Boato – Jonatan Diniz é brasileiro e foi preso no dia 27 de dezembro por doar alimentos a crianças famintas na Venezuela. Ele está preso em 2020 no país.
A crise na Venezuela já vem se constituindo há alguns anos. Mas nas últimas semanas, a situação tem pegado fogo no país e causado dor de cabeça para os venezuelanos.
No dia 5 de janeiro de 2020, duas reuniões paralelas elegeram dois presidentes para o Parlamento na Venezuela. Ao ser impedido de entrar no Palácio Legislativo, Juan Guaidó foi ratificado como presidente por deputados da oposição na sede de um jornal de oposição. Enquanto isso, o deputado Luis Parra se autoproclamou presidente do Parlamento com apoio de Nicolás Maduro no mesmo dia.
E de acordo com uma história que ganhou destaque nas redes sociais, a crise venezuelana atingiu até os brasileiros. Segundo a publicação, o brasileiro Jonatan Diniz teria sido preso na Venezuela por doar alimentos a crianças famintas no final de 2019 e estaria preso até hoje. Ainda de acordo com a mensagem, ele teria sido acusado de conspirar contra o governo de Nicolás Maduro, que não teria fornecido nenhuma informação sobre o paradeiro de Jonatan. Confira:
Versão 1: “Povo de Deus clamem, para sabermos onde esta Jonatan Diniz”. Versão 2: “Jonatan Diniz foi preso na Venezuela no dia 27 de dezembro por estar doando alimentos para crianças famintas que estavam comendo lixo! Foi acusado de conspirar contra a ditadura socialista de Nicolás Maduro e até agora a família não tem notícias de seu paradeiro. Levantem suas vozes por esse brasileiro! #Liberdadeparajonatan”.
Brasileiro Jonatan Diniz foi preso na Venezuela no final do ano passado?
A informação caiu como uma bomba entre os internautas brasileiros e causou indignação nas redes sociais. Mas será que essa história de que o brasileiro Jonatan Diniz teria sido preso na Venezuela por ajudar crianças famintas é verdade no final de 2019 e está preso até agora? Não é!
Vamos aos fatos! As fake news sobre a Venezuela não param de pipocar na internet, em especial, pela falta de informações sobre a situação no país. A equipe do Boatos.org já desmentiu diversas delas, como a que dizia que o presidente Nicolás Maduro teria 2,5 bilhões de euros em uma conta no Banco do Vaticano. Também o caso que apontava que a Maxalgina, dipirona da Venezuela, estaria contaminada com o vírus Marborde e, por fim, a história que dizia que o ministro da Economia e Finanças teria sido flagrado fazendo compras nos EUA.
Resolvemos, então, procurar mais informações sobre o assunto e descobrimos duas coisas importantes. A primeira delas é que a história é antiga e a segunda é que tudo se revelou uma farsa.
Essa história começou no final de 2017. No dia 26 de dezembro daquele ano, o brasileiro Jonatan Diniz foi à Venezuela para organizar uma campanha de doações para crianças carentes. Além disso, pretendia distribuir roupas e brinquedos durante o Natal. Jonathan permaneceu 11 dias preso e foi liberado.
Na época, o MBL chegou a divulgar uma publicação pedindo apoio a Jonatan. O texto escrito pelo Movimento na época, inclusive, é o mesmo usado pelas fake news de 2020.
Alguns dias depois da repercussão, Jonatan Diniz afirmou, por meio de um vídeo, que sua prisão foi intencional. Segundo o brasileiro, ele teria planejado a prisão com o intuito de dar visibilidade ao trabalho de sua ONG, a Time to change the Earth. Na época, a presidente da Organização, Veridiana Maraschin, disse que a ONG só ficou sabendo dos planos de Jonatan através do vídeo.
Em resumo: a história que diz que o brasileiro Jonatan Diniz foi preso na Venezuela por ajudar crianças famintas é falsa! Todo o caso, de fato, existiu, mas a história é antiga e não é nada do que parece. Jonatan Diniz afirmou que foi para a Venezuela ser preso intencionalmente. O objetivo era chamar a atenção para o trabalho desenvolvido por sua ONG. Ou seja, a história não passa de balela. Até a próxima!
P.S.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61)99177-9164.
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