Boato – Pintor italiano Walter Moinho previu o isolamento social, em 1962, na pintura “A vida em 2022” com pessoas isoladas.
Vocês já pararam para pensar como a nossa vida seria muito mais fácil se pudéssemos prever todos os eventos futuros? Sem surpresas, poderíamos nos preparar de uma melhor forma para os acontecimentos e, quem sabe, até evitá-los.
Seria fantástico, não é mesmo? E tem quem jure de pé junto que isso, na verdade, já seja possível. Na internet, vemos diversas pessoas que afirmam poderem prever o futuro e grandes eventos (especialmente, os catastróficos).
E a história de hoje, novamente, jura pela própria existência que a pandemia da Covid-19 foi prevista há algum tempo. De acordo com uma publicação que andou circulando nas redes sociais, o pintor italiano Walter Moinho teria previsto, em 1962, o isolamento social na pintura “a vida em 2022”. “Esta pintura foi feita em 1962 pelo pintor italiano Walter Moinho… e o título da pintura é: ‘A vida em 2022’”, diz a mensagem.
Walter Moinho fez pintura “A vida em 2022” que previa pessoas isoladas?
A informação, é claro, viralizou nas redes sociais, em especial, no Facebook e no WhatsApp. Apenas uma das publicações já conta com quase 3,5 mil compartilhamentos. Porém, a história não tem nada de real.
Basta olhar para o texto para perceber que a mensagem apresenta diversas características de fake news, como o caráter vago, bastante alarmista, os erros de português e a falta de fontes confiáveis.
Além disso, supostas previsões sobre a pandemia da Covid-19 fizeram sucesso nas redes sociais. A equipe do Boatos.org desmentiu inúmeras delas, como a que dizia que Nostradamus teria previsto a chegada do coronavírus em livro de 1555. Também a que indicava que o livro The Eyes of Darkness, de Dean Koontz, teria previsto o coronavírus em 1981 e, por fim, a que apontava que o seriado Os Simpsons teria previsto a chegada do coronavírus em um episódio de 1993.
Decidimos, então, procurar mais informações sobre o pintor Walter Moinho e também sobre a tal obra. Descobrimos que, de fato, a pintura foi feita por ele, mas não tem nada a ver com a vida em 2022. A obra, na realidade, era um projeto de um “veículo futurista”. A imagem foi publicada, em 1962, no semanário italiano La Domenica del Corriere. Na oportunidade, a revista usou a pintura para falar sobre o problema do trânsito nas grandes cidades e apresentou o “protótipo” como uma solução para os congestionamentos.
Se isso não fosse suficiente, a história também acabou desmentida pelo serviço de fact-checking estadunidense Snopes. De acordo com o serviço de checagem, o veículo que aparece na pintura (batizado de Singoletta) seria um meio de transporte individual e a cúpula transparente no entorno do veículo teria a função de proteger contra o tempo e outros fatores ambientais (não contra o novo coronavírus). Além disso, a revista semanal também não cita o ano de 2022.
Em resumo: a história que diz que o pintor italiano Walter Moinho teria previsto o isolamento social, em 1962, por meio da pintura “A vida em 2022” é falsa! A pintura, de fato, pertence a Walter Moinho. Entretanto, não tem nada a ver com uma previsão. A imagem, na verdade, mostra um projeto de um veículo futurista (batizado de Singoletta). A pintura foi publicada, em 1962, no semanário La Domenica del Corriere e ilustra uma reportagem sobre o problema do trânsito nas grandes cidades. A Singoletta é apresentada como uma possível solução para os enormes congestionamentos. Por fim, o semanário sequer cita o ano de 2022. Ou seja, a história não passa de balela. Não compartilhe!
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61)99458-8494.
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