Mistério – Em uma escavação arqueológica na China, um relógio suíço foi encontrado em uma tumba lacrada, datada de 400 anos, pertencente à Dinastia Ming. Isso pode significar que alguém viajou no tempo.
Em dezembro de 2008, arqueólogos chineses estavam escavando uma antiga tumba do séc.XV, tida como intacta , na cidade de Shangsi, na China. Qual não foi a surpresa quando encontraram um mini-relógio de metal, com o marcador congelado às 10h06min, e a palavra “Swiss” gravada na parte de trás.
Apesar da história ter mais de seis anos, ela ressuscitou no dia 18 de janeiro de 2014 no blog do canal de TV por assinatura “History Channel”, conhecido por levantar explicações e hipóteses “mirabolantes” para eventos ainda mais estranhos que suas matérias (veja aqui). No texto, o pesquisador Jiang Yanyu, antigo curador do Museu de Guanxi, conta a descoberta:
“Estávamos escavando e revirando do solo, em volta do caixão, quando um pedaço de pedra caiu no chão e fez um ruído metálico. Recolhemos então um objeto, que, em princípio, parecia ser um anel, mas, depois de limpo, constatamos, boquiabertos, que se tratava de um relógio.”v
Os chamados OOPArt ( do inglês “Objects Out of Place” – “Objetos fora de lugar”, em livre tradução) sempre despertaram o interesse dos fanáticos por enigmas. No caso do relógio, não tardaram a surgir as mais diversas teorias. Estas incluem desde a visita de alienígenas em épocas remotas (veja essa teoria aqui), até a prova irrefutável de que é possível viajar no tempo e esse viajantes acabam por esquecer alguns artefatos por aqui ( acompanhe neste link).
Então surge a questão: essas teorias são possíveis? Absurdos à parte, mais uma vez a ciência responde: não há nada de “anormal” ou extraterrestre nesse achado. Numa análise racional das possibilidades, estudiosos enfatizam que a mais viável das teorias foi descartada: a possibilidade de contaminação do sítio arqueológico.
A princípio, foi omitida a informação de que o relógio fora achado do lado de fora do caixão, e não dentro, como a reportagem insinua. Nesta reportagem chinesa do dia 28 de novembro de 2008 (link), a própria equipe de Jiang Yanyu afirma que houve um vazamento durante o deslocamento do caixão, o que explica a possível contaminação com elementos de outras datas.
Para reforçar ainda mais o absurdo das teorias, o uso de relógios de dedo é mais antigo do que parece. Veja nesse anúncio datado de 1938 (aqui) ou esses modelos suíços de 1890 (aqui). Assim, não é raridade achar um modelo com mais de 100 anos. Detalhe interessante: a Confederação Suíça existe desde 1291 (para quem pretende fazer comparações entre as datas).
Concluindo: não há nada de anormal no relógio encontrado na tumba chinesa, para tristeza dos “teóricos da conspiração”. No máximo, alguém descuidado perdeu o adorno enquanto passeava pelos arredores. Fora isso, após o alarde da descoberta, as pesquisas não foram aprofundadas devido à irrelevância do fato. Até mesmo porque seria estranho comprovar que os relógios suíços são tão bons que até os alienígenas usam.