Boato – Avião desaparecido da Malaysia Airlines foi alvo de terrorismo e os passageiros do voo MH-370 estão vivos em Candahar, no Afeganistão, próximos a uma das fronteiras do Paquistão.
Mistérios sobre o desaparecimento do avião da Malásia ainda aparecem na mídia. Isso não nos espanta já que foi uma tragédia realmente difícil de explicar. Entre os diversos rumores sobre o sumiço do avião e dos passageiros, uma história que apareceu recentemente, diz que o avião foi alvo de terrorismo e que os passageiros estão vivos no Afeganistão.
Um texto publicado no R7 afirma que o jornal russo Moskovsky Komsomolets divulgou que os passageiros do voo MH-370 estariam vivos em Candahar, no Afeganistão, próximos a uma das fronteiras do Paquistão. A notícia cita que, ainda de acordo com o jornal russo, os passageiros estariam divididos em sete grupos para que os sequestradores pudessem organizar melhor, e que os especialistas presentes no vôo seriam usados nas negociações com o governo americano ou chinês.
A notícia declara que o avião teria quebrado uma das asas e que o especialista em investigação de acidentes, Evgeny Kuzmin, confirmou que um avião como aquele poderia sim pousar em estrada de terra e caso o pouso fosse em local inapropriado, poderia quebrar principalmente a asa. O texto ainda cita que a Tailândia, a Índia e o Paquistão não têm o costume de rastrear aeronaves. Por isso, o MH-370 pode não ter sido rastreado após o sequestro.
Mas será verdade? Não sei não. Uma olhada mais apurada e você encontra furos. Apesar de a notícia estar no R7, todas as informações divulgadas na matéria são do jornal russo Moskovsky Komsomolets. Mas esse veículo russo é conhecido como um jornal que publica notícias sensacionalistas e provocativas sobre a política russa e a sociedade em geral.
Só para ter uma ideia da confiabilidade da fonte, o texto cita “uma fonte anônima que supostamente pertence a um serviço de segurança nacional não identificado” para afirmar que a ação seria decorrente de um ataque terrorista.
Ok, o uso de fontes anônimas existe no jornalismo, mas é no mínimo estranha a imprecisão de se trazer para um assunto tão sério. Nem sequer o tal serviço de segurança não foi identificado para comprovar o ataque terrorista.
O papo da asa quebrada e da falta de rastreamento também estão mal explicados. E sobre o rastreamento, e daí que a Tailândia, a Índia e o Paquistão não têm costume de rastrear os aviões? O avião não teria pousado supostamente no Afeganistão?
E ainda quem teria dado informações como representante da Fundação Russa de Segurança de Vôo é Sergey Melnichenko. Porém, na busca do Google, o tal Sergey não aparece em nenhum momento ligado ao tema de segurança, muito menos de vôo.
Tem mais algumas coisas que comprometem a veracidade da notícia, como a hipótese de que dividiriam os passageiros em grupos e dizer que o governo da Austrália havia detectado dois sinais parecidos com os que foram emitidos pelas caixas pretas.
Com isso, chegamos à conclusão de que se trata de uma falácia promovida por um jornal extremamente sensacionalista, sem compromisso com a verdade. Vale lembrar que a repercussão do texto foi grande, visto que o artigo foi recomendado 45 mil vezes no Facebook. O jornal russo acabou alimentando a mídia, como o R7, para causar ainda mais rumores, dúvidas e suposições em torno do sumiço do avião da Malaysia Airlines.