Boato – Imagem mostra lixo acumulado após show realizado na edição de 2019 do Rock in Rio. Foi o povo que quer salvar a Amazônia que não recolhe o próprio lixo.
De dois em dois anos, o Rio de Janeiro recebe o Rock in Rio. Junto com atrações internacionais de diversos estilos musicais (inclusive rock), o festival traz consigo (assim como todo grande evento) uma série de balelas. Na edição deste ano, alguém fez a proeza de juntar “Amazônia e Rock in Rio”.
Uma imagem retrataria o que seria uma “geração que quer salvar a Amazônia, mas não junta a própria sujeira”. A foto mostra o lixo deixado após um dos shows da edição de 2019. Leia duas versões da mensagem que circula online:
Versão 1: Foto do Rock in Rio em que uma população “consciente” pela preservação da natureza gritava “salvem a Amazônia!” Versão 2: Rock in Rio: O povo que gritava “Salvem a Amazônia!” deixou mais de 30 toneladas de lixo. Querem salvar a Amazônia, mas não recolhem o próprio lixo.
Foto mostra lixo acumulado após show do Rock in Rio 2019?
Muita gente saiu compartilhando a imagem por aí e tentando apontar o “novo culpado” pelo problema da Amazônia. Mas será mesmo que a imagem é mesmo da edição deste ano? A resposta é não. Calma aí que a gente explica tudo para vocês.
De cara, a mensagem nos deixou desconfiados. Isso porque ela tem algumas das principais características de boatos online: é vaga, alarmista e não cita fontes confiáveis.
Para além disso, a mensagem segue uma premissa um tanto quanto “sem noção”: de que a geração que estava no Rock in Rio queria “salvar a Amazônia”. Com um público de 100 mil pessoas em cada um dos dias, é impossível apontar que “todos queriam salvar a Amazônia”.
Ao buscarmos sobre a quantidade de lixo acumulado, descobrimos que houve, sim, descarte de lixo. Foram, no total, 162 toneladas de resíduos recolhidos pela Comlurb. Em comparação com o Carnaval na Marquês de Sapucaí (300 toneladas em quatro dias), o número não é tão espantoso assim.
Já deu para ver que tudo que relaciona a “sujeirada” com a Amazônia é uma ilação. Mas tem o “toque final”: a foto. Ela sequer é dessa edição do Rock in Rio. A imagem é, na realidade, da edição de 2013 do festival e foi publicada pelo G1. Em 2017, a mesma imagem circulou como “atual” e checada pela Agência Lupa.
Resumindo: a imagem que está circulando como se fosse da edição atual do Rock in Rio é, na realidade, da versão de 2013. Quanto aos números “espantosos” de lixo acumulado e de que há um desejo de “salvar a Amazônia”, tudo não passa de ilação.
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61)99177-9164.