Boato – Ator Leonardo DiCaprio foi acusado de corrupção pela Justiça e pode se demitir do cargo de mensageiro da paz da ONU.
É fato: o nome do ator Leonardo DiCaprio ganhou as redes sociais na última semana. O motivo? A declaração do presidente Jair Bolsonaro que afirmou que Leonardo DiCaprio estaria envolvido com as queimadas na Amazônia ao patrocinar o trabalho de algumas ONGs.
A internet, é claro, não perdoou. Nos últimos dias, o que mais temos visto nas redes são memes, piadas e sátiras a respeito do assunto. E o caso repercutiu tanto que uma acusação grave sobre o ator passou a viralizar na internet.
De acordo com uma publicação que está circulando nas redes sociais, o ator Leonardo DiCaprio teria sido acusado de corrupção. Ainda segundo a postagem, um fundo ambientalista teria pedido, em uma coletiva, para que o ator se demitisse do cargo de Mensageiro da Paz da ONU após a acusação. Confira:
Versão 1: “Que tal, hein! Acusado de corrupção. Esses esquerdiopatas não tem jeito mesmo…kkk”. Versão 2: “E O LOBO DE WALL STREET FOI LUDIBRIADO PELOS DEFENSORES DAS GIRAFAS DA AMAZÔNIA!!!KKKKKKKKKKKK”. Versão 3: “O fundo ambientalista suíço Bruno Manser Fund exigiu em uma conferência de imprensa em Londres que o ator Leonardo DiCaprio abandone o seu cargo de Mensageiro de Paz das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas por acusações de corrupção […]”.
Leonardo DiCaprio foi acusado de corrupção e pode perder cargo na ONU?
A informação caiu como uma bomba na internet e tem dado o que falar entre os internautas, especialmente entre os fãs do ator. Mas será que Leonardo DiCaprio realmente teria sido acusado de corrupção e pode perder o cargo de Mensageiro da Paz? A resposta é não!
Vamos aos fatos! Antes de entrarmos em mais detalhes, primeiro precisamos fazer uma ressalva. De fato, existe uma denúncia contra uma empresa que financiou um filme de Leonardo DiCaprio.
Tudo começou com um escândalo em uma empresa da Malásia chamada 1MDB. Em 2015, o primeiro-ministro do país, Najib Razak, foi acusado de desviar cerca de US$ 700 milhões da 1MDB (uma empresa administrada pelo governo) para suas contas pessoais. A partir de então, a 1MDB foi acusada de fraude na Malásia e passou a ser investigada também em outros países.
Dentre as acusações à 1MDB, havia a de financiamento de filmes para lavagem de dinheiro para uma produtora chamada Red Granite, fundada em 2010 e localizada na Califórnia (EUA). A produtora é responsável por filmes como “Solteiros com filhos”, “Tudo por justiça”, “Pai em dose dupla” e “O lobo de Wall Street”.
E é esse último filme que está envolvido em todo o escândalo. De acordo com as investigações, o longa “O Lobo de Wall Street”, estrelado por DiCaprio, teria recebido financiamento suspeito da 1MDB.
Em meio à toda essa história, no ano de 2016, o BMF, um fundo contra o desmatamento, resolveu se posicionar diante da situação. De acordo com um nota publicada no site do órgão, o ator Leonardo DiCaprio deveria se demitir do cargo de Mensageiro da Paz da ONU que carregava desde 2014.
Foi aí que a história se tornou um alvoroço. Com o resultado das investigações e o posicionamento do BMF, o caso repercutiu na imprensa e diversos sites, como o Sputnik News, fizeram reportagens sobre a situação. E é claro que toda a história voltou a circular em 2019, especialmente pelo contexto político envolvendo DiCaprio e Bolsonaro e pelo título ambíguo da reportagem.
Mas o fato é que, desde 2016, muita coisa aconteceu. A primeira delas é que Leonardo DiCaprio, como mostra o site da ONU, não se demitiu do cargo de Mensageiro da Paz, se mantendo firme e forte no posto até os dias de hoje.
O segundo ponto é que a história de corrupção teve um desdobramento e, ao contrário do que aponta a história, Leonardo DiCaprio não foi acusado de corrupção. Porém, quem acabou condenada no processo, de fato, foi a produtora do filme “O lobo de Wall Street”, a Red Granite. A produtora foi condenada a pagar US$ 60 milhões em um acordo.
Inclusive, o ator Leonardo DiCaprio depôs, em 2019, como testemunha do caso. O promotores acreditavam que DiCaprio teria informações úteis sobre um financista malaio que roubou e lavou bilhões de dólares do fundo de investimento da 1MDB e teria usado parte do dinheiro em uma campanha de lobby para acabar com as investigações sobre o caso. Entretanto, DiCaprio não era um alvo da investigação. Apenas depôs para colaborar com o caso.
No final das contas, Leonardo DiCaprio só precisou devolver os presentes que ganhou de pessoas ligadas à 1MDB, como a estatueta que Marlon Brando ganhou no Oscar de 1955, pelo filme “Sindicato de Ladrões”. O item foi comprado, pelo valor de US$ 600 mil, por um investidor malaio ligado ao desvio de dinheiro na empresa 1MDB e dado como presente a DiCaprio.
Em resumo: a história que diz que DiCaprio foi acusado de corrupção e precisou abandonar o cargo de Mensageiro da Paz é falsa! O ator não foi acusado de corrupção (quem foi fazia parte do processo era a produtora de um dos filmes que DiCaprio estrelou). Vale ressaltar que o ator não deixou e muito menos vai perder o cargo da ONU. O conteúdo é antigo e DiCaprio, inclusive, está colaborando com as investigações. Por fim, o título é bastante ambíguo, o suficiente para causar burburinho devido ao contexto atual. Ou seja, a história não passa de balela! Até a próxima!
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61)99177-9164.
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