O Boatos.org resolveu criar um checklist de procedimentos para você não cair em balelas. Se você seguir esses passos, a chance de você ser enganado online é muito pequena. Confira:
Todos os dias, o Boatos.org se depara com textos, vídeos e links de notícias que podem ser falsos ou não. Saiba quais são os truques que utilizamos para verificar a veracidade do que rola online.
Depois que o Boatos.org começou a ganhar certa repercussão, acabei concedendo algumas entrevistas para veículos de imprensa. Uma pergunta sempre aparecia em todas abordagens: que dicas eu poderia dar para o usuário de internet não cair nas falcatruas online.
Depois de tanto passar essas dicas para a imprensa (você pode conferir algumas dessas entrevistas no link Na Mídia do Boatos.org), resolvemos compartilhar um pouco dos nossos segredos (que ainda não passamos para ninguém) para você. Confira:
1 – Descubra se a fonte da notícia é confiável
O primeiro passo para verifique se alguma informação é verdade ou falsa é checar a fonte. Se você viu a notícia mirabolante, veja se a página não é de notícias falsas. Sites como Diário Pernambuco, O Sensacionalista, Jornal VDD, G17 e o Sacizento nunca divulgam informações verdadeiras.
Existem também sites de teor político ou religioso que dão uma pequena, digamos, distorcida em informações. Existem, ainda, sites ou pessoas (perfis no Facebook) que não checam direito e espalham balelas.
Se você viu a informação provinda de um lugar desconhecido, copie o título da matéria e busque no Google (ou no Bing ou no Yahoo! ou no buscador de sua preferência). Se faça uma triagem dos resultados. Se a fonte for algumas das citadas anteriormente, bingo! Você desvendou que é mentira.
Se você viu a notícia dada por sites de notícias respeitados (Globo.com, UOL, Terra, iG e outros), há grandes chances da notícia ser verdadeira. Também são grandes as chances do fato ser verdadeiro se sites oficiais derem a notícia. Ex: notícia sobre saúde divulgada no site do Ministério da Saúde.
Usamos essa tática para desvendar a história da Lei que obrigava brasileiros a pintarem a casa, da inauguração do memorial do funk, de quando Maria do Rosário confundiu telefone com controle remoto, de Suzane Von Richthofen em comissão da Câmara e outras.
2 – Confira se o texto tem características de um boato
Esse passo é tão simples quanto andar para frente. Textos falsos, principalmente os de redes sociais, seguem uma fórmula fechada. Isso acontece muitas vezes porque são textos assim que viralizam.
Quase todos os textos com informações falsas tem um caráter alarmista. Preste atenção se o texto usa as seguintes palavras: ALERTA, CUIDADO, ATENÇÃO, LEIA ANTES QUE APAGUEM, entre outros termos. É comum que balelas também usem letras maiúsculas. Também é comum que eles peçam divulgação. Sendo assim, as palavras COMPARTILHE ou REPASSE também são comuns em boatos.
Além disso, os textos falsos não costumam citar fontes. Ou, se citam, falam de fontes desconhecidas. Por fim, erros de português são comuns nessas mensagens. Fique ligado em falhas, principalmente de ortografia.
Usando essa tática desvendamos o boato que fala da tática de bandidos pintarem casa, do SBT fazendo enquete para Rachel Sheherazade, da mulher com a seringa de aids pelas ruas e outras.
3 – Dê um Google no nome dos personagens citados
Obviamente, essa técnica só pode ser usada se o texto deu fontes. É simples, dê um Google no nome dos personagens citados. Se o nome deles aparecerem só em textos que descrevem o boato, há chances da história ser falsa. Salvo a hipótese de a pessoa ser um completo anônimo, pelo menos links de redes sociais devem aparecer quando se busca o nome de alguém.
Matamos a charada usando essa tática com a notícia dos pesquisadores alemães que descobriram a vida após a morte, do Facebook cobrar por mensagem, do WhatsApp ser pago e outras.
4 – Imagens podem dedurar mentiras
Grande parte das mentiras online usam imagens. Se a história for falsa, é óbvio que a imagem ou foi adulterada ou não tem nada a ver com a história. Nesse caso, o procedimento é simples: coloque o mouse em cima da foto, clique com o lado direito dele e escolha a opção “buscar com o Google”. Aí é só verificar se a imagem tem a ver com a história, se há sites de notícias falsas ou há versões diferentes dela.
As fotos que deduraram a balela estavam nos posts do monstro visto no Sergipe, da Dilma mostrando o dedo para as pessoas, da mulher que pediu união estável depois de participar de um ménage e outras.
5 – Use o bom senso
A última dica vai depender muito do seu feeling. Apesar de ser o último passo do nosso checklist, deveria ser o primeiro. Desconfie se você vir notícias que falam da cura milagrosa do câncer, aparecimento de ETs ou mulheres de três seios. Há chances gigantescas de a verdade aparecer com o tempo. Por isso, ao se deparar com informações estranhas, tente buscar a verdade.
Em todas as postagens, nós buscamos usar o bom senso, mas vamos dar destaque para a história da mulher que não repassou mensagem no Facebook e morreu, da história que apontava que o Brasil entregou a Copa e do caso da mulher de três seios.
Dica bônus: acesse sites que desmentem boatos online
Claro que a gente tem que vender o peixe. Brincadeiras à parte, é fato que grande parte das vezes em que o Boatos.org desmente uma história na internet, aparecemos na primeira página do Google. Mas nem sempre isso acontece. Por isso, é de bom grado seguir o nosso site. Você pode fazer isso, assinando a nossa newsletter (na coluna direita do site), seguindo no Twitter ou curtindo a página no Facebook.
Tenho certeza que se você seguir esses passos, vai cada vez menos cair em mentiras online. Claro que elas são muito mais complexas do que o procedimento para espalhar uma balela, que normalmente é apenas clicar em compartilhar.