Boato – Vídeo mostra banco de sangue no Chile queimando após manifestantes de esquerda terem ateado fogo em hospital.
Os protestos que se estendem pelo Chile estão cada vez mais dramáticos. Ao todo, um dezena de mortes já foram registradas e as manifestações seguem na capital Santiago. Inicialmente, os protestos pediam pelo fim do aumento do preço da passagem do metrô, proposta pelo presidente Sebastián Piñera.
Porém, as manifestações iniciais deram forma a um protesto social muito maior (inclusive, com greves gerais), mostrando o descontentamento do povo chileno com Piñera. Dessa forma, as manifestações não só seguem como também se fortalecem.
Em meio às insatisfação, violentos protestos tomaram as ruas de Santiago, capital chilena. E de acordo com a história que está circulando nas redes sociais, manifestantes de esquerda teriam colocado fogo em um banco de sangue dentro de um hospital no Chile. Confira:
Versão 1: “Extrema- esquerda ateia fogo em banco de sangue no Chile, crime contra humanidade condenado no tratado Viena”. Versão 2: “Esquerdistas tacam fogo banco de sangue no chile”. Versão 3: “comunistas tem que ser varridos da face da terra são uma organização criminosa mundial covardes psicopatas genocidas >>>Extrema- esquerda ateia fogo em banco de sangue no Chile, crime contra humanidade condenado no tratado Viena”. Versão 4: “Atearam fogo no Banco de Sangue no Chile, crime contra a humanidade, condenado no Tratado de Viena”.
Manifestantes de esquerda colocaram fogo em banco de sangue de hospital no Chile?
A informação deixou muita gente chocada e indignada com o ocorrido. Mas será que essa história de que manifestantes de esquerda teriam ateado fogo em um banco de sangue no Chile é real? A resposta é não!
Vamos aos detalhes! Ao ler as publicações, logo ficamos desconfiados. As mensagens são vagas, bastante alarmistas, possuem erros de português e não citam fontes confiáveis. Ou seja, o combo quase completo de boatos online.
Além disso, a onda de protestos no Chile fez com que inúmeras notícias falsas sobre o país começassem a circular na internet. A equipe do Boatos.org já desmentiu várias delas, como a que afirmava que policiais teriam sido flagrados cheirando cocaína antes de manifestação. Também o caso que apontava que Paulo Guedes teria feito a reforma da Previdência no Chile. E, por fim, a história que dizia que Michelle Bachelet teria deixado a presidência do Chile com apenas uma moto e um apartamento.
Outro ponto importante nessa história é a imprecisão das informações. Em algumas publicações, as mensagens falam em violação do Tratado de Viena. Entretanto, a Convenção que trata sobre direito humanitário e dos direitos e deveres em tempo de guerra é a Convenção de Genebra. Por outro lado, a Convenção de Viena trata de procedimentos de elaboração, ratificação e extinção de tratados.
Ao buscar pelo vídeo em questão, descobrimos que as imagens, de fatos são dos últimos protestos no Chile. Entretanto, não se trata de um banco de sangue e nem de um hospital.
O incidente foi registrado no dia 23 de outubro de 2019, en Viña del Mar. O incêndio começou na manhã daquele dia (em um contêiner que era usado como adega) e afetou o centro comercial de Viña del Mar. Vale ressaltar que o local fica em frente ao Hospital Gustavo Fricke, que não foi atingido pelas chamas.
É importante destacar também que esses incêndios têm sido recorrentes ao longo dos protestos no Chile e que grande parte das fatalidades tem sido registrada durante esses eventos.
Em resumo: a história que diz que manifestantes de esquerda colocaram fogo em banco de sangue de hospital no Chile é falsa! O vídeo, de fato, é da onde de protestos que atinge o Chile. Porém, o incêndio não tem nada a ver com manifestantes de esquerda, banco de sangue ou hospital. As chamas atingiram apenas o centro comercial de Viña del Mar e foram controladas. Ou seja, a história não passa de #boato. Não compartilhe!
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61)99177-9164.
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