Boato – Sol é privatizado na Espanha. Quem quiser usar ele, terá que pagar.
A Espanha é um dos maiores produtores de energia solar do mundo. O país possui 3 das 10 maiores Usinas Solares no mundo. A central de Olmedilla (4º maior), Andaluzia (7º) e Alvarado I (8º) são as grandes responsáveis por deixar o país como um grande produtor de energia limpa.
O processo em que se converte o calor do Sol em energia elétrica é realizado pelos painéis fotovoltaicos. A tecnologia pode ser encontrada facilmente pela internet – não sendo difícil encontrar casa que colocam as placas em seus quintais ou no teto das casas.
A possibilidade de implantação de painéis fotovoltaicos nas casas vem gerando vários debates na Espanha. Segundo o blog Vi na Internet, do Yahoo!, o país europeu teria privatizado o sol – de forma que a instalação das placas para produzir energia elétrica pode gerar multa para o morador da casa. Confira o texto na íntegra abaixo e acompanhe nossa análise para saber a verdade sobre essa história:
Espanha privatiza o sol: proibido gerar energia para autoconsumo. O sol foi privatizado na Espanha. Quem instalar placas solares para geração de energia doméstica sem a autorização do governo espanhol poderá ser multado em até 30 milhões de euros (cerca de R$ 100 milhões), conforme informa uma matéria do costa-riquenho El País.
Isso aconteceu por pressão das empresas elétricas espanholas. As companhias energéticas temem queda no consumo de energia caso os cidadãos resolvam adotar fontes alternativas de energia como painéis fotovoltaicos ou moinhos para produção de energia eólica (usando a força dos ventos).
O Governo espanhol quer implantar o auto-consumo energético aos poucos, sem mexer no sistema vigente. Para isso, quer implantar “pedágios” para a luz solar. “Vamos implantar um “pedágio” para a energia recebida do sol”, resume Mario Sorinas, da empresa Electrobin.
“De cada 50 chamadas telefônicas recebidas, 35 são de particulares interessados no auto-consumo”, diz Francesc Mateu, gerente da Sol Gironés, empresa especializada em energia renovável. Já a União de Empresas Fotovoltaicas (UNEF), representante das empresas, diz que é mais caro implantar os receptores de luz individualmente. É certo privatizar um recurso natural?
Primeiramente, a forma como a notícia foi vendida causa uma confusão ao leitor. Afinal, afirmar que o sol foi “privatizado” é um exagero – para não dizer uma invenção. Na verdade o que foi proibido, como podemos conferir nessa matéria, é o autoconsumo de energia solar. Esse sim seria o termo certo. Mas aí não iria vender, né?
Porém, nem isso é verdade. A informação é desatualizada. O EuropaPress nos mostra que a Comissão Nacional de Energia solicitou uma mudança da lei. Assim como o jornal destacou que a lei é discriminatória, inviável economicamente e ignora os benefícios sociais do autoconsumo de energia. Ou seja, além de “privatizar” não ser o termo certo para a lei. Ainda existe uma enorme chance de que a lei não seja aplicada, devido as grandes pressões que vem sofrendo.
Sendo assim, nem a Espanha queria privatizar o sol e nem a lei que buscaria cobrar pelo uso de energia solar foi para frente. Viraram boatos na internet.