma península localizada no deserto de Pisco, na costa sul do Peru. Foi lá que, em 1928, o pai da arqueologia peruana Julio Tello, descobriu uma necrópole de mais de 300 indivíduos com o crânio estranhamente alongado, com mais de 3.000 anos.
Essa história já é conhecida do meio científico. Ela ressurgiu agora em fevereiro de 2014, após a divulgação de resultados de exames de DNA que teriam sido feitos nos crânios e que revelaram que os indivíduos não seriam “humanos”, não se encaixando em nenhuma raça “conhecida”.
De acordo com as notícias, o curador do Museu de História de Paracas, Juan Navarro, permitiu que fossem recolhidas amostras de 5 dos 35 crânios de sua coleção. Entre o material recolhido estavam dentes, ossos do crânio e pele. Essas amostras foram enviadas ao “geneticista” Brien Foerster, que, mesmo não querendo criar idéias pré-concebidas, deu a seguinte declaração:
“Tinha mtDNA (DNA mitocondrial) com mutações desconhecidas em qualquer ser humano, primata, ou animal conhecido até o momento. Mas alguns fragmentos que eu era capaz de sequenciar a partir desta amostra indicam que, se essas mutações se comprovarem, estamos lidando com um novo tipo de criatura humana, muito distante do Homo Sapiens, Neandertais e Denisovans.(…) Eu não tenho certeza que ele ainda vai se encaixar na árvore evolutiva conhecida.”
Após essas afirmações, não faltaram especulações e opiniões diversas sobre o assunto. O questionamento que mais se espalhou, obviamente, diz respeito à condição “extraordinária” dos crânios. Seriam eles evidências de visitas alienígenas?
Teorias à parte, o que se pode afirmar é que não. Os crânios existem realmente, mas não pertencem a alienígenas. A deformação craniana é um costume conhecido dos povos antigos do Sudão, Iraque, Síria, Peru e Bolívia, entre outros. A técnica consiste em amarrar a parte posterior e anterior do crânio com uma corda ou faixas de couro, entre 6 meses a 3 anos. Acreditavam que com isso, a pessoa adquiria mais inteligência, beleza e posição social. Neste link, mostra-se uma série de fotos com representações tridimensionais de como seriam as feições desse povo.
Quanto à notícia sobre o DNA e o pesquisador, pode-se afirmar que são apenas rumores. A princípio, Brien Foerster é um pesquisador e escritor, e não um geneticista como afirmado. Sobre os testes de DNA, ele deu uma longa entrevista ao site Ancient Origins (na íntegra aqui, em texto e vídeo), deixando claro que os testes não são tão simples, e que qualquer resultado demonstrado é muito superficial para algum tipo de resposta definitiva. No máximo, se apresentaria um DNA com alguma anomalia genética, mas ainda assim, humano.
As amostras também foram enviadas a um “estudioso” chamado Lloyd Pye, que defende a teoria de que alienígenas teriam se cruzados com humanos e criado uma forma híbrida. Além disso, Lloyd, que também não é geneticista, teria enviado amostras para o Dr. Melba Ketchum, famoso por tentar comprovar a existência do “Pé Grande” norte americano. Com esses históricos, já se pode duvidar da veracidade dos fatos.
Vale lembrar que a credibilidade da notícia pode ser abalada pela forma com que ela é apresentada ao público. Nesse caso, as mídias sociais espalharam primeiro, sem apresentar nenhum artigo ou comprovação científica, que são a base de qualquer pesquisa nessa área.
Conclusão: os supostos resultados do DNA dos Crânios de Paracas são apenas rumores superficiais de uma pesquisa complexa que continua acontecendo. Em livre comparação, é como dizer que a teoria dos “buracos de minhoca” já proporcionam a viagem no tempo. Devemos aguardar novos e comprovados resultados. E não, os deuses astronautas ainda não nos visitaram!