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Filho de William Bonner e Fátima Bernardes solicitou e recebeu Auxílio Emergencial #boato

Filho de William Bonner e Fátima Bernardes solicitou e recebeu Auxílio Emergencial de R$ 600, diz boato (Foto: Reprodução/Facebook)

Boato – Mesmo com o alto salário do pai (William Bonner) e da mãe (Fátima Bernardes), Vinícius Bonemer solicitou e teve o Auxílio Emergencial de R$ 600 aprovado.

Como a Covid-19 está atingindo em cheio a economia do Brasil (e de outros países), uma das saídas encontradas pelo governo para tentar fazer as pessoas “ficarem em casa” foi criar um benefício chamado Auxílio Emergencial. Por ser um benefício que atinge um grande número de pessoas e que precisa ser pago rapidamente (afinal, é emergencial), também é passível de erros e fraudes. E, de acordo com uma notícia que circula na internet, teve famoso se aproveitando.

Textos dão conta de que Vinícius Bonemer, filho de William Bonner e Fátima Bernardes, solicitou e está recebendo as três parcelas do benefício de R$ 600. Ele teria feito isso mesmo não se enquadrando no critério de renda, uma vez que o pai e a mãe recebem altos salários que ultrapassam (e muito) o teto que qualifica quem pode receber o auxílio. Leia algumas das versões da história que circulam online:

Confira o desmentido em vídeo

Versão 1: ABSURDO FILHO DE WILLIAN BONEMER E FÁTIMA RECEBE AUXILIO EMERGENCIAL DE R$600 REAIS! Versão 2: Filho do Willian Bonner e Fatima Bernardes da GLOBO recebe abono emergencial. Versão 3: FILHO DE WILLIAM BONNER RECEBEU AUXÍLIO EMERGENCIAL DE 600 REAIS

Filho de William Bonner e Fátima Bernardes solicitou e recebeu Auxílio Emergencial?

A mensagem não demorou muito para se espalhar na internet (inclusive com provas do que seria a solicitação de Vinícus Bonemer). Mas será mesmo que o filho de William Bonner e Fátima Bernardes solicitou e está recebendo o Auxílio Emergencial? A resposta é não. Para você entender tudo, vamos aos fatos.

De fato, consta no sistema da Caixa Econômica Federal que Vinícius Bonemer é um dos beneficiários do Auxílio Emergencial. Porém, isso não significa que foi ele quem solicitou e está recebendo o dinheiro. E quem esclareceu a história foi William Bonner.

Via Twitter, o apresentador do Jornal Nacional declarou que o nome e o número do CPF (que infelizmente é um dado que pode ser encontrado com uma rápida busca na internet) de Vinícius Bonemer foram utilizados indevidamente por golpistas que criaram uma conta virtual para “faturar algum”. Veja o que ele escreveu em diversas publicações:

Interrompo meu silêncio no Twitter para denunciar uma injustiça e uma fraude com dinheiro público. Primeiro, a injustiça. Estelionatários têm usado há 3 anos o nome e do CPF de meu filho para fraudes, como a abertura de empresas ou a contratação de serviços de TV por assinatura, entre outras. Constituí advogados para encerrar todas as falcatruas, devidamente denunciadas à polícia, com queixas registradas em boletins de ocorrência.

A repetição de fraudes chegou ao ponto de tornar recomendável uma troca do CPF. Mas, no Brasil, a vítima de golpes dessa natureza precisa passar por uma longa provação, em que tempo e dinheiro se esvaem no desenrolar do processo burocrático. Por justiça, não deveria ser assim. Meu filho e qualquer cidadão vítima de estelionato precisariam ser defendidos pela burocracia, em vez de punidos por ela.

Somos brasileiros. Temos combatido cada nova fraude com persistência e resignação. Mas elas não param. E aí entramos na questão da proteção do dinheiro público. Na terça, dia 19, fui informado de que o jornal Meia Hora tinha obtido documentos do suposto registro de meu filho no programa de auxílio emergencial do governo. Meu filho não pediu auxílio nenhum, não autorizou ninguém a fazer isso por ele. Mais uma fraude, obviamente.

Apresentados os fatos, o jornal corretamente não publicou a matéria. Mas, desta vez, o que vem à tona é ainda mais grave. Pelos critérios do programa de auxílio emergencial, alguém nas condições sócio-econômicas do meu filho não tem direito aos 600 reais da ajuda. Portanto, quem quer que viesse a usar o nome, o CPF e dados pessoais dele deveria receber como resposta ao pleito um “não”. Mas, pelo que vimos ao consultar o site do Dataprev, o pedido de auxílio feito por um fraudador foi aprovado.

O fraudador provavelmente indicou que não tinha conta bancária e abriu a conta específica da Caixa – a que, obviamente, meu filho não tem acesso. Portanto, sequer sabemos se o dinheiro foi depositado e se foi sacado. Leio no Globo que a Dataprev não verificou na Receita se os CPFs, embora pertencentes a pessoas sem renda própria, eram de dependentes de cidadãos com renda (como filhos, filhas,parceiros,parceiras). Quantos entre esses foram vítimas de fraudadores, como aconteceu com meu filho?

Quantos entre esses realmente fraudaram o programa? Meu filho não fraudou, é vítima e pode provar. Não se zelou pela aplicação do dinheiro público? Quem protege os cofres públicos da ação de estelionatários ou de pessoas mal intencionadas? Como já informei, há 3 anos meu filho tem sido alvo de golpes de estelionatários, denunciados à polícia. Neste caso, o crime é contra ele, contra todos os que tiveram seus nomes indevidamente usados, e também contra todos os brasileiros, porque ataca os cofres públicos.

De nossa parte, apresentaremos nova queixa-crime. Da parte dos gestores do auxílio emergencial, esperamos apuração rápida da fraude, para que se resguardem o patrimônio público e a confiança dos cidadãos nos mecanismos de controle desse programa. E para que o controle eficaz do programa não prejudique ainda mais aqueles cidadãos que realmente precisam do auxílio neste momento tão doloroso.

Resolvemos verificar mais informações e achamos, no mínimo, uma que corrobora com a tese apresentada por William Bonner. Ao buscar pelo nome do filho do apresentador, encontramos uma empresa aberta (e já fechada) de autopeças sediada no interior da Paraíba. É, no mínimo, estranho que o rapaz (que mora no Rio de Janeiro) tenha aberto e estaria gerenciando a tal empresa.

Além disso, é fato que (como falamos anteriormente, por causa da importância da aprovação rápida do benefício) não é difícil utilizar um CPF de terceiros para fazer o pedido do Auxílio Emergencial. Você só precisa dos dados da pessoa para fazer isso.

Resumindo: apesar de Vinícius Bonemer constar como um dos beneficiários do Auxílio Emergencial, William Bonner (pai dele) explicou em redes sociais que o pedido foi feito indevidamente e por terceiros.

Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61) 99177-9164. 

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