Depois dos atentados ocorridos em Paris na última sexta, postagens de repúdio e confusão entre os termos estão dominando a web. O Boatos.org esclarece quem é quem e o que é o que.
Não só os franceses, mas o mundo ainda está em processo de recuperação do choque causado pelos atentados da última sexta-feira, 13 de outubro. Como uma piada sem graça alguma, a data conhecida por ser maligna ficará marcada para sempre na história da França e de todos aqueles que se comoveram com mais essa investida do Estado Islâmico.
Os ataques foram assumidamente feitos como retaliação às atividades de combate dos franceses nos territórios de domínio do Estado Islâmico. Em resposta, o presidente Françoise Hollande decretou estado de emergência e prometeu não cessar a caça aos responsáveis.
Enquanto isso, milhares de imigrantes, refugiados e a comunidade muçulmana do mundo todo se preocupa, porque com a mesma velocidade com que o terror se espalha, o medo faz a intolerância alcançar quem não tem nada a ver com os extremistas.
E é nesse cenário de crise de imigração e ameaças eminentes de terrorismo que o senso comum dissemina preconceito. Pessoas assustadas e desentendidas acreditam em conteúdos da internet pipocando a ideia de que todo muçulmano pertence e/ou apoia o Estado Islâmico e que os refugiados são terroristas em potencial.
Não é assim e seguem os esclarecimentos pertinentes:
– Muçulmano: é o termo utilizado para definir àqueles que seguem o Islamismo, religião criada pelo profeta Maomé no início do século VII.
– Islã: em árabe significa ‘rendição’ ou ‘submissão’, nada tem a ver com um grupo específico. É na verdade o conjunto dos povos que seguem a fé islâmica.
– Refugiado: pessoas que deixam suas casas e seus países para escapar de guerras, miséria e perseguição, gente que procura por auxílio em outros países.
– Estado Islâmico: organização político-militar de muçulmanos extremistas que deseja o fim de qualquer cultura diferente da sua. Um grupo que acredita no uso da violência para instaurar a Sharia, as leis da fé islâmica, em todo o mundo.
Em prol desse objetivo o Estado Islâmico tem perseguido e matado minorias por onde passa, intensificando a crise de imigração, já que fugitivos de zonas de conflito (muitas delas sob domínio do Estado Islâmico) buscam abrigo na Europa.
Na tentativa de fortalecer as diferenças há pouco citadas, uma campanha foi lançada por muçulmanos ingleses e está se fortalecendo no pós-ataques à Paris. Com a hashtag #notinmyname, islâmicos se declararam totalmente contrários às atitudes do Estado Islâmico e pedem que as pessoas não coloquem todos no mesmo saco.
Acredita-se que o Estado Islâmico tem infiltrado terroristas entre os milhares de refugiados que deixam zonas de conflito e entram na Europa. Mesmo assim, é errado acreditar e definir que pessoas desesperadas em busca de paz são faces disfarçadas do terror. Entenda nessa matéria do Terra um pouco mais sobre o Alcorão, as menções à violência e o erro de vincular o Islamismo ao Terrorismo.
Houve um tempo em que integrantes extremistas da Igreja Católica perseguiram e mataram milhares de pessoas em nome da fé. Nem por isso, todo católico hoje em dia é visto como assassino. Tenhamos consciência sobre as diferenças, a saber: todos os muçulmanos não são do Estado Islâmico e refugiado não é sinônimo de terrorista. Não descontemos violência com violência contra pessoas que não cometeram crime nenhum, a não ser seguir uma crença distorcida por fanáticos.