Boato – O candidato a presidente Aécio Neves será julgado por desvio de 4,3 bilhões da saúde de Minas Gerais durante a sua gestão.
A máxima de Nelson Rodrigues de que “Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos” costuma ser seguida à risca durante as eleições. Por exemplo, o senador Aécio Neves, filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que já foi vítima de boatos, como ser usuário de cocaína e a afirmação de que não precisaria do voto dos professores.
O novo “escândalo” envolvendo o pré-candidato a presidente pelo PSDB relaciona seu nome ao desvio de R$4,3 bilhões da área da saúde, ainda quando era governador de Minas Gerais. A versão da história afirma que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais investiga Aécio pelo não cumprimento do piso constitucional do financiamento do sistema público de saúde – ou seja, não realizou o investimento mínimo previsto em lei.
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A notícia foi divulgada pelo site da Revista Fórum, sendo que desde 2003 a bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) denuncia a fraude. A notícia foi retirada do site do deputado Rogério Correia (PT). Confira trechos do texto:
TJMG confirma: Aécio Neves é réu e será julgado por desvio de R$4,3 bilhões da saúde
Por três votos a zero, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) decidiu que o senador Aécio Neves continua réu em ação civil por improbidade administrativa movida contra ele pelo Ministério Público Estadual (MPE).
Aécio é investigado pelo desvio de R$ 4,3 bilhões da área da saúde em Minas e pelo não cumprimento do piso constitucional do financiamento do sistema público de saúde no período de 2003 a 2008, período em que ele foi governador do estado. O julgamento deverá acontecer ainda esse ano. Se culpado, o senador ficará inelegível.
Desde 2003, a bancada estadual do PT denuncia essa fraude e a falta de compromisso do governo de Minas com a saúde no estado. Conseqüência disso é o caos instaurado no sistema público de saúde, situação essa que tem se agravado com a atual e grave epidemia de dengue
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A alegação do réu (Aécio) é a de não ter havido qualquer transferência de recursos do estado à COPASA para investimentos em saneamento básico, já que esse teria sido originado de recursos próprios. Os fatos apurados demonstram, no entanto, a utilização de valores provenientes de tarifas da COPASA para serem contabilizados como investimento em saúde pública, em uma clara manobra para garantir o mínimo constitucional de 12%. A pergunta é: qual foi a destinação dada aos R$4,3 bilhões então?
A informação da época até era atual. Mas, a notícia continua sendo compartilhada mesmo sendo antiga e ultrapassada. O processo já foi anulado por unanimidade, conforme informa a revista Veja. A recuperação de uma notícia antiga para desgastar o nome do candidato foi uma das estratégias políticas empregadas no caso.
A assessoria do Senador se pronunciou sobre o assunto ao afirmar que: “A ação foi extinta pela Justiça por razões técnicas, sendo que a mesma sequer chegou a ser aberta nos estados que tiveram procedimento idêntico ao adotado por Minas”. Leia a matéria do Estado de Minas sobre o assunto.
Como Nelson Rodrigues já nos alertou, não se faz política com bons sentimentos. Então, desconfie até das datas em matérias envolvendo política. Aécio Neves não será julgado. Podemos até questionar se é justo ou não, mas certamente o julgamento por desvio de verbas da saúde não acontecerá.
PS: esse artigo foi uma sugestão da leitora Livia Pinto Souza. Se você quiser sugerir um tema para o Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site ou pelo Facebook.