Nesta semana, um (ou uma) golpista se passou por uma médica de Rondônia para tentar roubar contas do WhatsApp ao pedir um “código enviado por SMS para ter acesso ao novo grupo do Boatos.org”.
Dentro das inúmeras pessoas que acompanham o Boatos.org há um seleto grupo (cerca de 20 mil pessoas) que participam dos grupos no WhatsApp que recebem as nossas atualizações. Nesta semana, um (ou uma) golpista se passou por uma pessoa interessada em checar informações na internet para tentar roubar contas de membros dos grupos.
Um perfil de uma senhora beijando uma bola do Flamengo que se apresentava no número de telefone (69) 9982-4320 começou a enviar mensagens para dezenas de pessoas se identificando como Julia Lima, uma médica de Rondônia, e falando que estaria criando um novo grupo do Boatos.org. Detalhe: para entrar no grupo, a pessoa teria que enviar um “código de acesso” que seria enviado por SMS. Por meio dos nossos leitores, conseguimos o teor das mensagens:
Confira um vídeo alertando sobre o assunto:
Julia: Posso te adicionar no novo grupo? Julia: Te enviei o código de acesso ao grupo, só me confirma os dígitos pra eu te adicionar? Chega por SMS. Só me confirma os dígitos.
A partir daí, todos os nossos leitores apontaram que enviaram códigos errados ou então se negaram a enviar os códigos pedidos pela Julia (que orgulho desse pessoal que está vacinado do golpe). Ele fizeram certo. Não sabemos se alguém caiu no papo da falsa médica flamenguista de Rondônia. Por isso, mesmo estamos aqui para avisar vocês.
Porque desconhecidos poderiam pedir o código de SMS para desconhecidos e o que eu deveria fazer?
Na realidade, a médica “Julia Lima” (é importante citar que não encontramos nenhuma médica com esse nome no registro de CRM no estado) queria, na realidade, aplicar um golpe mais do que manjado: do sequestro do número de WhatsApp.
A primeira coisa que a tal da Julia fez foi entrar, como mostra a imagem abaixo, em diversos grupos do WhatsApp. A partir daí, ela fez uma seleção de pessoas que poderiam ser suscetíveis a cair no golpe (sabemos que ela não enviou para todas pessoas porque minha esposa está, coincidentemente, em um desses grupos e não recebeu nada) e envia a mensagem.
É importante citar que o golpe da vez usou como “desculpa” um convite para grupo, mas não subestime a criatividade do ser humano. O motivo para pedir o código pode ser qualquer um: um convite para um grupo, um cupom de oferta, um convite para sair etc. A mensagem é apenas uma isca para que a pessoa peça o que ela quer: o código do WhatsApp.
A partir do momento em que o golpista recebe a confirmação de que a pessoa quer participar do grupo novo no WhatsApp, ele tenta cadastrar do número dela em um telefone novo. E aí está o pulo do gato: para completar o cadastro, será preciso confirmar um código enviado por SMS.
Se a vítima enviou o código certo para a pessoa que aplicou o golpe, a primeira parte da falcatrua estaria completa. Caberia ao golpista apenas colocar o código no telefone e passar a usar o WhatsApp e a identidade de vítima.
A partir daí, as possibilidades são múltiplas. A mais conhecida delas é realizar o golpe do falso empréstimo. Em posse do WhatsApp da pessoa, o golpista poderia entrar em contato com parentes e amigos para pedir depósitos em conta e sumir com a grana. Engenhoso, não? O único erro da pessoa foi tentar fazer isso em um grupo de um site que visa caçar boatos e falcatruas na internet.
A partir do momento em que soubemos da ação da pessoa que se passava pela médica de Rondônia, entramos em contato com nossos leitores para que printassem a tentativa do golpe. Recebemos cerca de 10 tentativas. Todas estão documentadas e poderão ser usada em inquéritos policiais para descobrir, por meio de quebra de sigilo telefônico, quem está por trás da médica fake de Rondônia.
Aconselhamos todas as pessoas que foram vítimas da tentativa de golpe a denunciar na delegacia de crimes virtuais do seu estado. A Safernet tem a lista neste link. Este site ensina como fazer a denúncia.
Como cereja do bolo, até tentamos fazer uma ligação para o número citado. Como era de se imaginar, ninguém atendeu à nossa tentativa. É uma pena porque iríamos perguntar quantas pessoas ela conseguiu enganar com um truque tão primário.
Então, só para encerrar, vamos repetir a nossa dica de ouro: nunca passe códigos recebidos por SMS para estranhos. Se uma pessoa fazer esse pedido a você (o Boatos.org nunca fará isso para conceder acesso a grupos), ignore ou denuncie.
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61)99177-9164.
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