Boato – 38 generais se negaram a serem subordinados ao Ministério da Defesa e escreveram uma carta de protesto alertando que, caso o PT vença as eleições, eles vão agir e derrubar o governo.
Desde o final de setembro de 2013, um texto falando sobre suposta carta assinada por generais circula na internet. O texto, que pode ser lido aqui, foi publicado em um blog chamado Rosas e Vinho, que trata de política.
A mensagem, que é assinada por um “militar aposentado”, alerta ao povo do Brasil para não votar no PT nas próximas eleições. Caso qualquer um dos candidatos fosse eleito, 38 generais que se negam a se subordinar ao Ministério da Defesa iriam agir.
Agir seria destituir presidente e ministros do STF. Além disso, efetuaria toda a prisão de ladrões do dinheiro público que continuam impunes. Junto ao texto, há uma foto dos militares no meio de uma cerimônia.
Depois de postado no blog citado, a mensagem tomou conta das redes sociais. Alguns destes textos passaram de 100 mil compartilhamentos no Facebook. Mas ao que tudo aponta, o texto não passa de mais um boato político.
O primeiro indício é em relação à foto. A própria imagem mostra uma cerimônia com a participação do Ministro da Defesa. No caso, do ex-ministro Nelson Jobim. Isso contraria a ideia de que os militares estariam se revoltando contra o Ministério da Defesa. Esta matéria fala da cerimônia em que a foto foi tirada.
Além disso, o texto é muito vago. Fala de 38 generais. Mas quem são eles? De que forma eles não se curvam ao Ministério da Defesa? Procurando na internet, nada é encontrado sobre esta carta. O que achamos é uma postagem do blogueiro da Veja Reinaldo Azevedo falando de um protesto contra resoluções em relação à Lei da Anistia que, supostamente, foi tirada do ar.
Em relação à ameaça de golpe em caso de nova vitória do PT. Isso é improvável de acontecer. Primeiramente porque, ao contrário do que o texto aponta, 38 generais não é um número tão grande dentro do total que existe no Brasil.
Esta reportagem de 2004 aponta que havia 151 generais no Brasil. De lá até hoje, muitos novos generais foram condecorados. Para ocorrer um golpe, eles teriam que convencer mais gente dentro do exército. Com isso, chegamos à conclusão de que o texto não é real. Pelo menos até que mais indícios provem o contrário.