No último texto do ano, Edgard Matsuki, editor do Boatos.org, agradece a você, que esteve conosco neste ano de 2023: em que podemos dizer que as fake news tiveram ligadas a espécies diferentes de golpes.
Se tivéssemos que escolher uma palavra no ano para melhor definir a desinformação, ela seria “golpe”. Assim como previmos na retrospectiva de 2022, os primeiros fakes do ano serviram apenas como tentativa de pavimentar um golpe.
Isso acabou nos primeiros dias do ano. Os ataques do dia 8 de janeiro e, principalmente, a reação da Justiça contra a questão da desinformação (que ajudou a incitar atos golpistas) em redes sociais ajudaram a frear um pouco das fake news na internet (também por conta de ações das próprias plataformas de conteúdo, que restringiram o conteúdo).
Do meio para o final do ano, a desinformação também passou a ser motivada pelo termo golpe. Não de Estado. Na realidade, com a anuência de plataformas de mídias realidade, foram golpistas que não se cansaram de, por meio de anúncios pagos, inventar liquidações de empresas, páginas falsas de notícias e falsos depoimentos de pessoas influentes para aplicar golpes.
Não foram poucas as pessoas que entraram em contato com o Boatos.org e relataram que “compraram” produtos que prometiam curas milagrosas ou ganhos rápidos nunca entregues. A nossa parte (alertar sobre estes golpes), a gente tentou fazer.
Mais uma vez, podemos perceber que nos mantemos (graças a rede que temos de seguidores e tráfego no site e, ainda, o nosso compromisso de ficar ligado todos os dias e o dia todo) como um dos sites que mais rapidamente atacaram a desinformação.
Normalmente, o primeiro alento em relação a um fake é do Boatos.org. Temos orgulho disso. Na questão da sustentabilidade do projeto, tivemos certas dificuldades. As mesmas plataformas que deixam passar anúncios fraudulentos diminuíram o alcance do nosso conteúdo. Houve menos fakes neste (até por ações na Justiça) e há mais gente para desmentir. As duas notícias são ótimas, sem dúvida. Mas resultaram em menos ganhos financeiros para o projeto. Mesmo assim, sobrevivemos.
Neste ano, fizemos algumas implementações. Em agosto, fizemos uma “virada editorial” para atacar uma gama maior de desinformação. Saiu o #boato e entraram selos de gradações. O layout do site também foi mudado. Optamos por um design mais limpo. Em vídeos, fizemos nossas primeiras incursões em lives. No ano em que chegamos a 100 mil seguidores no YouTube, fizemos experiências. Vamos ver como será em 2024.
Para o ano que vem, vamos continuar arrumando a casa e se preparando para o próximo tsunami de desinformação. Não sabemos quando ele virá, mas ele virá. De 2023, quero deixar minha gratidão à minha família (especialmente à Adrielle minha esposa e minha mãe Adélia, incentivadoras das lives, e ao Davi, futuro checador), à Kyene Becker, sempre parceira no combate à desinformação, aos nossos anunciantes, ajudam a manter o projeto, a quem da EBC sonhou com um espaço de combate às fake news e, principalmente, a vocês que estão lendo este texto, nos enviam sugestões e pesquisam no site. É o crivo do público que nos garante mais um fim de ano (o 10° da nossa história). Muito obrigado e seguiremos em 2024 (e até quando deixarem) combatendo as mentiras da web.
Edgard Matsuki, editor do Boatos.org
Confira a retrospectiva em vídeo:
Lista de todos os conteúdos da retrospectiva 2023 das fake news
29/12 – Texto e vídeo da retrospectiva 2023 das fake news do Boatos.org
Nos últimos dias do ano, o Boatos.org faz a sua tradicional retrospectiva das fake news. Saiba o que de melhor e pior rolou no mundo da desinformação em 2023.
30/12 – O melhor de 2023 no Boatos.org, por Edgard Matsuki
Edgard Matsuki, editor do Boatos.org, lista quais foram os 10 boatos mais o impactou em 2023. Texto faz parte da retrospectiva 2023.
30/12 – O melhor de 2023 no Boatos.org, por Kyene Becker
No terceiro texto da nossa retrospectiva das fake news 2023, Kyene Becker escolhe quais foram os cinco boatos que mais a impactaram no ano.
31/12 – Os cinco textos mais lidos de 2023 no Boatos.org
Edgard Matsuki e Kyene Becker já escolheram quais foram os boatos que mais os impactaram no ano de 2023. Agora, é a hora de falarmos quais foram os textos mais lidos do site neste ano.
31/12 – Um olhar sobre as fake news e uma perspectiva para 2024
No último texto do ano, Edgard Matsuki, editor do Boatos.org, agradece a você, que esteve conosco neste ano de 2023: em que podemos dizer que as fake news tiveram ligadas a espécies diferentes de golpes.