A reação da Justiça em relação à enxurrada de fake news dos últimos dias tem feito com que mais uma falácia se espalhe: de que estão censurando militantes e campanhas de Lula e Bolsonaro de “espalharem a verdade”. Analisamos o movimento no A Semana em Fakes.
No últimos A Semana em Fakes, falamos como o segundo turno das eleições nos trouxe uma enxurrada de desinformação e uma troca de fake news entre militantes e campanhas de Bolsonaro e Lula. Nos últimos sete dias, o quadro não mudou.
Tivemos desinformação relacionada a questões morais (como a que imputava a Bolsonaro o crime de pedofilia), fake news que imputava crimes a Lula e a esquerda (como a responsabilização em um “atentado contra Tarcísio Gomes de Freitas”) e a mesma gama de fake news de sempre.
A “novidade” em relação a fake news foi a série de alegações de que o TSE (por restringir a divulgação de conteúdos falsos) estaria “censurando” perfis, campanhas e até veículos de mídia e evitando que eles “falem a verdade”. Isso ocorreu inicialmente e em maior peso com a direita, mas também pode ser visto em apoiadores de Lula. E aí temos mais uma falácia dos dois lados.
Vamos analisar: todos concordamos que a disseminação de informações falsas prejudica o processo eleitoral (ela só é boa para quem quer sair difamando o adversário político), certo? Por isso, existem regras que restringem que mentiras sejam espalhadas a torto e a direito (nem sempre as regras conseguem cumprir com os objetivos).
Se a Justiça, que age sob provocação, entende que um conteúdo é falso e pede a retirada dele da internet para que o processo eleitoral não seja prejudicado, não se trata de censura. Trata-se de uma tentativa de equilibrar o debate político durante uma campanha eleitoral.
Haveria uma hipótese que poderia configurar censura no caso de uma decisão de retirada de conteúdo: se a informação em questão fosse real. Não é o caso de, por exemplo, acusações de que Lula é ligado ao PCC, é amigo de traficantes, que mandou matar Bolsonaro etc. Também não é o caso de falar que Bolsonaro é pedófilo, que é canibal e que vai acabar com direitos trabalhistas. Não é, ainda, o caso das acusações vazias e falsas contra o processo eleitoral e urnas eletrônicas.
Ou seja: até o momento, qualquer tipo de manifestação que bradou por censura (seja de que lado for) não passou de retórica política de quem foi punido por espalhar desinformação. É claro que estaremos atento para movimentos autoritários (não só até o dia 30, mas para sempre), mas, por enquanto, não é justo colocar “censura” no mesmo balaio do “combate a fake news”.
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Desde o início de 2021, o Boatos.org promove a seção “A Semana em Fakes”, com análises sobre assuntos relacionados a fake news. O conteúdo é aberto para republicação em veículos de mídia. No momento, publicamos o conteúdo no Jorn., Portal Metrópoles, Portal T5, Conexão Marília, O Anhanguera e RP10 (caso tenha interesse, entre em contato com o Boatos.org para saber as condições). Para ver todos os textos da seção, clique aqui.