Boato – O deputado federal Jair Bolsonaro será candidato a presidência da República nas Eleições de 2014.
Um dos personagens mais polêmicos do cenário político brasileiro é, ao mesmo tempo, amado por alguns e odiado por muitos. Polêmico, sem papas na língua, Jair Bolsonaro polariza opiniões. Hábil com as palavras, e sem temer temas cabeludos, o deputado carioca pelo Partido Progressista talvez esteja planejando alçar vôos maiores.
Às vésperas da definição de candidatos para as eleições de 2014, vem ganhando força o movimento “Bolsonaro presidente” na internet. Defensores entusiasmados organizam petições públicas de apoio. Uma delas conseguiu mais de dez mil assinaturas em 24 horas. Muitas páginas em redes sociais defendem a candidatura dele. Um delas tem mais de 30 mil seguidores.
A promessa de moralização, de ética e de correção do deputado são os principais argumentos dos que incentivam e divulgam a ideia da candidatura. A possibilidade, ainda que remota, esquenta a discussão entre os que vêem no deputado o ícone da extrema direita e que o acusam de preconceituoso, e os que concordam com suas ideias e apoiam sua candidatura.
Ok. Já está claro que Jair Bolsonaro realmente conta com muitos fãs. Não é a toa que ele deve conquistar muito mais do que os 120 mil das eleições de 2010. Mas será que ele realmente deve ser candidato a presidente em 2014?
No foco da discussão, Bolsonaro (que não é bobo de perder uma chance de aparecer na mídia) “colocou seu nome à disposição” do partido, e solicitou formalmente a inclusão de seu nome na lista dos candidatos nas pesquisas de intenção de voto. No blog do colunista Ricardo Setti, da Veja, Bolsonaro explicou por que gostaria de ser presidente. O argumento, claro, é livrar o Brasil dos comunistas.
Agora vamos à realidade. Bolsonaro pode, sim, querer (ou fingir querer) ser candidato à presidência da República. Mas, pelo menos em 2014, é impossível que ele consiga isso pelo partido atual. O próprio Ricardo Setti tratou a história como piada em um artigo posterior.
O principal motivo é que o PP já está comprometido no apoio para a reeleição de Dilma Rousseff em 2014. Como o prazo para trocar de partido e se candidatar é de um ano e o PP faz parte da base aliada ao governo, Jair Bolsonaro deve sair mesmo como candidato a deputado federal.
Além disso, seria um erro estratégico Bolsonaro se candidatar a algum cargo no executivo com tamanha rejeição que tem. Para representar um grupo específico, ele até tem votos. Mas para ganhar uma eleição de prefeito, governador ou presidente. A história é outra. Em suma, o “Bolsonaro presidente” é só sonho de alguns seguidores do polêmico deputado.