Boato – Foram encontrados registros de 21 mil pessoas mortas na Pensilvânia. Todas elas votaram em Joe Biden nas eleições de 2020 nos Estados Unidos.
Agora é (quase oficial)! De acordo com a contagem de veículos de imprensa dos Estados Unidos, Joe Biden foi eleito como presidente do país. Antes mesmo da confirmação, começaram a surgir na internet inúmeras teorias da conspiração que apontavam para uma suposta fraude nas eleições do país.
A última das histórias aponta que Joe Biden recebeu 21 mil votos de pessoas mortas na Pensilvânia. Mensagens em redes sociais (que usam como fonte um “denúncia” de uma entidade privada dos Estados Unidos) apontam que essas 21 mil pessoas ajudaram na derrota de Donald Trump. Leia algumas das mensagens que circulam online:
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Especial – 4 fake news que falam sobre fraude nas eleições dos EUA
Versão 1: Foram registrados 21 mil votos de pessoas falecidas na Pensilvânia. Essa eleição dos Estados Unidos já virou uma chacota. Versão 2: 21 mil falecidos votaram em Joe Biden na Pensilvânia! Versão 3: Ajuda do além: com 21 mil mortos votando só na Pensilvânia, Biden será eleito. EUA tem a maior fraude eleitoral da História
Biden recebeu 21 mil votos de pessoas mortas na Pensilvânia?
A tal tese de que Biden foi eleito por pessoas mortas rendeu diversas mensagens (e memes) em redes sociais de direita (no Brasil, pró-Bolsonaro). Porém, a tal informação é falsa. Ela se baseia em uma denúncia já considerada improcedente.
Antes de começar, vale apontar que essa não foi a primeira (e nem será a última) notícia falsa que tenta “colar” a tese (no mínimo, não comprovada e leviana) de que houve uma grande fraude nas eleições dos Estados Unidos a fim de eleger Joe Biden.
Já desmentimos teses falsas que apontavam para marca d’água secreta em cédulas, cédulas vindas da China pró-Biden e supostos caminhões jogando votos de Trump no lixo. Ou seja: o tema é manjado.
Ao analisar o caso, descobrimos que a tese surgiu após uma notícia em um site de extrema-direita dos EUA (tipo aqueles que temos por aqui). O site fez um estardalhaço com um pedido de uma “entidade” que apontava que 21 mil pessoas mortas estavam em listas de eleitores na Pensilvânia.
A partir daí, temos alguns detalhes. O primeiro é que, ao contrário do que apontam as mensagens, não há qualquer prova de que os eleitores em questão tenham votado em Joe Biden (ou mesmo que tenham votado).
O segundo é que a mesma entidade entrou com a mesma alegação nas eleições de 2016. Já na época, o Politifact destacou que não havia qualquer prova de que o fato do nome das pessoas estar na lista signifique que houve fraude. Além disso, o The New York Times descobriu que pessoas apontadas como mortas, olha só, estavam vivas.
Em 2020, ocorreu o mesmo. Depois que a história se espalhou na internet, o The New York Times classificou a informação de que 21 mil pessoas “mortas” votaram como falsa. Na realidade, a ação da entidade já havia sido aberta em 15 de outubro de 2020. No dia 20 de outubro, a justiça da Pensilvânia considerou o pedido improcedente.
O juiz apontou que não havia provas de que as pessoas estavam na lista e que não poderia cercear o direito de eleitores potencialmente elegíveis por causa “da palavra de uma fundação privada”. Ou seja: apesar do chororô, a denúncia não colou.
Resumindo: nem há provas que, de fato, há 21 mil pessoas mortas nas listas de votação (a denúncia anterior da mesma entidade demonstrou estar “equivocada”, de acordo com o The New York Times) tampouco há qualquer prova de que mortos votaram ou mesmo que votaram em Biden.
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