Boato – O presidente da França, Emmanuel Macron, mandou a polícia invadir a igreja de Santa Rita, em Paris, prender o padre e destruir o estabelecimento para construir um estacionamento.
Desde quando se envolveu mais diretamente com a questão da Amazônia, o presidente da França, Emmanuel Macron, virou alvo do ódio de muitos simpatizantes do presidente Bolsonaro. Ódio que resulta, “de vez em sempre”, em algumas fake news.
A última história que circula online é a que aponta que Macron mandou a polícia invadir a igreja de Santa Rita, em Paris, prender o padre e destruir o estabelecimento para construir um estacionamento. Leia duas mensagens que circulam online e veja algumas fotos:
Versão 1: Durante a Santa Missa, policiais, obedecendo a ordem do Presidente francês Macron, invadem a igreja de Santa Rira, em Paris, espancam o sacerdote e os fiéis que não querem sair para que a Igreja não seja demolida, para construção de estacionamento.
Versão 2: “Durante a Santa Missa, policiais, obedecendo a ordem do Presidente francês Macron, invadem a igreja de Santa Rira, em Paris, espancam o sacerdote e os fiéis que não querem sair para que a Igreja não seja demolida, para construção de estacionamento.” Nossa igreja é perseguida porque nela se consagra o corpo e o sangue de Jesus, tornando-o presença viva e real no meio de nós. O demônio odeia Jesus Cristo.
Macron mandou polícia invadir igreja de Santa Rita, em Paris, e prender o padre?
O que não faltaram foram mensagens “carinhosas” relacionadas ao presidente da França. Porém, Emmanuel Macron não tem nada a ver com a tal invasão da polícia à igreja Santa Rita e desapropriação do local.
Assim em outros casos, a mensagem em questão tem características como ser vaga, alarmista, com erros de português e falta de citação de fontes confiáveis. Para além de disso, boatos sobre o presidente da França são comuns na internet. Já desmentimos, por exemplo, que o avião dele tinha cocaína, que ele era gay e que iria invadir a Amazônia.
Ao buscar mais detalhes sobre a história por trás da foto em questão, chegamos ao veredicto. É fato que houve a tal ação da polícia na igreja de Santa Rita, em Paris. Porém, a história não é como foi descrita e tampouco Macron tem a ver com o caso.
As imagens em questão foram feitas em agosto de 2016, mas a história é de antes. De acordo com o site católico Acidigital, a Igreja de Santa Rita não era de propriedade da Igreja Católica. O terreno pertencia a um órgão chamado “Associação de Capelas Católicas e Apostólicas” (entidade que não tem ligação com a Santa Sé) e foi vendido a uma empresa privada em 2015.
No meio desse processo, uma sacerdote chamado Guillaume Tanoüarn, de um instituto ligado à Igreja Católica, decidiu ocupar o terreno para celebração de missas. Neste meio tempo, a própria associação obteve uma autorização para retomada de pessoa do local (algo autorizado pelo poder público) usando a força. Foi aí que em 3 de agosto de 2016, o local foi retomado e as cenas lamentáveis foram registradas.
Agora, o detalhe que derruba toda a tese: em 2016, Emmanuel Macron não era presidente da França. Ele só se elegeu em 2017. Na época, o presidente da França era François Hollande. Ou seja: mesmo que a ação fosse fruto de uma arbitrariedade do governo da França (o que não foi), Macron não teria nem poder para tomar decisões em 2016.
Resumindo: a história que aponta que Emmanuel Macron mandou a polícia interromper uma missa e bater no padre é falsa. As imagens em questão são de episódio ocorrido em 2016, retratam uma situação de “igreja contra igreja” e o atual presidente da França não tem nada a ver com elas.
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